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Estado de Minas ARTES C�NICAS

Bienal Sesc de Dan�a oferece 22 espet�culos nacionais e internacionais

Programa��o on-line e gratuita estar� dispon�vel deste s�bado (2/10) at� 10 de outubro, na plataforma Sesc Digital e no YouTube


02/10/2021 04:00 - atualizado 02/10/2021 08:42

Cena de "Mat�ria escura", espet�culo da companhia catarinense Cena 11, que aborda a rela��o dos artistas com a tecnologia, impulsionada pela pandemia (foto: Cristiano Prim/Divulga��o )


Espet�culos art�sticos, videodan�as, mostra de cinema, podcasts, debates e atividades formativas fazem parte da 12ª edi��o da Bienal Sesc de Dan�a, que tem in�cio neste s�bado (2/10) e prossegue at� 10 de outubro, em formato virtual. Aproximadamente 300 artistas de sete pa�ses comp�em a programa��o, que ser� aberta com a apresenta��o de “Mat�ria escura”, novo espet�culo da companhia catarinense Cena 11.

A Bienal Sesc de Dan�a homenageia nesta edi��o o bailarino Ismael Ivo (1955-2021) e a Lia Rodrigues Cia. de Dan�a, que completa 30 anos de atividade. “Neste momento de pandemia, em que a cultura tamb�m est� numa fase muito vulner�vel, com os artistas muito precarizados, manter o festival � uma forma de investir, al�m da linguagem da dan�a, na classe art�stica, que precisa trabalhar. Para n�s � fundamental manter o festival no ar, mesmo que seja on-line”, afirma Fabr�cio Floro, curador e coordenador do evento, que ser� transmitido pelo YouTube do Sesc S�o Paulo pela plataforma Sesc Digital.  

A curadoria procurou oferecer novas experi�ncias e formatos para o p�blico a dist�ncia. A experi�ncia acumulada com a programa��o Em Casa com Sesc, que vem sendo realizada desde mar�o de 2020, deu subs�dios para a equipe de curadores. 
“� importante trazer uma experi�ncia nova depois de tanto tempo que estamos nas telas. A gente vem buscando isso com cada um dos artistas”, diz Fabricio. “Nossa ideia � que n�o seja simplesmente um registro (da obra). Mas que seja um outro olhar poss�vel de se encontrar apenas na edi��o virtual da Bienal.” 

A mostra Dan�a para Todas as Telas, por exemplo, apresenta 33 videodan�as de artistas jovens que usam ferramentas de cinema, videochamada, videoclipe e m�dias sociais, como o Tik Tok. Os curadores Isis Gasparini, Rodrigo Gontijo e Vanessa Hassegawa comandar�o o laborat�rio Dan�a para Todas as Telas: Partilhas, com o intuito de aproximar artistas e p�blico, em di�logo com as obras dispon�veis na programa��o.

A mostra �, Meu Corpo! Uma Cole��o de Filmes Incorporados, com curadoria da pesquisadora Amaranta C�sar, apresenta uma sele��o de 18 obras (entre curtas, m�dias e longas-metragens) que abordam a presen�a do corpo, da dan�a e do movimento no cinema brasileiro contempor�neo. “Vaga carne” (2019), de Grace Pass� e Ricardo Alves J�nior, “Filme de dan�a” (2013), de Carmen Luz, e “Agora” (2020), de  D�a Ferraz, est�o entre os t�tulos selecionados.

Dois podcasts ser�o lan�ados exclusivamente para a Bienal. Mover(-se): Sete Pe�as para Deslocar-Se de Dentro pra Fora, produzido pelo Coletivo Teatro Dodecaf�nico, oferece pe�as sonoras que convidam os ouvintes a se moverem em sintonia com a programa��o do festival. Um R�dio na Paisagem, dirigido pelo core�grafo Gustavo Cir�aco, aborda a trajet�ria de artistas da cena contempor�nea, entre eles Luciana Lara, Jo�o Saldanha, Michele Moura, Marcelo Evelin e Maya Da Rin. Os programas s�o disponibilizados no Spotify, Deezer, Apple Music e Sesc Digital. 

