(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CINEMA

Saiba quem s�o as quatro cineastas que disputam a Palma de Ouro em Cannes

Veja tamb�m como s�o os filmes com os quais elas concorrem e saiba como assistir a seus t�tulos anteriores


09/06/2021 04:00 - atualizado 09/06/2021 07:02

A francesa Catherine Corsini está na disputa com um drama sobre um casal em crise(foto: Christophe Archambault/AFP)
A francesa Catherine Corsini est� na disputa com um drama sobre um casal em crise (foto: Christophe Archambault/AFP)

Em 73 edi��es, somente uma mulher venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes – a neozelandesa Jane Campion, por “O piano”, em 1993. Neste ano, quando o mais tradicional e importante evento de cinema da Europa chega � sua 74ª edi��o, as chances de uma nova vit�ria feminina aumentam. 

Dos 24 longas selecionados para a competi��o oficial, quatro s�o dirigidos por mulheres. S�o os novos filmes da h�ngara Ildik� Enyedi e das francesas Mia Hansen-Love, Catherine Corsini e Julia Ducournau. Todas, vale dizer, t�m experi�ncia na Croisette, se n�o na competi��o principal, nas demais. 

� um n�mero pequeno se considerarmos a totalidade dos filmes. “Fomos o primeiro festival a assinar um compromisso de paridade (de g�nero). Quanto � sele��o oficial, n�o levamos em considera��o sexo, ra�a, religi�o. Olhamos para o filme. Quando temos d�vidas entre dois filmes e um deles � dirigido por uma mulher, pegamos o dirigido por uma mulher”, afirmou, sobre a quest�o, o diretor do festival, Thierry Fremaux, � Variety.

O mesmo Fremaux, quase uma d�cada atr�s, foi alvo de uma carta aberta assinada por 900 diretoras e atrizes. Na edi��o de 2012 do festival, nenhuma mulher foi selecionada para concorrer � Palma de Ouro. "Elas (as mulheres) v�o para Cannes mostrar seus sapatos, enquanto os homens exibem seus filmes", dizia, de forma ir�nica, o texto.

Seja como for, o time de mulheres cineastas em Cannes cresce a cada an�ncio dos selecionados para as demais mostras que comp�em o evento. Cancelado no ano passado em decorr�ncia da pandemia, neste ano o festival ser� realizado entre 6 e 17 de julho – o adiamento de maio, tradicional m�s de realiza��o do festival, tamb�m foi acarretado pela crise sanit�ria. Abaixo, um resumo da trajet�ria das quatro mulheres que poder�o fazer hist�ria neste ano.

• Catherine Corsini ("La fracture")

A cineasta e roteirista francesa de 64 anos tem uma d�zia de longas lan�ados. Ficou conhecida no Brasil com o filme “Partir” (2009), que apresentou Kristin Scott Thomas como uma mulher casada (e cansada da vida burguesa) que se envolve com o homem respons�vel pela reforma de seu escrit�rio.

Depois desse, dirigiu outros dramas tamb�m lan�ados no pa�s, como “3 mundos” (2012), sobre um acidente que mata um imigrante ilegal; “Um belo ver�o” (2015), ambientado nos anos 1970, em que uma jovem do interior se muda para Paris e vive um relacionamento intenso com uma feminista; e “Um amor imposs�vel” (2018), no qual uma mulher que cria sozinha a filha briga para que o pai reconhe�a a paternidade. 

L�sbica, Catherine tamb�m est� comprometida com outras causas progressistas. Em 2007, pediu votos � candidata de esquerda S�gol�ne Royal, cuja campanha presidencial tinha como pautas a uni�o civil entre pessoas do mesmo sexo e a ado��o de crian�as por casais homossexuais. Tamb�m � integrante do coletivo 50/50, que visa � promo��o da igualdade entre mulheres e homens e a diversidade no cinema. Seus longas s�o produzidos por sua parceira, Elizabeth Perez.

“La fracture” acompanha o casal Raf (Valeria Bruni Tedeschi) e Julie (Marina Fo�s) em uma longa noite. � beira do rompimento, as duas se veem no setor de emerg�ncia de um hospital ap�s uma grande manifesta��o em Paris. 

Assista a: “3 mundos” (2012), no Reserva Imovision (reservaimovision.com.br); “Um belo ver�o” (2015), no Sesc em Casa (sesc.digital/colecao/cinema-em-casa-com-sesc) e Belas Artes � la carte 

Com seu longa de estreia, ''Raw'' (2016), apresentado na Semana da Crítica, Julia Ducournau levou o prêmio da Fipresci(foto: France Presse)
Com seu longa de estreia, ''Raw'' (2016), apresentado na Semana da Cr�tica, Julia Ducournau levou o pr�mio da Fipresci (foto: France Presse)

• Julia Ducournau (“Titane”)

Mais jovem das quatro cineastas, a francesa de 37 anos chamou a aten��o na Semana da Cr�tica, se��o paralela do Festival de Cannes, em 2016, com seu primeiro longa-metragem. “Raw” � um drama de horror sobre uma estudante de veterin�ria criada como vegetariana que se envolve com canibalismo. Cenas fort�ssimas, com banhos de sangue, levaram espectadores a abandonar as sess�es.

