Baixista, pianista, guitarrista, compositor, arranjador e produtor, o multi-instrumentista En�ias Xavier mandou para as plataformas digitais “ Os coroas ”. Independente e gravado com recursos da Lei Aldir Blanc, o novo �lbum traz 10 can��es autorais e as participa��es de Toninho Horta , Beto Guedes e Chico Amaral , entre outros.
O quarteto que faz a base do disco � formado por Lincoln Cheib (bateria), �rio J�nior (piano) e Chico Amaral (sax), al�m de En�ias, que tocou contrabaixo ac�stico e el�trico, piano, viol�o e guitarra.
CELULAR
Com Chico Amaral, o multi-instrumentista gravou “
Peacock
”, a parceria que abre o
�lbum
, homenagem ao contrabaixista norte-americano Gary Peacock (1935-2020). “Fizemos essa can��o durante a pandemia, � dist�ncia. Ele (Chico) no s�tio dele, e eu na minha casa. A gente ligava os celulares e ficava tocando um para o outro. Foi uma experi�ncia bacana. J� t�nhamos outras parcerias e quer�amos continuar, mas ainda n�o est�vamos vacinados e ficamos naquela de n�o encontrar”, conta En�ias.
O baixista ressalta a contribui��o de Toninho Horta para seu novo disco. “Toninho gravou um viol�o em ‘Dona Marina’ e emendei um hino em ingl�s, uma das m�sicas de ‘Titanic’, do James Cameron. Beto Guedes participa cantando com a minha filha, Mariana Xavier. Desta faixa ainda participam Nen�m (bateria) e Ricardo Fi�za (teclados). Ali�s, fiz a can��o em homenagem � m�e do Fi�za, uma amiga querida.”
Jorge Continentino contribuiu em “Dona Marina” tocando sax-bar�tono e clarinete. “Come�a como se fosse gospel americano, um blues, e vai se transformando em guar�nia mineira. No final, fica bem Minas Gerais. Esta � a m�sica principal do disco, tem bem a nossa cara, mostra todas as minhas influ�ncias, de can��es de igreja, de jazz e de blues”, comenta En�ias.
Toninho, Amaral e Lincoln tamb�m est�o em “Tim tum”. “Fiz essa valsa-jazz em homenagem ao americano Bill Evans (1929-1980), um dos pianistas de jazz mais importantes da hist�ria”, comenta. “Samba and bass” � outra cria��o dele. “Fiz trocadilho com drum and bass, com Beto Lopes na guitarra, eu no baixo e teclados, e o Lincoln na bateria”.
O �lbum conta tamb�m com o guitarrista Felipe Vilas-Boas (guitarra). “Ele � �nico da nova gera��o, porque o disco se chama ‘Os coroas’”, comenta. “Fiz quest�o de chamar somente coroas para tocar em homenagem a algumas pessoas que perdemos para a pandemia, como o baixista mineiro Paulinho Carvalho (1954-2021), o poeta carioca Aldir Blanc (1946-2020) e os norte-americanos Gary Peacock(1935-1920) e Chick Corea (1941-2021), entre outros.”
BEMOL
En�ias Xavier gravou m�sicas em seu est�dio e tamb�m no Bemol. “Uma delas se chama ‘Cool trane’, trocadilho com o sobrenome do John Coltrane (1926-1967). J� ‘Espa�o gira’ ganhou a forma��o de quarteto”,conta.
Parte do material do Bemol foi gravado na �ltima semana de vida de Dirceu Cheib, dono do est�dio, que morreu de infarto, em maio deste ano.
“Embora tenha meu est�dio, achei bom gravar l�, porque eles t�m um �timo piano de cauda e quer�amos fazer ao vivo. Convidei o Dirceu para assistir a um peda�o da grava��o. Disse: 'Entra a�, vamos conversar um pouco, falar do Galo. Mas ele estava meio pilhado e respondeu que tinha de ir embora. Deu tchau e saiu apressado. Foi a �ltima vez que o vi”, relembra, lamentando a morte do amigo, que montou em BH um dos primeiros est�dios fonogr�ficos do Brasil.
O contrabaixista comenta que “Os coroas” surgiu como algo mais jazz�stico, mas ganhou outra pegada. “Como tinha inscrito no projeto (de incentivo cultural) que seria algo com hist�ria mais mineira, fui pegando as composi��es e jogando tudo para o ritmo mineiro. Ent�o, tem muita guar�nia mineira, um samba ou outro, mas a influ�ncia bem mineira em tudo. H� tamb�m coisas meio Beatles. � um disco ecl�tico, por isso � dif�cil de falar de ritmos, diferentemente de 'Jamba', o meu primeiro �lbum.”
“Jamba”, cujo m�todo ser� lan�ado em 30 de outubro, mistura jazz com samba – at� no t�tulo. O manual foi editado pela paulista Tipografia Musical, que faz tradu��es dos m�todos do contrabaixista americano Ron Carter, com quem En�ias trabalha h� tr�s anos.
“Minha ideia � fazer um m�todo de contrabaixo e songbook, material usado nas escolas de m�sica, principalmente em S�o Paulo e no Nordeste. Eles gostam desse tipo de disco para exemplificar ritmos brasileiros. Ficou bem dividido, tem samba, frevo, choro, bai�o e maracatu”, conclui.
“OS COROAS”
Disco de En�ias Xavier
Independente
10 faixas
Dispon�vel nas plataformas digitais