
Palco de encontros e despedidas, a Esta��o Ferrovi�ria de Miguel Burnier, em Ouro Preto, na Regi�o Central de Minas Gerais, ser� o cen�rio para o 11° Festival Cultural de Miguel Burnier - edi��o especial S�o Juli�o. Artistas da regi�o de Ouro Preto, Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana ter�o at� 15 de novembro para enviar propostas culturais que ser�o apresentadas na festa em homenagem ao santo do distrito.
O festival ser� realizado pelo Projeto Esta��o Cultura, entre 5 e 9 de janeiro de 2022. De acordo com um dos organizadores, Marco Ant�nio Vasconcelos, assim como a esta��o trazia diversos tipos de pessoas de v�rias localidades do mundo, o evento pretende abra�ar todas as manifesta��es voltadas para a valoriza��o do patrim�nio, com o objetivo de interagir com a cultura popular local.
Ser�o escolhidas 10 manifesta��es culturais divididas em artes visuais, artes c�nicas, m�sica, literatura, audiovisual e express�es populares. Cada proponente receber� um cach� de R$ 700.
Marco Ant�nio explica que ser�o aceitas propostas nas artes visuais que envolvam oficinas e exposi��es; no teatro, apresenta��es de pe�as e de circo; no campo da literatura, lan�amento de livros; no audiovisual, as apresenta��o de document�rios, e nas express�es culturais ser�o aceitas propostas de express�es populares, como artesanato, cultura afrobrasileira, cultura ind�gena, entre outras express�es populares de Minas Gerais.
Apoio
Lan�ado em 2007, o Projeto Esta��o Cultura surgiu a princ�pio como forma de preservar a Esta��o Ferrovi�ria de Miguel Burnier, desativada em 1996. O registro como associa��o veio em 2013, juntamente com a montagem da biblioteca comunit�ria "Esta��o da Leitura", que fica na esta��o ferrovi�ria.
O ferrovi�rio e morador do distrito, Marco Ant�nio Vasconcelos, conta que a primeira edi��o do festival, realizada em 2009, foi por meio da Lei Federal de Incentivo � Cultura, Lei Rouanet, e que a cada evento, a associa��o busca parcerias e apoios com empresas da regi�o.
“Neste ano, n�s temos um recurso previsto em um edital interno da empresa Vale, que ser� utilizado no pagamento de R$ 700 do cach� dos artistas. Agora, estamos buscando mais parcerias com empresas privadas da regi�o que j� participaram em edi��es anteriores."
O coordenador tamb�m destaca que j� conseguiu apoio da prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Patrim�nio e da Secretaria Municipal de Turismo, Ind�stria e Com�rcio.
O ferrovi�rio conta que durante os quatro meses, desde o lan�amento do edital at� a data do evento, o distrito de Miguel Burnier consegue uma movimenta��o dos moradores que se empenham para a realiza��o da festa.
“Para n�s, do distrito, o 11° Festival de Miguel Burnier j� come�ou. Vemos a festa com extrema import�ncia para o distrito, conseguimos movimentar a comunidade no sentido de valorizar o nosso patrim�nio, nossos costumes e elevar o nome da nossa comunidade."
Nos dias do festival, al�m das apresenta��es culturais aprovadas, o p�blico conhecer� a Corpora��o Musical Sagrados Cora��es de Jesus e Maria, o Coral Sagrado Cora��o de Jesus e o Congado de Santa Efig�nia e Nossa Senhora do Ros�rio.
Homenageado

A hist�ria de Miguel Burnier se mistura � hist�ria do desenvolvimento ferrovi�rio do Brasil e com a cria��o da capital mineira. A Estrada de Ferro Central do Brasil chegou em Ouro Preto em 1889, ano em que se iniciou a constru��o de Belo Horizonte. A nova cidade recebia, por meio da esta��o ferrovi�ria, pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo, al�m de materiais e m�o de obra para a constru��o.
Localizado a 40km da sede, o maior distrito de Ouro Preto em extens�o territorial era chamado at� 1948 de S�o Juli�o e tinha como ponto de chegada e partida a esta��o de Miguel Burnier, que era ponto de troca de linha, o que fazia do lugar uma regi�o de desembarque e embarque de cargas e pessoas.
Marco Ant�nio conta que at� hoje muitas fam�lias do distrito chamam o local de S�o Juli�o. “Estamos empenhados em realizar essa edi��o em homenagem a S�o Juli�o. Ele � um santo de extrema import�ncia para a hist�ria da regi�o, padroeiro do distrito desde o s�culo 18.”
O morador lembra da capela com o nome do santo que foi constru�da na fazenda dos Caldeir�es, de propriedade do capit�o-mor de Vila Rica, Jos� �lvares Maciel, pai do inconfidente de mesmo nome. S�o Juli�o se tornou santo do distrito em homenagem � dona Juliana Francisca de Oliveira, m�e do inconfidente.
Com a chegada no s�culo 19, o comendador Carlos Wigg comprou a maioria das terras do distrito e, em 1893, implantou uma usina de produ��o de ferro. Nesse mesmo per�odo, a capela de S�o Juli�o foi restaurada e destinada a Nossa Senhora Auxiliadora de Calastr�is.
O Conjunto Arquitet�nico e Arqueol�gico da Capela de Nossa Senhora Auxiliadora de Calastr�is e cemit�rios foi tombado pela Prefeitura de Ouro Preto por sua import�ncia cultural para a cidade.