Bituca Universidade Popular re�ne craques da m�sica em curso pioneiro

Um time dos sonhos para qualquer estudante de m�sica vai ministrar aulas pela Bituca Universidade Popular, em Barbacena, deste m�s at� novembro. Trata-se do projeto “Bituca: de Casa”, que oferece resid�ncia a dist�ncia para baixo, bateria, clarinete, flauta, percuss�o, piano, sanfona, sax e viol�o, al�m de aulas de canto. A equipe de mestres/tutores re�ne M�nica Salmaso, Benjamim Taubkin, Nailor Proveta, L�a Freire, Toninho Ferragutti, Carlos Malta, Jorge Helder e Marco Pereira, entre outros.

A resid�ncia � gratuita e as inscri��es est�o abertas at� o pr�ximo domingo (8/08). Ser�o oferecidas 60 vagas (seis por curso) para m�sicos com endere�o em qualquer parte do mundo, desde que falem portugu�s.

TUTORIA

O projeto de 12 semanas adotar� a metodologia de tutoria rotativa desenvolvida pelo grupo Ponto de Partida, gestor e criador da Bituca. Os encontros se dar�o via plataforma Zoom. Para cada curso haver� tr�s mestres/tutores, sendo um professor da escola e outros dois convidados. A cadeira de baixo, por exemplo, conta com En�ias Xavier, que leciona na Bituca desde 2007, e os convidados Marcos Paiva e Jorge Helder, integrante da banda de Chico Buarque h� 30 anos.

Ser�o selecionados seis m�sicos por instrumento, divididos em tr�s duplas. Cada uma delas estudar� com um mestre/tutor durante quatro semanas. Ao fim desse per�odo, as duplas trocar�o de tutores. Assim, ao t�rmino das 12 semanas, os participantes ter�o trabalhado diretamente com os tr�s mestres/tutores. As aulas semanais e ter�o dura��o de duas horas.

Regina Bertola, diretora-geral do grupo Ponto de Partida e da Bituca Universidade Popular de M�sica, diz que a escolha dos nomes que integram a portentosa equipe docente se deu entre os pr�prios professores da escola.

“Perguntamos a eles quem achavam importante para compor a equipe. Quem toca sanfona? Quem pode ser refer�ncia na flauta? E no viol�o? Assim fomos chegando aos nomes, pensando em m�sicos com estilos diferentes, mas que t�m em comum a performance de excel�ncia. Eles n�o param, o crescimento deles � cont�nuo”, destaca.

Assim como ocorreu com o Ponto de Partida – que tanto em 2020 quanto neste ano manteve sua tradicional resid�ncia art�stica, por�m de forma remota –, a ideia do projeto “Bituca: de Casa” veio da necessidade de manter a escola em movimento durante o per�odo de isolamento social.

“Desde o in�cio da pandemia, temos pensado em como adotar modelos remotos que n�o sejam paliativos. Estamos sempre buscando encontrar a��es mais permanentes, fizemos a resid�ncia art�stica em teatro com o Ponto de Partida e deu muito certo. Da� tivemos esse clique para a Bituca. Se existe uma coisa boa que o isolamento propicia, � justamente voc� n�o precisar ficar isolado, � poder trabalhar com pessoas �s quais voc� n�o teria acesso”, diz Regina.

“Como eu traria o Toninho Carrasqueira, o Teco Cardoso ou a M�nica Salmaso para Barbacena durante tr�s meses? Vamos usar a coisa boa que a pandemia trouxe, o acesso a v�rias pessoas em qualquer lugar do mundo”, afirma a diretora do Ponto de Partida, ressaltando a generosidade dos convidados que se dispuseram a participar.

amor Essa generosidade se deve � rela��o que muitos deles j� mantinham com a Bituca Universidade Popular. � o caso, por exemplo, de Monica Salmaso. “Conhe�o a Bituca j� h� alguns anos, estive na sede deles, onde fiz um show, passei duas tardes l�. � muito emocionante quando voc� v� um trabalho de tantos anos dedicado ao ensino da arte. E � tudo feito com amor, n�o tem nada mais ou menos ali”, elogia a cantora paulista.

