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Estado de Minas CINEMA

'Ema', filme visceral do chileno Pablo Larra�n, estreia nas salas de BH

Mariana Di Gir�lamo e Gael Garc�a Bernal protagonizam o drama da jovem bailarina �s voltas com a fome de sexo, crise no casamento e maternidade


12/08/2021 04:00 - atualizado 12/08/2021 07:19

O cineasta Pablo Larraín usa cores fortes e imagens intensas para narrar o drama da bailarina Ema e do coreógrafo Gastón (foto: IMOVISION/DIVULGAÇÃO)
O cineasta Pablo Larra�n usa cores fortes e imagens intensas para narrar o drama da bailarina Ema e do core�grafo Gast�n (foto: IMOVISION/DIVULGA��O)

� dif�cil alinhar a hist�ria com a realidade. Tampouco n�o � f�cil ter empatia pela personagem-t�tulo. Mas “Ema”, filme do cineasta Pablo Larra�n que estreia nesta quinta-feira (12/08) nos cines Una Belas Artes e Ponteio, atinge o espectador em cheio pela estranheza e pela est�tica visceral. � tudo muito: cor, m�sica, corpos. N�o h� meias-medidas.

Uma esp�cie de retorno para casa, “Ema” foi criado entre os dois filmes em ingl�s do diretor chileno: “Jackie” (2016) e o in�dito “Spencer” (2021), sobre o fim do casamento de Lady Di com o pr�ncipe Charles, que compete, em setembro, pelo Le�o de Ouro em Veneza. Aqui o cen�rio � a cidade portu�ria de Valpara�so, que o turista conhece pela casa de Pablo Neruda e pela arquitetura colorida.

REGGAETON

Ema (Mariana Di Gir�lamo) � uma das bailarinas da companhia de dan�a de vanguarda de Gast�n (Gael Garc�a Bernal). Mas seu palco � mesmo a rua. Com um grupo de amigas, dan�a o reggaeton em qualquer lugar que seja da cidade, para desespero de Gast�n, que abomina o ritmo repetitivo. Ema � tamb�m mulher do core�grafo – 12 anos mais velho –, e o casamento est� indo ladeira abaixo.

O casal, que sempre sonhou em ter uma fam�lia (houve v�rias tentativas para Ema engravidar, at� que se descobriu que Gast�n � est�ril), adotou Polo (Crist�an Su�rez) quando tinha 7 anos. Menos de um ano depois, devolveram o garoto quando o comportamento dele fugiu do controle – na verdade, o menino ateou fogo em algu�m.

O tom de trag�dia do in�cio vai se transformando rapidamente quando passamos a acompanhar a loucura que atinge os personagens. Gast�n e Ema culpam um ao outro pelo que ocorreu com a crian�a. As obsess�es sexuais da dupla seriam o motivo da bagun�a na cabe�a de Polo.

A partir deste momento, o longa vai para outro caminho. A c�mera de Larra�n se fixa na protagonista (algo que ele havia feito em “Jackie”). Os cabelos descoloridos, o corpo mignon atl�tico e o olhar permanentemente vazio s�o a marca da bailarina. As cores em neon dominam a cena. Ela faz improvisos de dan�a em todos os lugares de Valpara�so, consegue um lan�a-chamas e passa a queimar carros na cidade. Ema abandona o casamento e d� in�cio a uma s�rie de relacionamentos sexuais.

Gast�n � deixado de lado. A presen�a de Gael Garc�a Bernal, ator recorrente na obra de Larra�n (“No”, 2012, e “Neruda”, 2016), torna-se secund�ria, quase um aux�lio luxuoso para a jovem atriz Mariana Di Gir�lamo. Outro nome de destaque do elenco, Santiago Cabrera, tamb�m entra na hist�ria como o bombeiro An�bal para dar suporte � protagonista.

VOYEUR

O filme tem seus melhores momentos justamente quando deixa de lado a hist�ria que se prestou a contar. Duas montagens levam o espectador a um olhar voyeur�stico para a personagem. Uma sequ�ncia de dan�a e outra de sexo, em que Ema, com seus m�ltiplos parceiros e parceiras, demonstra sua fome sexual. � o sexo que guia a protagonista em suas a��es e na vontade desmedida de construir uma fam�lia.

As sequ�ncias imag�ticas v�o se sucedendo at� que na parte final o vi�s narrativo volta. Como um contorcionista, Larra�n consegue fechar todas as pontas dessa hist�ria estranha, por vezes desagrad�vel, mas que faz com que o espectador n�o tire o olho da tela.


“EMA”
(Chile, 2019, 102min, de Pablo Larra�n, com Mariana Di Gir�lamo e Gael Garc�a Bernal) – Ap�s uma trag�dia, casal decide devolver seu filho adotivo. Enquanto o casamento desmorona, a mulher, uma dan�arina, faz de tudo para voltar a ser m�e. Em cartaz no Una Cine Belas Artes 1, �s 15h e 20h40, e no Ponteio 4, �s 19h e 21h20.


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