(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas LITERATURA

Em edi��o virtual, FLI-BH realiza debate, saraus e rodas de leitura

Programa��o do Festival Liter�rio Internacional de Belo Horizonte come�a nesta ter�a-feira (10/08). Todas as atividades s�o gratuitas


09/08/2021 04:00 - atualizado 09/08/2021 07:16


Guiada pelo desejo de um futuro menos nebuloso, iluminado pelo poder da leitura e da educa��o, come�a nesta ter�a-feira (10/08) a 4ª edi��o do Festival Liter�rio Internacional de Belo Horizonte (FLI-BH). At� o pr�ximo dia 20, est�o programadas mais de 100 atra��es, com a participa��o de autores, artistas, pesquisadores e profissionais convidados do Brasil e do exterior, conforme o nome do evento indica.

O festival promover� confer�ncias, mesas de debate, exposi��es, oficinas, semin�rio de bibliotecas, rodas de leitura, narra��o de hist�rias e saraus, elaborados para atender todas as faixas et�rias de p�blico. A programa��o, integralmente virtual, � gratuita e poder� ser acompanhada pelo Portal Belo Horizonte, com tradu��o em libras, audiodescri��o e legendagem.

O tema escolhido para nortear esta edi��o, “Virando a p�gina: livro e leitura tecendo amanh�s”, sintetiza o anseio dos organizadores. Com curadoria de Ana Elisa Ribeiro e Madu Costa , o 4º FLI-BH tem entre seus convidados L�o Cunha (BH), Fabr�cio Marques (BH), Rog�rio Coelho (BH), Odilon Esteves (BH), �guida Alves (Sabar�), Santiago Reis (BH), Carol Fedatto (BH), Rubem Filho (BH), Isaac Luis (BH), Carol Fernandes (BH), Mariana Ianelli e Kiusam de Oliveira (SP), Geovani Martins (RJ), Jeferson Ten�rio (Porto Alegre), Mar�a Jos� Ferrada e Sara Bertrand (Chile) e Marielle Mac� e Gis�le Sapiro (Fran�a), entre outros. 

O evento conta, ainda, com a participa��o de autores de Angola, da Argentina e de Mo�ambique, o que permite uma rica troca de experi�ncias acerca de escritas e leituras e sobre uma agenda comum para o livro e a cria��o liter�ria.

A homenageada desta edi��o � Maria Mazarello Rodrigues, mais conhecida como Mazza. Pela primeira vez, o festival decidiu homenagear uma profissional da edi��o e em atividade – as homenagens anteriores foram p�stumas. 

Com percurso marcado pelo envolvimento com as quest�es sociais, pol�ticas e culturais do pa�s, Mazza criou e dirige a casa editorial que leva seu nome – a Mazza Edi��es. Mulher negra, ela tamb�m � uma das fundadoras da Editora do Professor e da Editora Vega. Ana Elisa Ribeiro diz que sua primeira fun��o, ao lado de Madu Costa, foi decidir quem seria a pessoa homenageada nesta edi��o e o tema central, que geraria tamb�m um t�tulo geral para o evento.

“Decidimos homenagear uma pessoa em vida, algo que n�o havia acontecido ainda. Escolher a Mazza foi fac�limo. Minha reuni�o com Madu n�o durou nem 10 minutos. A gente riu muito”, diz a curadora. Ela aponta que “Mazza � uma esp�cie de unanimidade no nosso meio editorial. � uma mulher dos livros, fez acontecer livros a vida inteira, tem uma trajet�ria de luta, � corajosa, apostadora e ganhadora. Comemorou seus 80 anos este ano, 40 s� da sua editora”. E conta que “o fato de homenagearmos uma mulher negra editora guiou uma parte de nossas inten��es depois, para pensar a programa��o”.

Madu Costa faz coro com Ana Elisa. “Depois de ter feito um mestrado em Paris sobre editora��o, Maria Mazzarelo, olhando o Brasil l� de fora, pensou: ‘Eu preciso abrir uma editora e prestigiar o povo preto que escreve e produz literatura de qualidade e que o mercado n�o absorve’. A partir de 2003, a Mazza ampliou a publica��o de literatura infantil afro-centrada, e eu fui contemplada com diversas publica��es. Meu livro ‘Meninas negras’, � um sucesso editorial que nem sei dizer o tamanho. Meu nome est� projetado no Brasil e no exterior, em Mo�ambique, onde tamb�m tenho obras publicadas, gra�as � Mazza. Tem a ver com a perman�ncia da luta antirracista por meio da literatura”, diz.

ABERTURA 

A pauta �tnico-racial, a prop�sito, � o que guia a confer�ncia de abertura do 4º FLI-BH, com o poeta e ensa�sta Edmilson Pereira Resende, que vai falar sobre o tema “Editorias negras no Brasil: notas sobre ser estrangeiro em sua pr�pria terra”, com media��o das curadoras. 

“O Edmilson observou que o povo preto no mercado editorial brasileiro � estrangeiro dentro do pr�prio pa�s. Precisamos de todo tipo de mecanismos para ter visibilidade e sermos ouvidos. Ele vai explicar o que � essa condi��o. Eu e Ana Elisa vamos fazer a media��o, deixando a palavra com ele e costurando, ao longo de duas horas de confer�ncia, o que ele disser”, diz Madu.

