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Estado de Minas MOSTRA

Festival de Fotografia de BH poder� ser visto presencialmente em galerias

Tema 'Imagens resolutivas' prop�e que os cliques sejam parte da solu��o dos problemas que registram e denunciam


17/07/2021 04:00 - atualizado 17/07/2021 11:00

Rodrigo Marcondes e Paulo Marcelo Fehlauer abordam a situação da Cracolândia, em São Paulo, no projeto
Rodrigo Marcondes e Paulo Marcelo Fehlauer abordam a situa��o da Cracol�ndia, em S�o Paulo, no projeto "Sob ataque" (foto: Grupo Garapa/divulga��o )

O Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte recebeu 1.745 inscri��es de trabalhos de artistas dos cinco continentes para sua quarta edi��o, em cartaz at� setembro no Pal�cio das Artes e na C�meraSete.

Em edi��es passadas, o FIF-BH tratou de temas como a rela��o das imagens com suas m�dias de divulga��o e o papel da imagem em constru��es pol�ticas. Desta vez, os curadores Guilherme Cunha e Bruno Vilela trouxeram a tem�tica “Imagens resolutivas”, que d� t�tulo � exposi��o, buscando a divulga��o de fotografias que apontem solu��es e provoquem conscientiza��o acerca de conflitos sociais vigentes.

De acordo com Guilherme Cunha, esse foi um conceito trazido pelo mestre quilombola Nego Bispo, ao fazer uma palestra na edi��o de 2017 do festival. “A nossa inten��o � que a realiza��o e as ideias propostas em uma edi��o se desdobrem num pr�ximo festival. E o que a gente visa com esse tema � propor imagens que possam gerar empatia, aproxima��o, que contemplem a diversidade, ou que possam simplesmente expor uma perspectiva sobre a realidade”, afirma o curador.

Essa quarta edi��o do festival teve in�cio em 2020, ainda no formato on-line, e agora, com a reabertura dos espa�os culturais na capital mineira, ganha sua vers�o presencial. Entre as 1.745 inscri��es, a curadoria selecionou trabalhos de 42 fot�grafos, de 19 pa�ses. 

As imagens est�o dispostas em quatro galerias, cada uma delas discutindo um conflito da contemporaneidade.

Alex Oliveira convidou transeuntes do Centro de Uberlândia a posarem conforme o que imaginassem ser uma performance fotográfica. Nessa foto, Mariana Guerron, de 26 anos
Alex Oliveira convidou transeuntes do Centro de Uberl�ndia a posarem conforme o que imaginassem ser uma performance fotogr�fica. Nessa foto, Mariana Guerron, de 26 anos (foto: Alex Oliveira/divulga��o )

Durante o per�odo mais restritivo da pandemia de COVID-19 , o festival foi obrigado a se reinventar, propondo formas de divulga��o das fotografias que se adequassem �s regras da quarentena. Al�m da solu��o mais �bvia, uma exposi��o on-line, os curadores tamb�m recorreram ao envio de imagens pelo correio e � colagem de lambe-lambes por toda a cidade.

A grande sacada, no entanto, foi a plotagem de 25 imagens nos vidros da fachada do Pal�cio das Artes. Desde abril passado, enquanto o espa�o permanecia fechado, os 400 mil pedestres e 80 mil ve�culos que circulam em m�dia diariamente na Avenida Afonso Pena puderam apreciar a galeria a c�u aberto, numa iniciativa da Funda��o Cl�vis Salgado em parceria com o FIF-BH.

“O recorte da fachada foi uma das primeiras solu��es que a gente idealizou. Aquele ponto tem um impacto e um alcance muito grandes, e trazer a exposi��o para a rua marca ainda mais o Pal�cio das Artes como um espa�o de cultura e sensibiliza��o”, afirma Eliane Parreiras, presidente da Funda��o Cl�vis Salgado.

As fotografias de artistas internacionais est�o abrigadas na galeria Amilcar de Castro, no Pal�cio das Artes, e na C�meraSete. A primeira recebe as obras de dois sul-africanos, Lebohang Kganye e Haroon Gunn-Salie, que discutem a mem�ria pol�tico-social e a representa��o das popula��es negras da �frica do Sul, e o conceito de democracia que organiza as estruturas de poder.

