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Estado de Minas CINEMA

'Annette', que levou o pr�mio de dire��o em Cannes, estreia em BH

Diretor Leos Carax transforma o drama de um casal de artistas famosos e sua filha pequena numa �pera-rock tingida de viol�ncia e elementos surreais


23/12/2021 04:00 - atualizado 23/12/2021 07:46

Adam Driver com semblante sério, de camisa azul, na penumbra, no palco, com vultos atrás de si
Adam Driver � Henry McHenry, um ator de enorme sucesso em Los Angeles, cuja carreira sofre uma reviravolta na trama de 'Annette' (foto: O2 PLAY/DIVULGA��O )

Voc� j� viu esta hist�ria antes, mas n�o desta maneira. Com estreia nesta quinta (22/12), no Cine UNA Belas Artes, em Belo Horizonte, e j� dispon�vel para assinantes da plataforma MUBI, “Annette” � o primeiro longa-metragem que o cineasta franc�s Leos Carax (“Os amantes da Pont Neuf”) lan�a nos �ltimos nove anos. Filme que deu a ele o pr�mio de dire��o no Festival de Cannes, � uma improv�vel, e um tanto desconcertante, hist�ria de amor.

Musical com pouqu�ssimos di�logos falados, acompanha o casal Henry McHenry (Adam Driver) e Ann Defrasnoux (Marion Cotillard). Ele � um comediante c�nico, e ela uma doce soprano. Ambos est�o no auge de suas carreiras, na Los Angeles contempor�nea. Ele lota os teatros e casas de show; ela leva multid�es � Filarm�nica. Os dois se apaixonam e, rapidamente, se tornam o casal sensa��o da m�dia de fofoca – sabemos a fase do relacionamento por meio das not�cias da imprensa de celebridades.

Na primeira metade do filme, o casal vive um id�lio, na casa cinematogr�fica com um jardim e uma piscina que, mais tarde, ser� o cen�rio de um crime. Henry � o astro do espet�culo “O macaco de Deus”, em que diz, todas as noites para uma plateia sedenta, “a verdade sem ser morto”. 

BAD BOY


De cabelos longos, cigarro sempre na boca e roup�o surrado, com quase nada por baixo, ele sempre deixa o p�blico que lota os teatros se perguntando se � engra�ado ou assustador. O bad boy que sai de motocicleta pela noite s� se derrama por Ann. 

Esta, doce e vulner�vel, morre todas as noites em cena nos dramas rom�nticos no teatro. As contradi��es do casal, depois de um in�cio apaixonado, v�o aparecer. A carreira de Henry desmorona, enquanto a de Ann chega ao topo. 

No meio disso h� o nascimento de sua filha, Annette, uma menina fora do comum. A come�ar pela forma: a personagem ganha vida por meio de fantoches. � realista demais, o que aumenta o estranhamento. Quando a trag�dia se anuncia, outro personagem, at� ent�o coadjuvante, ganha espa�o. Sem nome, � o pianista acompanhante de Ann, al�ado ao posto de maestro (papel de Simon Helberg, que o grande p�blico conhece pela s�rie “The big bang theory”).

Annette tamb�m vai para o primeiro plano, pois o beb� prod�gio se torna uma sensa��o dos palcos. Por meio de sua filha, Henry descobre o caminho de volta para o p�blico – e tamb�m para o bolso se encher novamente. 

BANDA 


A hist�ria, que ter� um desenrolar surpreendente, tamb�m � apresentada de maneira incomum. A come�ar pela sequ�ncia de abertura, em que o pr�prio Carax, sua filha e o elenco se juntam aos compositores Ron e Russel Mael, os autores da hist�ria. Abrindo um par�ntese: os irm�os Mael formam, desde 1970, a banda Sparks, nome seminal do rock psicod�lico que influenciou gera��es de m�sicos, de Kurt Cobain a Morrissey. 

Pois esse grupo, depois de uma introdu��o direta para o espectador – “A respira��o n�o ser� tolerada”, avisa Carax para a plateia – sai diretamente de um est�dio para as ruas de Los Angeles cantando “So may we start?”. Essa m�sica dos Mael, vale dizer, foi inclu�da nesta semana na shortlist de 15 can��es originais que poder�o disputar o Oscar nessa categoria.

H� outras imagens fora da curva nesta �pera-rock melodram�tica. Em uma cena filmada com um esmero pl�stico impressionante, Adam Driver � capaz de interromper uma sequ�ncia de sexo oral para entoar trechos de uma can��o. 

Durante uma viagem de barco, filmada em um est�dio, assistimos � fam�lia em meio a uma tempestade formada por imagens em preto e branco. Mas nada � mais estranho do que o beb� Annette, que de um boneco facilmente manipulado pelo pai acaba ganhando personalidade e vida na parte final.

Carax nunca esconde o jogo do espectador. Coloca sempre em primeiro plano os artif�cios de que lan�a m�o para contar esta hist�ria – no encerramento do filme h� uma nova quebra da quarta parede, em um convite para o espectador permanecer na sala. 

“ANNETTE”
(Fran�a/EUA, 2021, 141min, de Leos Carax, com Adam Driver e Marion Cotillard) – Estreia nesta quinta (22/12), �s 20h30, no Cine UNA Belas Artes. O filme j� est� dispon�vel para assinantes na plataforma MUBI – na pr�xima quinta (30/12) estreia nas demais plataformas – por R$ 29,90


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