
O t�tulo do disco, explica o rapper, remete ao seu olhar atento para o mundo. E tamb�m se refere ao acidente sofrido aos 17 anos. Shab�, que se chama Emerson Furtado, perdeu a vis�o de um dos olhos devido � explos�o de um artefato no banheiro de uma casa noturna. Cem c�pias do �lbum ter�o encarte em braile e ser�o distribu�das gratuitamente, informa ele.
VERS�ES
“Vis�o monocular” partiu da vontade do rapper de desengavetar as composi��es guardadas. “Compreendi que aquelas coisas caberiam apenas em um trabalho solo”, diz. O �lbum teria 10 faixas – entre elas, “vers�es rap” de “Sonhos”, de Peninha, e “Carta aos mission�rios”, da banda Uns e Outros. Por�m, as duas ficaram de fora. “Na hora da libera��o, me pediram um dinheiro al�m do que eu podia pagar”, lamenta Shab�.Contemplado no edital Descentra, da Funda��o Municipal de Cultura de BH, o disco traz rock, funk, jazz e samba conduzidos pelo rap de Shab�. Edgar Filho assina a produ��o.
Dispon�veis nas plataformas digitais, as faixas “Vis�o monocular”, produzida por S�rgio Giffoni e H�lder Oliveira, e “Pandem�nio na pandemia”, por GreeBeatz e Preto C, ganharam, respectivamente, videoclipe e lyric v�deo.
Neste s�bado (4/09) � noite, Shab� far� live de lan�amento em seu canal oficial no YouTube. A transmiss�o ser� realizada ao vivo, diretamente do Quintal, espa�o no Bairro Padre Eust�quio. “Comigo estar� o DJ Edd”, anuncia o MC.
“Um disco org�nico”. � assim que Shab� define o novo trabalho, no qual est� acompanhado do guitarrista Ismael Souza, do baixista Luiz Gomes, do baterista Edgar e do percussionista Cu�ca Play. “O trompetista Brasilino comparece em ‘Um quarto rei mago’, que tem uma pegada mais jazz”, conta ele.
Tamb�m est�o presentes dois nomes de ponta do hip-hop mineiro – PDR Valentim, do coletivo Fam�lia de Rua, que realiza o Duelo de MCs, e Dokttor Bhu, parceiro de Shab� h� 16 anos –, al�m da cantora Juliana Fel�cio. “Ela participa da faixa ‘O que � que te faz bem’, homenagem aos bailes das d�cadas de 1980/1990 feitos nas quadras, um dos raros lugares de lazer da periferia”, comenta o rapper.
O adolescente Shab� era frequentador dessas festas. Gostava de dan�ar e fez parte do grupo Ca�adores de Estilo, dedicado � street dance. “Fomos at� no programa da Xuxa, em 1995, e ficamos em segundo lugar no concurso de dan�a de rua. Concorremos com gente de v�rios estados. Foi a partir dali que comecei a me identificar com o rap”, relembra.
Com o passar do tempo, Shab� passou a compor e a conviver com v�rios militantes do hip-hop e da black music da capital mineira, como o rapper Roger Deff, DJ A Coisa, DJ Black Josie e Roger Dee. Esse �ltimo o convidou para participar da antol�gica colet�nea “Malucofonia”, que reunia Fl�vio Renegado, Mat�ria Prima, Julgamento e Cubanito, entre outros.
DUPLAS
O primeiro disco de Shab� foi gravado com Maur�, no in�cio dos anos 2000. Mas foi a parceria com Dokttor Bhu, a partir de 2006, que o projetou no cen�rio do rap. Em 2011, a dupla lan�ou o �lbum “Conglomano”, com 11 faixas. Al�m disso, Shab� participou de trabalhos de Heberte Almeida, Roger Deff e da band aCromossomo Africano.O rapper revela que tem aproveitado o confinamento pand�mico para compor, al�m de melhorar antigas cria��es. Anuncia que vai lan�ar outro disco no fim deste ano, com participa��o da DJ Black Josie e do pandeirista Tulio Araujo. No in�cio de 2022, a dupla Dokktor Bhu e Shab� manda novo �lbum para as plataformas digitais.

“VIS�O MONOCULAR”
• Disco solo de Shab�
• Oito faixas
• Independente
• Dispon�vel nas plataformas digitais
• Live neste s�bado (4/09), �s 20h, transmitida pelo canal de Shab� no YouTube