O trabalho da curadoria na escolha dos convidados e dos temas a serem debatidos foi foi marcado pela sintonia, segundo ela. “N�s nos entendemos com muita facilidade, houve uma conex�o de conceitos. N�s indicamos v�rios autores e validamos muitas indica��es. Era uma equipe de nove mulheres na curadoria geral e na produ��o. Eu e Ana Elisa pesquisamos muitos nomes, indicamos muitas mesas, pessoas de Belo Horizonte, de fora de Minas e do Brasil. Eu, por exemplo, briguei muito para que houvesse uma equidade �tnico-racial. O n�mero de pessoas negras, autoras, ilustradoras, editoras, � muito significativo”, diz Madu.

Sobre o tema definido pela curadoria, Ana Elisa afirma: “Acho que todo mundo est� sonhando com mudan�a, com um pouco de alegria, com uma m�nima vis�o de futuro. Meu filho me disse, umas semanas atr�s, que n�o se v� no futuro, aos 17 anos de idade. Eu n�o sentia isso na minha juventude. Por muitas raz�es, n�s estamos precisando virar a p�gina. E os livros, a leitura e a educa��o s�ria, emancipadora, fazem parte disso”. 

O t�tulo do festival, afirma Ana Elisa, foi escolhido “em tom de esperan�a, e ao mesmo tempo � de trabalho. Da� em diante foi pensar em temas de mesas e oficinas, pensar em pessoas que entendem desses riscados. Claro que nossa lista de poss�veis convidados e convidadas era ainda muito maior do que a programa��o do FLI comporta, mas fazer curadoria � isso: equilibrar o desejado e o poss�vel”.

A secret�ria municipal de Cultura e presidenta interina da Funda��o Municipal de Cultura, Fab�ola Moulin, acentua o significado do tema escolhido para o festival este ano. “Acredito que o tema desta edi��o, que nos convida a olhar para o futuro, ‘tecer amanh�s’ por meio dos livros e da leitura, n�o poderia ser mais oportuno. Estamos ansiosos para estarmos juntos, virtualmente, ao longo desses 11 dias de festival", diz. 

“O FLI BH ser� o primeiro festival que a Prefeitura realiza em uma edi��o completa ap�s o in�cio da pandemia, e estamos animados em proporcionar � popula��o da cidade uma programa��o ampla e muito diversa, que provoca reflex�es que consideramos bastante relevantes sobre os livros e a literatura e o papel que eles exercem na forma��o dos cidad�os”, acrescenta.

A despeito da lista de convidados nacionais e internacionais do festival, � not�vel a presen�a de autoras e autores de Belo Horizonte no 4º FLI-BH, o que, conforme Madu Costa, atesta a pot�ncia atual da literatura na capital mineira. 

“A equipe foi muito l�cida no sentido de destacar a prata da casa e de irradiar isso, porque � um festival internacional. Temos que trabalhar pelo reconhecimento dos nossos e das nossas. Isso esteve muito no colo da equipe, a vontade de privilegiar os talentos locais, que n�o s�o poucos. Claro que n�o conseguimos abarcar todo mundo, at� porque � um festival internacional, mas a gente n�o perdeu esse foco”, afirma.

G�NEROS 

Madu ressalta, ainda, a diversidade de temas e a��es que a 4ª edi��o do FLI-BH contempla. Ela aponta que a programa��o inclui literatura digital, discuss�es sobre processos de editora��o, o cinema que tem livros como refer�ncia ou mote, cenas teatrais, clubes de leitura, saraus e rodas de conversas. 

“A curadoria buscou ampliar os g�neros liter�rios para oferecer uma programa��o que abrace as diversas linguagens da leitura. Estamos trazendo a literatura de cordel, a literatura do slam, as poligrafias e outros g�neros pelo mundo afora. Esta edi��o refor�a o quanto Belo Horizonte reconhece o FLI-BH como um espa�o para falar de inclus�o, uma pauta urgente e necess�ria para a nossa cidade”, salienta. 

Madu diz que a organiza��o “est� feliz e com esperan�a que o p�blico brasileiro e do exterior abrace nosso festival. Inclusive estamos convocando as escolas, que est�o voltando com aulas presenciais, para que transformem os debates do FLI-BH em aulas magnas nesse per�odo. Um festival de literatura oferece conte�do para formar leitores, pensadores, e vai estar tudo a�, de gra�a”.

As atividades seguem at� o dia 20 de agosto com oficinas de forma��o, oficinas de sensibiliza��o, oficina “Primeira inf�ncia”, rodas de leitura, narra��o de hist�rias, clube de leitura, sarau, performance de ilustra��es e podcasts. 

A programa��o traz, ainda, mesas de debates com Luc�a Tennina (Argentina), Tadeu Sarmento (BH), Paula Abramo (M�xico), Jarid Arraes (Juazeiro do Norte, CE), S�rgio Karam (Porto Alegre, RS), entre outros. 

Tamb�m comp�em a programa��o exibi��es de entrevistas com nomes como a francesa Marielle Mac�, o mo�ambicano Nataniel Ngomane e a brasileira Dalva Maria Soares; e o semin�rio “Adolescer: sujeitos e percursos liter�rios”, que ser� realizado em comemora��o aos 30 anos da Biblioteca P�blica Infantil e Juvenil de Belo Horizonte e vai tratar da rela��o do adolescente com a leitura, em uma confer�ncia e tr�s mesas de debates com a participa��o de Bel Santos Mayer (SP), Nilma Lacerda (RJ), Sara Bertrand (Chile), Geovani Martins (RJ) e Roberta Estrela D’Alva (SP), entre outros convidados.

Festival Liter�rio Internacional de BH 2021
Desta ter�a-feira (10/08) a 20/08. On-line e gratuito. Mais informa��es na plataforma de realiza��o do Festival (fli.pbh.gov.br).


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)