“� um lugar muito lindo, onde as coisas s�o feitas a muitas m�os e com a preocupa��o de formar pessoas, n�o s� artistas. Eles t�m um projeto muito s�rio, h� muito tempo. Poder me vincular a isso �, por si s�, motivo de grande felicidade”, diz M�nica Salmaso, endossando a opini�o de Regina sobre as possibilidades do modelo remoto, for�osamente adotado ou ampliado em fun��o da pandemia.

“Essa hist�ria da pandemia trouxe uma impossibilidade grande de fazer coisas presenciais. Estamos sem trabalhar desde mar�o do ano passado, mas, ao mesmo tempo, esse cen�rio abriu algumas janelas de oportunidades, como esta, um trabalho de educa��o que chega a muito mais gente”, destaca, citando, ainda, a Escola Port�til de M�sica, no Rio de Janeiro, que agora oferece aulas para uma turma de alunos japoneses.

“A situa��o que estamos vivendo neste momento faz com que eu consiga, por exemplo, ser professora da Bituca Universidade Popular de M�sica, o que eu n�o conseguiria de outra forma. Ent�o, estou muito feliz, tamb�m porque montaram um time superbacana de professores”, salienta a cantora.

M�nica ressalta o fato de os 30 mestres/tutores do projeto fazerem parte da mesma “bolha”. “Voc� comp�e uma coisa que tem identidade. N�o � � toa que muitos de n�s nos conhecemos. A gente se conhece porque se combina na forma de compreender a arte, o ensino, e � a partir desses valores que a gente acaba se encontrando na vida e no trabalho. Vi agora h� pouco o teaser de chamada do projeto, tinha gente ali que conhe�o muito bem e nem sabia que estava no time de professores. Tem a ver com afinidade”, aponta.

Baterista do premiado Trio Corrente – vencedor de dois pr�mios Grammy –, Edu Ribeiro, que dar� aulas no projeto, mant�m rela��o de afeto com a institui��o mineira. O primeiro contato dele com a escola e seus professores ocorreu em 2019. Desde ent�o, Edu est� ligado ao corpo docente, especialmente a outros dois mestres/tutores de sua c�tedra no projeto “Bituca: de Casa”, Gladston Vieira e Lincoln Cheib.

“Fizemos l� um encontro com o Trio Corrente que foi muito legal, mas ligeiro. Agora estou muito empolgado com esse curso, justamente por ser um contato maior, com 12 encontros programados. D� para fazer um trabalho muito mais aprofundado. Al�m de ser um prazer, � uma honra estar no meio de tantos craques. E � uma sorte incr�vel que todos eles sejam amigos. Sou muito feliz por fazer parte dessa gera��o de m�sicos”, diz.

O baixista En�ias Xavier, um dos professores mais antigos da escola de Barbacena, afirma que maior do que a oportunidade de adquirir conhecimento te�rico � a possibilidade de compartilhamento, que faz do projeto “Bituca: de Casa” uma iniciativa t�o robusta.

“Enquanto estava lecionando antes da pandemia, a gente parava aula no meio, ia lanchar com os alunos, conversar, contar nossas experi�ncias, isso tudo fazia parte da aula. � pr�-requisito ser m�sico atuante para ser professor l�. Ent�o, nesse projeto, a gente deve continuar com a concep��o de tentar passar o que vivemos com a m�sica at� agora e como a gente est� se reinventando, al�m do que projetamos para o momento p�s-pandemia. O modelo de ensino passa pela ideia do compartilhamento de experi�ncias profissionais e de vida”, explica.

