
A artista, de 35 anos, foi a mais controversa participante da 21ª edi��o do "Big brother Brasil", reality da Globo, tendo sido eliminada com uma rejei��o recorde de 99,17% dos votos. O comportamento de Karol no confinamento lhe rendeu acusa��es de xenofobia e abuso psicol�gico. O desgaste de sua imagem foi tal que ela chegou a perder contratos.
Desde que a edi��o do programa chegou ao fim, a rapper se desculpou pelo comportamento, lan�ou um document�rio sobre sua participa��o no programa na plataforma Globoplay e retomou a carreira musical, com os bem-sucedidos singles "Dil�vio" e "Mal nenhum". Lan�ou ainda o projeto "Vem K", que consiste em v�deos disponibilizados em suas redes sociais abordando temas acerca da sa�de mental.
CR�TICAS
No bate-papo com Mano Brown, Karol fala sobre as cr�ticas que recebeu e relembra hist�rias do passado, como a inf�ncia e a adolesc�ncia em Curitiba. Em determinado momento, ela lembra da ocasi�o em que uma professora chegou a dizer que ela n�o conseguiria resolver uma quest�o de matem�tica "porque gente preta � para limpar privada".
"Na escola, alguns meninos me batiam, e eu retrucava. Chega uma hora em que voc� cansa. Eu tinha que me defender. Depois que eu comecei a reagir, o respeito veio. Eu aprendi dessa forma: o respeito s� vem quando a gente d� uma de louca", ela afirma.
Karol tamb�m comenta os efeitos do reality em sua vida e na carreira e afirma que os ataques que sofreu foram de cunho racista. "O cancelamento real rolou. Foi o cancelamento das minhas atitudes e a tentativa de me cancelar, de me exterminar do mundo, porque seria mais f�cil ter menos uma preta atrevida para despertar a cabe�a de outras pessoas", diz.
"Eu enxergo o cancelamento como a maior experi�ncia que eu j� vivi na minha vida, para me provar que a arte resiste, que a arte muda tudo", acrescenta.
Quando saiu do confinamento e viu a repercuss�o de suas atividades no "BBB21", Karol Conk� cogitou abandonar a carreira art�stica. "Senti vontade de desistir, principalmente quando me deparei com o mal que eu tinha causado para pessoas queridas, como minha fam�lia e meus f�s, isso doeu muito em mim", ela diz.
"A gente n�o veio para perder. N�o tem segunda op��o para n�s. � o anonimato total, o abandono, ou a gl�ria. Com os negros, o Brasil n�o tem esse equil�brio. Estamos em constru��o dessa sociedade equilibrada"
Mano Brown, rapper, no podcast Mano a Mano
HATERS
"Para os 'haters', � mais gostoso quando eles t�m um motivo para odiar. Eu vou ter 70 anos e vai ter gente ainda falando sobre o que aconteceu no programa", admite.
Em v�rios momentos, Mano Brown demonstra apoio � rapper e tenta se colocar no lugar dela. "Vendo voc� falar assim, fico com a impress�o de que voc� abra�ou um pouco do que falam de voc�. Eu n�o te julgo, mas eu n�o sei se as pessoas est�o merecendo voc� pedir tanto perd�o, porque qualquer pessoa, negra, branca, artista, desempregado ou advogado agiria de forma aflorada nas mesmas condi��es que voc�", ele afirma.
"A gente n�o veio para perder. N�o tem segunda op��o para n�s. � o anonimato total, o abandono, ou a gl�ria. Com os negros, o Brasil n�o tem esse equil�brio. Estamos em constru��o dessa sociedade equilibrada", acrescenta.
Apesar da dist�ncia dos acontecimentos que marcaram o in�cio do ano para Karol Conk�, a presen�a dela como primeira convidada do podcast de Mano Brown diz muito sobre o posicionamento do projeto. No auge da pol�mica, ela foi criticada inclusive por seus pares do rap nacional. Aos que cobraram de Mano Brown um coment�rio sobre a participa��o de Karol no “BBB” ele afirmou que n�o assistia nem tinha obriga��o de assistir ao reality.
Ao que tudo indica, a controv�rsia ser� o tom dos pr�ximos 15 epis�dios desta primeira temporada. Entre os nomes confirmados est�o o pol�tico Fernando Holiday, filiado ao partido Novo, o t�cnico de futebol Vanderlei Luxemburgo, o pastor Henrique Vieira e o m�dico Drauzio Varella. Os epis�dios ser�o disponibilizados exclusivamente no Spotify, sempre �s quintas-feiras.
MANO A MANO
Podcast original do Spotify apresentado por Mano Brown. Os epis�dios v�o ao ar sempre �s quintas-feiras.