
O CEO do Spotify, Daniel Ek, confirmou que v�rios epis�dios do podcast “The Joe Rogan Experience” foram retirados da plataforma no �ltimo fim de semana, devido ao fato de apresentarem declara��es racistas. No entanto, Ek defendeu a manuten��o de Rogan na plataforma, embora tenha "condenado" alguns de seus coment�rios, em e-mail enviado aos funcion�rios do servi�o de m�sica.
"Condeno energicamente as declara��es de Joe e apoio a decis�o de retirar os epis�dios da plataforma", disse, mas afirmou tamb�m n�o acreditar que "isolar o comentarista no sil�ncio" seja a resposta.
O comediante Joe Rogan tem um contrato estimado em US$ 100 milh�es com o Spotify. Segundo o New York Times, 70 epis�dios foram apagados e em alguns deles Rogan usou express�es racistas, incluindo o termo considerado mais ofensivo na l�ngua inglesa para se referir a afrodescendentes.
No s�bado passado (5/2), Rogan pediu desculpas, mas negou ter usado a express�o para se referir a pessoas negras em um contexto racista. "Nunca a usei para ser racista, porque n�o sou racista", disse. "Minhas mais sinceras e humildes desculpas", disse ele em uma publica��o de quase seis minutos no Instagram, observando que foi "a coisa mais lament�vel e vergonhosa” que teve que “expressar publicamente".
A pol�mica com o podcast de Joe Rogan come�ou quando Neil Young fez um ultimato ao Spotify, para que retirasse do ar o podcast do apresentador, por conter desinforma��o sobre a COVID-19 e fazer campanha contra a vacina��o.
A plataforma decidiu manter Rogan, e Neil Young retirou seu cat�logo musical do Spotify, tendo sido seguido no gesto pela canadense Joni Mitchell.
U�SQUE NA M�O
"The Joe Rogan Experience" � transmitido exclusivamente no Spotify desde 2020 e atrai em m�dia 11 milh�es de ouvintes por epis�dio. No podcast, o apresentador de 54 anos, muitas vezes com um copo de u�sque na m�o, conversa informalmente por duas ou tr�s horas com um convidado sobre temas t�o variados quanto discos voadores, drogas psicod�licas, carne vermelha ou fitness, escorregando em palavr�es aqui e ali, como durante uma conversa entre amigos.Rogan j� era conhecido, quando iniciou seu programa, em 2009, por sua carreira como comediante, protagonista de s�ries de televis�o, apresentador do reality show “Fear factor” e comentarista de combate de artes marciais.
Personalidades de todas as esferas da vida p�blica se apresentaram na frente de seu microfone. Em 12 anos, recebeu quase mil convidados – 88% homens, segundo o site JRELibrary, entre eles o fundador da Tesla, Elon Musk, que fumava um baseado no set; Edward Snowden, o ex-analista da NSA que divulgou documentos secretos sobre os programas de espionagem dos EUA; e o cineasta Oliver Stone.
Rogan tamb�m deu voz aos c�ticos das mudan�as clim�ticas, ao te�rico da conspira��o Alex Jones e, desde o in�cio da pandemia, a figuras do movimento antivacina. O �ltimo lhe rendeu o t�tulo de "Megafone de mentiras de extrema-direita" no site progressista Media Matters for America
Ele nega ser um ide�logo ou mesmo votar na direita. Politicamente, esse ateu e defensor do casamento gay, da descriminaliza��o das drogas leves e das armas de fogo se identifica como um libert�rio e considerou apoiar o senador Bernie Sanders durante a �ltima prim�ria democrata.
"Estou apenas querendo discutir com pessoas que t�m opini�es diferentes. N�o estou interessado em conversar com pessoas que t�m a mesma perspectiva", disse ele em v�deo postado no Instagram ap�s as cr�ticas de Neil Young.
Ainda assim, talvez reconhecendo algumas das cr�ticas que recebe, ele prometeu tentar "equilibrar melhor as opini�es controversas" em seu programa e disse que concorda com o an�ncio do Spotify de adicionar links, nos podcasts sobre COVID, para informa��es factuais e com base cient�ficas.