(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas DOCUMENT�RIO

Conhe�a Luana Muniz, a travesti que fez hist�ria na Lapa carioca

Filme de Rian C�rdova e Leonardo Menezes resgata a trajet�ria da ativista LGBTQIA+ admirada por Gloria Perez, Alcione e padre Fabio de Melo


12/08/2021 04:00 - atualizado 12/08/2021 07:12

Documentário em cartaz em BH resgata a trajetória de Luana Muniz, a ''Rainha da Lapa'' (foto: Guilherme Correa/divulgação)
Document�rio em cartaz em BH resgata a trajet�ria de Luana Muniz, a ''Rainha da Lapa'' (foto: Guilherme Correa/divulga��o)

Fruto de mapeamento da cena LGBTQIA+ carioca empreendido pelos diretores Rian C�rdova e Leonardo Menezes a partir de 2015, entra em cartaz nesta quinta-feira (12/08), no UNA Cine Belas Artes, o document�rio Luana Muniz – Filha da lua”, focado na c�lebre travesti conhecida como “Rainha da Lapa”. Ela ganhou proje��o a partir de sua participa��o no programa “Profiss�o rep�rter”, em 2010, com o bord�o “travesti n�o � bagun�a!”, que virou at� letra de funk.

Luana, que morreu em 2017, aos 56 anos, devido a uma pneumonia, saiu de casa na adolesc�ncia para se prostituir, modificou seu corpo ao longo da d�cada de 1970, durante a ditadura, e trabalhou em diversos pa�ses da Europa. Na volta ao Brasil, criou e administrou um casar�o na Lapa que hospedava travestis.

SERM�O

A �ltima temporada da pe�a “Gisberta”, com Luis Lobianco, prestou homenagem a Luana Muniz. Gloria Perez a citou na novela “A for�a do querer”. E padre Fabio de Melo fez um famoso serm�o inspirado nela. S�o muitas as hist�rias curiosas, da aproxima��o com a cantora Alcione a fofocas engra�adas que envolvem as atrizes Luma de Oliveira e Elke Maravilha. Tudo isso faz parte de “Luana Muniz – Filha da lua”, que traz depoimentos da protagonista e de personalidades com quem conviveu.

“Produzimos o document�rio ao longo de quatro anos. O depoimento que ela nos deu direcionou as outras entrevistas, com pessoas que faziam parte da vida, amigos �ntimos – de atores transformistas a artistas famosos, como Alcione, padre Fabio de Melo e Luis Lobianco. A estrutura do document�rio se divide entre o per�odo em que ela estava viva e ap�s sua morte”, diz Rian C�rdova.

O diretor j� conhecia Luana, que se definia como “puta atriz”, pois conciliava as duas profiss�es. Os dois ficaram mais pr�ximos a partir do document�rio “Sobrevivendo a supostas perdas”, tamb�m realizado em parceria com Leonardo Menezes, em 2016, sobre a transformista Lorna Washington – o primeiro produto resultante do mapeamento da cena LGBTQIA realizado pela dupla. Luana e Lorna contracenavam em espet�culos em teatros e cabar�s.

Rian revela que o que mais o impressiona na hist�ria de Luana s�o as a��es dela ap�s voltar da Europa. “Ela veio trazendo dignidade para o ambiente das profissionais do sexo, porque essa era uma escolha dela”, ressalta.

O cineasta destaca a forma como ela organizou o coletivo que ainda hoje mant�m endere�o na Lapa. “Luana montou um casar�o, onde alugava quartos para travestis, e se colocou como refer�ncia no sentido de cuidar do comportamento, da preven��o de doen�as e dos direitos daquela comunidade. Era uma figura t�o forte como foi Madame Sat�.”

marmitas De acordo com o diretor, ela n�o apenas dava suporte a travestis, mas conduzia a��es sociais como a distribui��o de marmitas para moradores de rua.

O document�rio aborda a vida de sua personagem de forma “n�o higienizada”, afirma Rian, “porque ser humano � ser bom e ser mau”. A narrativa dialoga com a est�tica dos videoclipes, principalmente com o intuito de alcan�ar os jovens.

“Como fiz parte de equipes de promo��o da Globo, trabalhei com muito trailer, ent�o � uma coisa que tem a ver com minha linguagem. N�o � um document�rio cl�ssico, ele tem um ritmo bem r�pido, mas, claro, preservando todas as falas, sem atropelar nada”, explica.

O projeto de mapeamento da cena LGBTQIA carioca pretende registrar um per�odo e um contexto sobre o qual pouco se fala, que se torna cada vez mais distante e apagado da mem�ria, informa o diretor.

“Hoje, voc� pode ir a uma boate gay e documentar o que est� acontecendo l�, mas nos anos 80 e mesmo nos anos 90 isso n�o era poss�vel. A gente est� pesquisando arquivos n�o s� no Rio de Janeiro, mas tamb�m em S�o Paulo e em Belo Horizonte, onde estive pouco antes da chegada da pandemia e entrevistei o professor Luiz Morando. Ele tem material documental muito importante, com jornais retratando essas personagens desde o in�cio do s�culo 21”, diz o cineasta.


NOVO PROJETO

Rian C�rdova revela que o pr�ximo passo � a realiza��o de um document�rio focado no universo LGBTQIA , abordando o tema nos �mbitos pol�tico e art�stico.

“H� nomes como Beto de Jesus, um dos criadores da Parada Gay de S�o Paulo; Renan Chinaglia, advogado de direitos humanos, jovem e muito comprometido com a causa; Renata Carvalho, atriz trans que encenou a pe�a ‘O evangelho segundo Jesus, rainha do c�u’; o cantor e compositor Johnny Hooker e outras figuras emblem�ticas. Esse novo trabalho ser� um filme sobre o movimento, vamos abordar arte queer, envelhecimento LGBT, a��es pol�ticas e teatro de representatividade. J� tenho 80% desse projeto filmado”, adianta.

“LUANA MUNIZ – FILHA DA LUA”
(Brasil, 2017, 78 min., de Rian C�rdova e Leonardo Menezes, com Luana Muniz, Luis Lobianco, Alcione e padre Fabio de Melo) – Document�rio sobre Luana Muniz, a “Rainha da Lapa”, travesti que se dividiu entre a prostitui��o, a milit�ncia LGBT e shows em cabar�s. Em cartaz no UNA Cine Belas Artes 3, �s 18h10.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)