A C�meraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais exibe imagens que levantam o questionamento sobre o uso de algoritmos e softwares na distor��o das fotografias. Por meio da artificialidade da imagem, as obras lidam ainda com quest�es ambientais, como o impacto da superprodu��o de pl�stico no meio ambiente.

"Nowruz Sayadeen, O ano-novo do pescador", de Huda Abdulmughini, � um dos trabalhos internacionais expostos na C�meraSete� (foto: Huda Abdulmughini/ Divulga��o )

Na Galeria Arlinda Corr�a Lima, entre os trabalhos que tematizam viola��es dos direitos humanos e desigualdade est� o do Grupo Garapa, composto por Rodrigo Marcondes e Paulo Marcelo Fehlauer. Em seu projeto, denominado “Sob ataque”, a dupla capturou explos�es controladas com fogos de artif�cio em regi�es do Centro de S�o Paulo, no espa�o hoje conhecido como Cracol�ndia.

Paulo Marcelo conta que o projeto surgiu a partir da imagem de uma casa semidestru�da na Revolta Paulista de 1924, que ficava exatamente na regi�o da Cracol�ndia atual. “A gen/te quis usar essa opress�o e essa desigualdade como transformador da paisagem”, afirma o fot�grafo. “Para construir as imagens de uma forma contempor�nea, usamos o recurso das explos�es, que remetem a esses conflitos que est�o sempre presentes na paisagem urbana.”

O trabalho do Grupo Garapa n�o se prop�e a desenvolver imagens resolutivas em si, mas sim apresentar um conte�do provocativo, que possa conscientizar as pessoas e pressionar os gestores p�blicos.

“N�o acho que tem que ser nossa proposta criar solu��es. A gente quer criar um estranhamento e fazer pontes entre diferentes per�odos, cruzando as hist�rias e expondo os conflitos”, afirma Paulo Marcelo.

Fotoperformance


Na Galeria Genesco Murta, as fotografias trazem as perspectivas dos artistas sobre identidade, mitologia e ancestralidade. O baiano Alex Oliveira, com seu trabalho chamado de fotoperformance popular, documenta o cotidiano urbano na principal pra�a de Uberl�ndia , Ismene Mendes, fotografando pedestres e trabalhadores de rua que por ali passavam. 

“Esse conceito de fotoperformance n�o � muito popular. Eu quis ent�o fotografar cada pessoa de acordo com o que ela achava que era. Acabei tendo muito contato com trabalhadores informais. Me interessava essa ideia de como as pessoas na cidade, os trabalhadores, incorporavam uma performance para vender seu produto”, afirma Alex.

Embora o trabalho tenha sido desenvolvido tamb�m em Belo Horizonte, na Pra�a Sete, s�o as fotografias de Uberl�ndia que ganham espa�o no FIF-BH. 

Nas duas ocasi�es, Alex montou um est�dio fotogr�fico no meio dos centros urbanos e possibilitou que os fotografados pudessem retornar para retirar seus retratos.

“A gente vive um momento em que a imagem fotogr�fica est� bem mais democratizada pelo acesso a dispositivos, celulares e c�meras. Mas a presen�a do fot�grafo na rua se tornou cada vez mais rara, ent�o, quando eu instalava o est�dio, buscava invocar uma mem�ria e trazer um car�ter de interven��o urbana”, comenta o fot�grafo.

*Estagi�rio sob supervis�o da editora Silvana Arantes

Exposição de fotos na fachada do Palácio das Artes, inaugurada em abril passado, foi uma ação do festival, que teve edição on-line
Exposi��o de fotos na fachada do Pal�cio das Artes, inaugurada em abril passado, foi uma a��o do festival, que teve edi��o on-line� (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )

Onde ver -  FIH-BH

Pal�cio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro)

Galeria Genesco Murta, Galeria Arlinda Corr�a Lima e Galeria Aberta Amilcar de Castro.
>> De ter�a-feira a s�bado, das 9h30 �s 21h; domingos, das 17h �s 21h.

C�meraSete – Casa da Fotografia de MG (Av. Afonso Pena, 737, Centro). 
>> De ter�a-feira a s�bado, das 9h30 �s 20h.

Exposi��o on-line: https://www.2020.fif.art.br/


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