
"Para mim, � uma grande honra e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade enorme ter sido escolhido para representar o Brasil na corrida ao Oscar. Neste momento hist�rico, neste contexto em que temos produzido t�o pouco, em que o cinema tem sofrido tantos ataques, ter esse filme de afeto, de amor, escolhido como representante brasileiro no Oscar � uma grande responsabilidade que eu espero cumprir com leveza"
Aly Muritiba, cineasta
BACURAU
A trama de “Deserto particular” come�a focada em Daniel (Antonio Saboia), um policial de Curitiba, que foi suspenso de suas fun��es ap�s ter cometido um ato de viol�ncia. Enquanto est� �s voltas com o inqu�rito aberto para apurar seu erro, ele leva uma rotina que consiste, basicamente, em cuidar de maneira diligente do pai senil – para o que, eventualmente, conta com o apoio da irm� – ao mesmo tempo em que tenta levantar dinheiro com bicos, trabalhando como seguran�a em boates.
Essa esp�cie de pr�logo, que � carregado por uma atmosfera algo sufocante, toma a primeira meia hora de filme, at� o momento em que o nome “Deserto particular” aparece na tela. J� de in�cio fica claro, portanto, a que o t�tulo do longa alude. Daniel leva uma vida �rida, � um homem taciturno, que pouco fala e praticamente n�o ri. Sua express�o s� � ligeiramente iluminada quando se corresponde com Sara, que mora no sert�o da Bahia e com quem mant�m um relacionamento virtual.
NA ESTRADA

''Eu sempre quis rodar na Bahia, que � minha terra natal, e moro em Curitiba h� muitos anos, onde tenho produzido minhas obras. Quando apareceu a oportunidade de fazer a hist�ria de um cara que viaja para encontrar uma pessoa, eu prontamente pensei em partir de Curitiba e levar essa hist�ria para a Bahia, para poder me reconectar com minha terra e para poder filmar minha terra''
Aly Muritiba, cineasta

Saboia, ele aponta, � um ator bastante cerebral e que vem de uma escola inglesa, pois passou cinco anos na Europa, estudando teatro. “Ele � muito dedicado, f�sico e aplicado. � desses atores que estudam o dia inteiro. Mesmo sem filmar, ele continuava no personagem”, comenta. J� Fasanaro, o diretor considera ser um ator que � pura emo��o, muito intuitivo, e que traz uma leveza muito grande, como um contraponto ao rigor de Saboia.