Escritor Silviano Santiago � eleito para a Academia Mineira de Letras

O escritor Silviano Santiago , 85 anos, foi eleito nesta segunda (18/10) para a Academia Mineira de Letras . Ele vai ocupar a cadeira de n�mero 13 (fundada por Carmo Gama e com Xavier da Veiga como patrono), vaga desde a morte de Paulo Tarso Flecha de Lima, em julho. Santiago foi eleito com 35 votos .

Nascido em Formiga, no Centro-Oeste de Minas Gerais, viveu em Belo Horizonte at� radicar-se, nos anos 1960, no Rio de Janeiro. Na capital mineira formou-se em Letras Neolatinas da UFMG. Tamb�m aqui publicou seus primeiros livros. 

Especializou-se em literatura francesa no Centre d’�tudes sup�rieures de Fran�ais, no Rio de Janeiro, e em 1961, com bolsa do governo franc�s, partiu para o doutorado na Sorbonne. Ainda doutorando iniciou sua carreira de professor universit�rio nos Estados Unidos, onde atuou na Rutgers University, do estado de Nova Jersey. Professor em�rito da Universidade Federal Fluminense, em Niter�i, � tamb�m Doutor Honoris Causa pela Universidade do Chile (2013) e pela Universidade Tres de Febrero, de Buenos Aires (2014). 

Publicou, no �ltimo ano, dois livros: “Menino sem passado” (Companhia das Letras), � o primeiro t�tulo de suas mem�rias. Acompanha as marcas que a inf�ncia e a fam�lia deixam em n�s a partir da trajet�ria de um garoto que perdeu a m�e com um ano e meia de idade, teve uma rela��o conturbada com o pai e descobriu, ainda bem jovem, o cinema e as hist�rias em quadrinhos.

J� “Fisiologia da composi��o” (Cepe Editora), coloca o confinamento, a solid�o e a priva��o da liberdade, decorrentes da pandemia, sob o ponto de vista da literatura de Machado de Assis e Graciliano Ramos.

Para o jornalista Rog�rio Faria Tavares, presidente da institui��o, “a Academia Mineira de Letras elegeu hoje um dos mais importantes intelectuais brasileiros. Silviano Santiago fez e continua fazendo hist�ria. Em Minas, integrou a chamada ‘Gera��o Complemento’, ao lado de nomes como Ary Xavier, Ezequiel Neves, Theotonio dos Santos e Ivan Angelo. Na cr�tica liter�ria, � autor dos cl�ssicos Uma literatura nos tr�picos e O cosmopolitismo do pobre. Sua chegada nos honra e nos alegra.”