O clarinetista Caetano Brasil, que foi aluno da Bituca Universidade Popular de M�sica de 2010 a 2014 e participou, como instrumentista, de alguns espet�culos do Ponto de Partida, comemora poder integrar oficialmente o corpo de professores da escola. 

fronteiras “No modelo remoto, voc� perde o contato presencial, mas expande as fronteiras, pode chegar a qualquer pessoa do mundo. Al�m do meu trabalho art�stico, tenho dado muitas aulas, atendendo a demanda de alunos que antes n�o tinha tempo de atender. Estou experimentando o ensino remoto com bastante intensidade durante este per�odo de pandemia”, comenta.

 “Arte, voc� aprende na pulsa��o do artista”, pontua Regina Bertola, exaltando a metodologia do grupo Ponto de Partida adotada pelo “Bituca: de Casa”, em que o aluno vai trocando de tutor.

“O aprendizado est� na sua m�o, voc� seleciona, a partir de um monte de informa��es, o que � importante para voc�. Nossa resid�ncia ainda tem uma coisa incr�vel: apenas dois residentes para um mestre. � muito individual, exclusiva. E gratuita. Uma forma��o dessas � muito cara para o m�sico jovem, porque os mestres s�o artistas referenciais, alguns de renome internacional”, destaca.

A concorr�ncia � grande e a sele��o dos residentes – a cargo dos pr�prios mestres/tutores e da equipe da Bituca – ser� muito dif�cil, diz Regina. Na abertura das inscri��es, em 26 de julho, 60 candidatos se apresentaram nas primeiras duas horas, vindos de 15 estados e tamb�m da Argentina.

A boa recep��o aponta para a continuidade do projeto. “A gente tem refletido muito sobre adotar, quando pudermos retomar as aulas presenciais, um modelo h�brido para manter esse tipo de experi�ncia. Ela vem sendo muito bem-sucedida, mas � algo novo, in�dito, acho que a primeira experi�ncia do tipo no Brasil. Ent�o, temos de avaliar: se ela for fecunda, n�o pode parar, porque � muito forte. Tem de ficar a reflex�o sobre o que a pandemia nos obrigou a fazer e quais dos caminhos que a gente encontrou podem ser permanentes”, pondera Regina Bertola.

En�ias Xavier, Jorge Helder e Marcos Paiva

Edu Ribeiro, Gladston Vieira e Lincoln Cheib

Andrea Amendoeira, Babaya e M�nica Salmaso

Caetano Brasil, Joana Queiroz e Nailor Proveta

L�a Freire, Mauro Rodrigues e Toninho Carrasqueira

Marco Lobo, Paulo Santos e Serginho Silva

Benjamim Taubkin, F�bio Torres e Felipe Moreira

Eliomar Landim, Nonato Lima e Toninho Ferragutti

Carlos Malta, Cl�ber Alves e Teco Cardoso

Gilvan de Oliveira, Leandro do Carmo e Marco Pereira

» Preencher a ficha de inscri��o e responder a perguntas do question�rio, em https://bituca.org.br/inscricoes-2/bituca-de-casa/.

» Anexar, no campo “link para o v�deo-m�sica”, um v�deo simples, caseiro, tocando uma m�sica de que goste, no instrumento para o qual voc� est� se inscrevendo ou cantando (se estiver se inscrevendo para canto). O v�deo deve ser gravado especialmente para esta sele��o. N�o poder� ser editado e deve ter dura��o m�xima

de dois minutos.

» Anexar, no campo “link para o videotexto”, um v�deo simples, caseiro, dizendo o motivo de voc� querer participar do projeto “Bituca: de Casa”, com dura��o m�xima de dois minutos.

» Em respeito aos protocolos de sa�de e distanciamento social, voc� deve tocar ou cantar sozinho ou com playback. Se for acompanhado, que seja por um instrumentista que more com voc�.

» Os v�deos devem ser gravados sem edi��o e estar nas plataformas YouTube ou Vimeo, sem senha de acesso e n�o listados.