A despeito do barulho que o filme causou, Julia Ducournau saiu daquela edi��o do festival com o pr�mio da Federa��o Internacional de Cr�ticos de Cinema (Fipresci Prize). Antes de chegar ao seu segundo longa, ela dirigiu dois epis�dios da s�rie de terror “Servant”, projeto de M. Night Shyamalan para a Apple+. 

O g�nero do horror continua a ser explorado pela diretora em seu novo filme, com roteiro tamb�m assinado por ela. Estrelado por Vincent Lindon, “Titane” come�a em um aeroporto, quando agentes da alf�ndega det�m um jovem com o rosto machucado. Este afirma que seu nome � Adrien Legrand, que havia desaparecido uma d�cada antes, quando crian�a.

� o fim de um pesadelo para seu pai, Vincent, que o leva para casa. S� que, simultaneamente,  uma s�rie de assassinatos horr�veis come�a a ocorrer na mesma regi�o.

A húngara Ildikó Enyedi venceu em Berlim e disputou o Oscar de melhor filme internacional com ''Corpo e alma''(foto: Odd ANDERSEN/AFP)
A h�ngara Ildik� Enyedi venceu em Berlim e disputou o Oscar de melhor filme internacional com ''Corpo e alma'' (foto: Odd ANDERSEN/AFP)

• Ildik� Enyedi (“The story of my wife”)

A cineasta h�ngara de 65 anos era um nome fora do circuito internacional de festivais quando, em 2017, o filme “Corpo e alma” come�ou a fazer barulho. A partir do Urso de Ouro em Berlim, o drama amoroso sobre um casal que se encontra atrav�s dos sonhos come�ou sua escalada, que culminou com uma indica��o ao Oscar de filme estrangeiro.   

Na �poca, Ildik� Enyedi estava havia 18 anos sem fazer um filme. N�o que tivesse parado de trabalhar. A cineasta, que em 1989 havia levado o pr�mio Cam�ra d’Or (para primeiros filmes) no Festival de Cannes por “O meu s�culo XX”, passou cinco anos (2012-2017) trabalhando com televis�o. Dirigiu os 39 epis�dios da s�rie “Ter�pia”, a vers�o h�ngara para o sucesso internacional “Em terapia”, da HBO.

Seu primeiro filme desde “Corpo e alma”, “The story of my wife”, estrelado por L�a Seydoux e Louis Garrel, tem roteiro adaptado pela pr�pria cineasta a partir do romance hom�nimo do escritor Mil�n F�st. 

Mais conhecido livro do autor, traz como personagem central um capit�o da Marinha h�ngara que relembra a hist�ria de seu infeliz casamento com uma francesa. A rela��o s� se concretizou por causa de uma aposta: um amigo desafiou o capit�o a se casar com a primeira mulher que entrasse no caf� em que os dois estavam sentados.

Assista a: “Corpo e alma” (2017), no Reserva Imovision (reservaimovision.com.br)

A francesa Mia Hansen-Love está na disputa com ''Bergman island'', que é coproduzido pela brasileira RT Features(foto: Lionel BONAVENTURE/AFP)
A francesa Mia Hansen-Love est� na disputa com ''Bergman island'', que � coproduzido pela brasileira RT Features (foto: Lionel BONAVENTURE/AFP)

• Mia Hansen-Love (“Bergman island”) 

Esta � a �nica participa��o brasileira na competi��o oficial de Cannes, j� que a RT Features, de Rodrigo Teixeira, � coprodutora do longa. A diretora francesa de 40 anos tem sua trajet�ria ligada � do cineasta Olivier Assayas. 

Aos 18 anos, Mia Hansen-Love debutou como atriz em “Fin ao�t, d�but septembre” (1998), de Assayas. Dois anos mais tarde, atuou tamb�m em “Os destinos sentimentais”, do mesmo diretor. Foram suas duas �nicas incurs�es como atriz. A cineasta teve um relacionamento de 15 anos com Assayas, com quem teve uma filha. 

Mia Hansen-Love estreou na dire��o em 2007, com “Tout est pardonn�”. Dois anos mais tarde, com “O pai dos meus filhos”, levou o pr�mio especial do j�ri na mostra Um Certo Olhar, em Cannes. Seguiram-se filmes – todos dramas pessoais – com boa presen�a no circuito de festivais: “Adeus, primeiro amor” (2011), “Eden” (2014) e “O que est� por vir” (2016, que lhe deu o Urso de Prata de dire��o em Berlim) .

Protagonizado por Mia Wasikowska, Tim Roth e Vicky Krieps, “Bergman island” � ambientado durante um ver�o, quando um casal de cineastas vai para a ilha sueca de F�r�, onde Ingmar Bergman viveu. � medida que seus respectivos roteiros avan�am, os limites entre fic��o e realidade se confundem, separando o casal.

Assista a: “Eden” (2014), no Reserva Imovision (reservaimovision.com.br); “Maya” (2018), no Sesc em Casa (sesc.digital/colecao/cinema-em-casa-com-sesc) e Looke (looke.com.br)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)