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Estado de Minas

Propriet�rio da Livraria Ouvidor decide encerrar atividade

Fundada h� 52 anos, a mais tradicional livraria de rua de Belo Horizonte ainda est� funcionando normalmente


01/02/2022 12:13

De blusa cinza e máscara, Bernardo Ferreira entre prateleiras de livros da Livraria Ouvidor
Bernardo Ferreira, propriet�rio da Livraria Ouvidor (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.APress)
Fundada h� 52 anos na tradicional galeria que tamb�m a batizou, a Livraria Ouvidor vai fechar. “No entanto, n�o tenho data (para o fechamento), pode ser que algu�m se interesse pelo neg�cio, v�rias coisas podem acontecer. Mas n�s n�o vamos continuar com o neg�cio”, afirma o propriet�rio Bernardo Ferreira.   
 
Hoje com uma loja na Rua Fernandes Tourinho, na Savassi, onde est� desde 1974, a Ouvidor vem sofrendo, como todo o meio livreiro, com a pandemia e a venda on-line.
 
“O modelo tradicional n�o funciona porque na venda online, o que manda � o pre�o. A Amazon vende livros com 40% de desconto, �s vezes at� pela metade do pre�o. O que sobra para as livraria de rua � a presta��o de servi�o, o livreiro que entende, que vai te indicar (um livro). Como as pessoas est�o circulando menos, isto afetou e o modelo n�o se sustenta mais”, continua Ferreira.
 
Ele afirma que a decis�o � recente e que quando tudo for definido far� a comunica��o pelas redes sociais aos clientes. Ferreira � de uma fam�lia de livreiros. A Ouvidor foi fundada por seu pai, Marcelo Coelho Ferreira, sobrinho de Amadeu Rossi Cocco, que fundou em 1948, em frente � Igreja S�o Jos�, a Livraria Amadeu, o primeiro sebo de Belo Horizonte – desde 1962 ele funciona na Rua dos Tamoios, tamb�m no Centro.
 
Área interna da Livraria Ouvidor, com estantes de livros
Ouvidor est� na Savassi desde 1974 (foto: T�lio Santos/EM/D.Apress)
Assim como a Livraria Amadeu, que virou refer�ncia para o meio livreiro, a Ouvidor tamb�m. A Rua Fernandes Tourinho � hoje conhecida como o corredor liter�rio, j� que tem como vizinhas outras livrarias de rua, a Quixote e a Scriptum. A Ouvidor conta hoje com tr�s funcion�rios, entre eles Simone Pessoa. Funcion�ria da casa h� 22 anos, � a mais conhecida livreira de BH.
 
“O que deu a grande baixa em livrarias foi o p�blico universit�rio. (Quando comecei) Estudante comprava livro, hoje n�o mais”, diz Simone, bibliotec�ria de forma��o que ingressou no mercado h� 24 anos, na extinta Travessa. De l� passou para a Ouvidor.
 
Na opini�o dela, um bom livreiro tem que ser um leitor constante. “Tem que pesquisar e estar muito atento a tudo o que acontece, na pol�tica, literatura e hist�ria.” Para ela, o livreiro � tamb�m respons�vel pela “forma��o do leitor”. 
 
Simone diz que nos �ltimos meses as obras que mais tem indicado s�o “Poeta chileno” (Companhia das Letras, 2021), romance de Alejandro Zambra e “V�spera” (Record, 2021), da mineira Carla Madeira. “� um romance para ser lido para qualquer pessoa”, acrescenta. Quanto ao futuro da Ouvidor, Simone diz que vai ficar “at� o final de semana”.



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