
Com extensa carreira como produtor, ator e professor, o paulista Capovilla trabalhou no projeto original do Instituto Drag�o do Mar, em Fortaleza, n�cleo cinematogr�fico criado pelo governo do Cear�.
Fez filmes muito bons. O longa “Bebel, garota propaganda” � adaptado do romance de Ign�cio de Loyola Brand�o, e “O jogo da vida”, de “Malagueta, Perus e Bacana�o”, de Jo�o Ant�nio.
Talvez seu trabalho mais marcante e original seja o incisivo, estranho e corrosivo “Profeta da fome”, estrelado por Jos� Mojica Marins, o Z� do Caix�o. O personagem vive de se exibir como faquir e acaba, involuntariamente, criando uma seita, na qual seria o guru e salvador. Mas o esp�rito iconoclasta da figura t�o bem interpretada por Mojica impede a seita de prosperar.
“Subterr�neos do futebol”, com seu corte sociol�gico, talvez ainda seja a melhor radiografia do nosso esporte mais popular. Esporte ao qual Cap� sempre esteve muito ligado – passou perto de se tornar atleta profissional na juventude, quando saiu de sua Valinhos natal para treinar no Fluminense.
Figura ador�vel, Cap� era cheio de vida e incans�vel dan�arino. Animava as noites alegres dos festivais de cinema quando eles ocorriam de maneira presencial e eram pontos de encontro de amigos, al�m de espa�o de debates.
Maurice Capovilla deixou ainda o longa de fic��o “Harmada” (2005), baseado no romance hom�nimo de Jo�o Gilberto Noll e protagonizado por Paulo C�sar Pereio.
Tamb�m dirigiu um document�rio em homenagem ao compositor Lupic�nio Rodrigues, “Nervos de a�o”, t�tulo de uma das can��es de Lupi, magistral cultor da dor-de-cotovelo. Grande admirador de Lupic�nio, Capovilla, no entanto, tinha a alegria como divisa maior e voca��o natural.
