(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas LUTO

Morre Paulo Jos�, que deixa rico legado na TV, cinema e teatro do Brasil

Ator e diretor brilhou em seis d�cadas de carreira. Enfrentou os anos de chumbo, conquistou as crian�as como Shazan e n�o se dobrou ao Mal de Parkinson


11/08/2021 20:23 - atualizado 11/08/2021 23:56

O ator lutava contra o Mal de Parkson há 28 anos(foto: Reprodução Instagram)
O ator lutava contra o Mal de Parkson h� 28 anos (foto: Reprodu��o Instagram)
O Brasil perdeu ontem um de seus artistas mais importantes. Uma pneumonia tirou de cena o ator e diretor Paulo Jos�, de 84 anos, que enfrentou por mais de duas d�cadas o Mal de Parkinson – diante dos holofotes e fora deles. O artista estava internado h� 20 dias, no Rio de Janeiro. Deixa a mulher, Kika Lopes, e quatro filhos: Ana, Bel e Clara Kutner, de seu casamento com a atriz Dina Sfat (1938-1989), al�m Paulo Henrique Caruso, de seu relacionamento com Bethy Caruso. Ele foi casado tamb�m com as artistas Carla Camuratti e Zez� Polessa.
 
Foram 60 anos de dedica��o ao of�cio, exercido com brilho no teatro, na televis�o e no cinema. Paulo Jos� conquistou o pa�s como Shazan, personagem da novela “O primeiro amor”, lan�ada em 1972 pela TV Globo, ao lado do divertido Xerife (Fl�vio Migliaccio). O imenso sucesso deu origem � s�rie “Shazan, Xerife e Cia.”. Escrita, dirigida e estrelada pela dupla, a atra��o fez a alegria da garotada de 1972 a 1974.

CINEMA NOVO Shazan revelou Paulo Jos� para o p�blico que desconhecia importantes trabalhos dele, que foi um dos destaques do Cinema Novo. Em 1969, havia feito o papel de Branca no filme “Macuna�ma”, de Joaquim Pedro de Andrade. Ali�s, o ator estreou no cinema ao rodar em Minas Gerais o longa “O padre e a mo�a” (1965), tamb�m com Joaquim Pedro, inspirado em poema de Carlos Drummond de Andrade.
 
Foram dezenas de filmes, todos destaques da cinematografia nacional – entre eles, “Todas as mulheres do mundo” (1966), “Edu cora��o de ouro” (1968), “O rei da noite” (1975), “Eles n�o usam black tie” (1981), “Ilha das flores” (1989), “Menino maluquinho” (1995), “Policarpo Quaresma” (1998), “O homem que copiava” (2003), “Quincas Berro D'�gua” (2010) e “O palha�o” (2011).
 
Paulo se descobriu artista em Bag�, no col�gio dos padres salesianos, aos 10 anos. Nascido em 10 de mar�o de 1937, em Lavras do Sul (RS), ele criou o Teatro de Equipe, com Paulo Cesar Pereio, Lilian Lemmertz e Itala Nandi, em Porto Alegre, em 1955. Ator amador, fez vestibular para medicina e arquitetura, mas decidiu-se pelos palcos.
 
O jovem artista se mudou para S�o Paulo nos anos 1960. Foi de tudo no Teatro de Arena: figurinista, ator, contrarregra, diretor musical, produtor. Em 1961, estreava nos palcos paulistanos com “Testamento de um cangaceiro”, de Chico de Assis.
 
Paulo Jos� resistiu � ditadura militar com sua arte, ao lado dos companheiros de gera��o e de sua mulher na �poca, Dina Sfat. Dirigiu e atuou na montagem carioca de “Arena conta Zumbi”, fez Brecht (“Os fuzis da senhora Carrar”), Maquiavel (“A mandr�gora”) e Gianfrancesco Guarnieri (“O filho do c�o”). Ganhou o Pr�mio Moli�re em 1987 com a pe�a “Delicadas torturas”, de Harry Kondoleon.
 
A feliz parceria com a trupe mineira do Grupo Galp�o, iniciada em 2002, rendeu montagens memor�veis de “O inspetor geral” (2003) e “Um homem � um homem” (2005), entre outros projetos. “Tem gente que monta pe�a e tem gente que faz teatro. O Galp�o faz teatro”, afirmou, certa vez.
 
Ele tamb�m dirigiu as pe�as “Um navio no espa�o” (2009), com a filha Ana Kutner, e “Hist�rias de amor l�quido” (2011), com Ana e a outra filha, Bel.
 
A televis�o fez de Paulo Jos� um artista popular. Ingressou na TV Globo em 1969, atuando em “V�u de noiva”, novela de sucesso de Janete Clair. Em 1970, foi o cafajeste Samuca de “Assim na terra como no c�u”, de Dias Gomes.
 
Diretor talentoso, comandou v�rios epis�dios de “Caso especial”. Atuou em “Somos todos do jardim de inf�ncia (1972), escrito e dirigido por Domingos Oliveira.
 
Telenovelas na Globo foram v�rias: “Supermanoela” (1974), “O casar�o” (1976), “Tieta” (1989), “Araponga” (1990), “Vamp” (1991), “Explode cora��o” (1995), “Por amor” (1997) e “Senhora do destino” (2004), entre outras. No folhetim “Em fam�lia” (2014), seu personagem sofria de Parkinson, assim como ele.
 
Inquieto, fez parte da equipe do programa “Voc� decide”, que estreou em 1992 e inovou a linguagem da televis�o brasileira. Dirigiu as antol�gicas miniss�ries “Agosto” (1993), adapta��o de Jorge Furtado e Giba Assis Brasil do romance de Rubem Fonseca; “Memorial de Maria Moura” (1994), adaptada por Jorge Furtado e Carlos Gerbase da obra de Rachel de Queiroz; e “Incidente em Antares” (1994), adapta��o de Nelson Nadotti e Charles Peixoto do livro hom�nimo de Erico Verissimo.
 
Em 2000, foi o padre Sim�o em “A muralha”, miniss�rie de Maria Adelaide Amaral e Jo�o Emanuel Carneiro.

PARKINSON O ator e diretor n�o se dobrou ao Parkinson – conviveu com a doen�a por 28 anos. Descobriu-se parkinsoniano em 1993, ap�s intensa jornada de trabalho na Globo com “Voc� decide especial”. Ao tomar caf� da manh�, percebeu que o corpo deixara de obedecer ao c�rebro.
 
Tratou-se nos EUA e no Brasil, dizia viver num “parkinson de divers�es”.
Enfrentou as sequelas, teve depress�o. Mas n�o se entregou. Participou de um programa “Roda viva” em que perdeu o controle da m�o, pois tomara rem�dios para tentar se sair bem ao vivo. “O tiro saiu pela culatra”, contou.
 
Paulo Jos� dizia tamb�m que o Parkinson era seu companheiro de trabalho, pois, em parceria com ele, dirigiu pe�as, participou de filmes e fez programas de TV.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  




receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)