Mineiros da Lua explora novos sons no disco 'Mem�rias do mundo real'

Retratando sentimentos provocados pelo isolamento social, a banda belo-horizontina Mineiros da Lua lan�a seu segundo �lbum, “Mem�rias do mundo real”, nesta quinta-feira (17/06), com inova��es sonoras e v�rias parcerias. O confinamento para conter a dissemina��o do novo coronav�rus fez aflorar a criatividade do grupo, que se aventura em novos ritmos, como o rap e a eletr�nica.

Mineiros da Lua faz parte da prol�fera safra de jovens bandas de BH. Formado pelos amigos de inf�ncia Diego Dutra (baixo), Elias Sadala (guitarra), Haroldo Bontempo (guitarra) e Jovi Depin� (bateria), o grupo de rock experimental surgiu em 2017 com o EP “Turbul�ncia”. O primeiro �lbum, “Queda” (2019), abordou temas como a transi��o da adolesc�ncia para a vida adulta.

“Tentamos passar a sensa��o de que voc� n�o est� sozinho. Juntamos sentimentos e coisas at� �bvias do isolamento que todo mundo sente para falar: olha, a gente est� sentindo isso tamb�m, est� tudo bem. Queremos que as pessoas se conectem de alguma forma”, afirma o baixista Diego Dutra, de 22 anos.

Com esse trabalho, o grupo pretende incentivar a cena musical de BH a produzir, apesar das adversidades. “� superimportante mostrar que d� para continuar fazendo. A gente v� muitos artistas totalmente parados, sem conseguir produzir muita coisa. Isso n�o � um problema, claro, mas a gente pretende mostrar que h� alternativas, d� para correr atr�s”, ressalta.

O �lbum foi gravado a dist�ncia, por meio das plataformas digitais. Em mais de um ano, a banda se encontrou apenas uma vez para fazer as fotos de divulga��o e participou de poucas lives. Produzir “Mem�rias do mundo real” foi uma forma de continuar na ativa, observa Diego.

“Como a gente fez tudo a dist�ncia, no computador, conseguimos explorar sons e timbres que nunca hav�amos testado”, explica. A maioria das faixas traz sonoridade eletr�nica, com utiliza��o de sintetizadores e instrumentos virtuais.

“A gente se esfor�a ao m�ximo para sair um pouco da caixinha com o objetivo de experimentar. Muito pelo fato de estarmos presos dentro de casa, a criatividade aflora”, comenta Diego.

O grupo precisou se adaptar � “forma home office” de compor. “Nosso processo era sempre meio cat�rtico. A gente ia para o est�dio, normalmente de noite e depois do trabalho, todos cansados. A banda chegava l� e explodia de tocar at� sair alguma coisa”, revela.

Em “Mem�rias do mundo real”, cada integrante teve a liberdade de elaborar sua pr�pria base, com calma, e depois desenvolver, on-line, a composi��o em conjunto.

O rap marca a faixa “Peito aberto”. No entanto, adotar esse estilo foi uma esp�cie de acidente. “Por ser eletr�nico, � tudo muito solto, fica dif�cil definir o g�nero de cada m�sica. Quando come�amos a criar 'De peito aberto', percebemos que ela se aproximava muito do rap. Ent�o, pensamos na participa��o de algu�m do g�nero”.

A banda convidou os rappers mineiros Nabru e Pessa, al�m da cantora colombiana Aniya Teno, para “De peito aberto”. O modelo on-line possibilitou a participa��o de Helena Cagliari, da banda catarinense La Leuca, em “Nas suas m�os”, e do compositor e cantor chin�s Jason Qiu na faixa “A torre”. J� “No caminho pra piedade” � um conto musicalizado escrito pelo artista visual Vitor Borges.

IDENTIDADE

Nas fotos do �lbum e no clipe “Na suas m�os”, a banda apresenta sua nova identidade visual por meio de m�scaras que simulam p�ssaros. O design � assinado pelo baterista Jovi Depin�. Essa simbologia tamb�m marcou o EP “Turbul�ncia” (2017) e o �lbum “Queda” (2019).

Diego Dutra explica que a ideia vai ao encontro da liberdade e da defesa das m�scaras de prote��o, essenciais para conter a pandemia da COVID-19.

• Disco da banda Mineiros da Lua

• Oito faixas

• Dispon�vel nas plataformas digitais

•  Link do clipe “Nas suas m�os”:https://youtu.be/XOLC08s4GBs