DIVERSIDADE

Ao todo, a programa��o exibir� 22 espet�culos nacionais e internacionais. “Tem uma diversidade grande de pessoas, g�nero, ra�a e dos diferentes marcadores sociais dentro da programa��o. E, consequentemente, tudo isso vira tema, assunto para esses artistas”, observa Fabr�cio Floro. A po�tica dos corpos negros, femininos, LGBTQUIA%2b, indigenas e deficientes comp�e o repert�rio, que inclui artistas do Uruguai, Estados Unidos, Portugal, It�lia, Coreia do Sul e Fran�a, al�m do Brasil.
A imin�ncia do desconfinamento tamb�m permeou a curadoria e se manifesta na ocupa��o de diferentes espa�os das unidades do Sesc em S�o Paulo. Os artistas foram convidados a criar e adaptar trabalhos levando em considera��o a rela��o dos corpos com a arquitetura e a apresenta��o da dan�a mediada pela tela. 

“Mat�ria escura” procura demonstrar a evolu��o do uso da tecnologia por parte da classe art�stica ao longo da pandemia. Dirigido por Alejandro Ahmed, este � o primeiro trabalho da companhia de dan�a a ser apresentado simultaneamente nos ambientes digital e f�sico (no palco do Sesc Guarulhos), utilizando a linguagem de programa��o e softwares, com edi��o e transmiss�o em tempo real. 

A pe�a coreogr�fica estava agendada para estrear na Alemanha, em abril do ano passado. Com o adiamento, o grupo teve que adaptar a dramaturgia. “A pandemia nos colocou numa situa��o-limite de realmente entender a ecologia da m�quina tamb�m. E como isso, em vez de oprimir, pode expandir e criar outras fontes criativas”, afirma Alejandro Ahmed, de 50 anos. 

“A gente come�ou a trabalhar via Zoom e, atrav�s disso, estudar de forma rigorosa nossa rela��o n�o s� com a c�mera, mas de o pr�prio v�deo tamb�m ser uma ‘criatura’, um ‘corpo’ que dan�a. Um organismo, e n�o s� um registro.”
A tecnologia como uma extens�o do corpo � uma das diretrizes da companhia desde os anos 1990. Ao todo, sete bailarinos participam de “Mat�ria escura”. “A gente faz uma dramaturgia cin�tica, ou seja, tudo que se move nos interessa. Se o pixel, o v�deo, a m�quina se move, a nossa rela��o com a dan�a se amplifica”, diz Alejandro. 

INTELIG�NCIA

Os corpos mec�nicos que est�o no palco – como algumas “esculturas de graveto, com formato an�logo a um animal”, s�o controlados de forma f�sica e digital. “Eles t�m uma intelig�ncia de movimento, que tamb�m � programada antes. Mas tudo que � feito est� sendo controlado por n�s e pelas bailarinas que est�o em  cena. N�o tem nenhum controle externo, todo mundo aprendeu a fazer. Ent�o n�s mesmos inventamos e fazemos acontecer", assinala o diretor.     
O tema da coreografia � o objeto tecnol�gico. Em sua vis�o, “Mat�ria escura” n�o representa o futuro, e sim a atualidade. “Acho que � um trabalho da nossa �poca, que n�o comenta e exemplifica, mas se manifesta como um objeto gerado nas tens�es do hoje.” Ele ressalta a import�ncia de apresentar uma tecnologia brasileira na Bienal Internacional, em meio � crise de imagem vivida pelo pa�s no exterior. 
“A gente n�o exporta s� soja, n�s temos tecnologia de conhecimento de ponta. Isso precisa ser preservado e fortalecido para que a gente n�o crie depend�ncias coloniais o tempo inteiro, principalmente relacionadas � tecnologia”, avalia. 


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