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Estado de Minas MUSICAL

Sucesso da Broadway h� 25 anos, 'Chicago' volta ao palco brasileiro

Musical est� em cartaz na capital paulista e conta a hist�ria de Velma Kelly e Roxie Hart, assassinas nos anos 1920


21/02/2022 04:00 - atualizado 21/02/2022 08:22

Musical ''Chicago'', 18 anos depois de sua primeira montagem brasileira, volta a ser encenado em São Paulo
Musical ''Chicago'', 18 anos depois de sua primeira montagem brasileira, volta a ser encenado em S�o Paulo (foto: Caio Galucci/Divulga��o)

Se depender do teatro, a Chicago dos anos 1920 n�o est� t�o distante dos nossos dias. Se hoje as redes sociais s�o endere�o certo de celebridades instant�neas, naquele cen�rio at� os criminosos competiam para serem a sensa��o do momento. Velma Kelly e Roxie Hart, as assassinas de Chicago ou as pecadoras cintilantes como ficaram conhecidas, s�o personagens cl�ssicas de uma hist�ria que, desde sua primeira temporada, em 1975, nos Estados Unidos, atrai os holofotes.

H� 25 anos, “Chicago – O musical”, arrasta multid�es � Broadway e, por isso, � considerado a produ��o mais longeva em cartaz. No cinema, tamb�m ganhou em 2002 vers�o dirigida por Rob Marshall, que conquistou, entre outros, Oscar de melhor filme. E, agora, 18 anos depois de sua primeira montagem brasileira, Velma e Roxie est�o de volta a S�o Paulo, at� maio, no Teatro Santander. “A Roxie � a maior protagonista da minha carreira at� hoje e tenho conseguido mostrar muito mais do meu trabalho. � uma personagem que qualquer atriz de teatro musical tem interesse em fazer. Roxie e Velma s�o ic�nicas. O musical � ic�nico”, afirma Carol Costa, bailarina e atriz que, entre seus mais de 15 trabalhos, atuou em “Hebe – O musical” e “Chaves – Um tributo musical”.

“� uma pe�a muito bem escrita, com m�sica e coreografias deslumbrantes”, elogia Emanuelle Ara�jo, atriz e cantora, que, nos anos 1990, substituiu Ivete Sangalo na Banda Eva, e faz sua estreia em musical da Broadway interpretando Velma.

Paulo Szot, �nico brasileiro dono de um Tony, o Oscar do teatro americano, � Billy Flynn, o advogado, que, al�m de lutar pela liberdade das assassinas, tamb�m quer seus 15 minutos de fama transformando tudo em espet�culo midi�tico. “� interessante fazer um (texto) original e depois acrescentar l�ngua que tem identidade forte como � o portugu�s”, observa ele, um apaixonado pela dramaturgia, coreografia e m�sica do show.

Velma Kelly e Roxie Hart do musical chicago
Velma Kelly e Roxie Hart ficaram conhecidas como as pecadoras cintilantes (foto: Caio Galucci/Divulga��o)

FOR�A TEATRAL

A montagem brasileira, dirigida por T�nia Nardini, que assina as dire��es fora dos Estados Unidos, re�ne 23 atores e 14 m�sicos. O texto � tradu��o fiel ao original de Fred Ebb e Bob Fosse, que tamb�m assina a coreografia.

Por entrevista via Zoom, na semana passada, os tr�s atores contaram como foi o primeiro encontro com Chicago. Carol, que tamb�m tem forma��o de bailarina, diz que o espet�culo � o sonho de quem, como ela, come�ou muito cedo no teatro e no bal�. “Todo bailarino ama 'Chicago', no qual voc� tem que atuar, cantar, dan�ar muito bem e ainda ter a veia c�mica para contar essa hist�ria”, reconhece.

Foi durante uma de suas f�rias da Banda Eva, em Nova York, que Emanuelle viu o musical pela primeira vez. “('Chicago') marcou muito por ser uma pe�a que tem tanta for�a teatral, em que a hist�ria � muito importante para as alegorias incr�veis que os musicais da Broadway tem. Depois vi o filme, com m�sicas incr�veis, atores �timos, fiquei ainda mais fascinada.” A admira��o com a obra cresceu com o primeiro contato da atriz com o texto. “Achei que era hora de me lan�ar nesse desafio, que est� sendo maravilhoso.”

A m�sica foi o primeiro caminho que levou Szot ao universo de Velma, Roxie e Billy. Mas a paix�o pelo universo de “Chicago” foi sacramentada quando assistiu a vers�o do espet�culo em Paris, com dire��o de T�nia Nardini. Szot estava em Roma, com a “�pera vi�va alegre”, e aproveitou uma folga para ver de perto o musical.

Paulo Szot na montagem brasileira do musical ''Chicago''
Paulo Szot, �nico brasileiro a ganhar um Tony, vive o advogado Billy Flynn (foto: Caio Galucci/Divulga��o)

PROTOCOLOS

Carol, Emanuelle e Szot n�o escondem os momentos de ansiedade pelo in�cio da temporada, que, devido � pandemia, foi adiada algumas vezes. Na primeira semana, depois da estreia, Carol lembra que os colegas diziam que parecia que estavam h� meses em cartaz. “Eu dizia: 'Nossa que bom!'”, comenta, lembrando que a expectativa cresceu quando surgiu a nova variante do coronav�rus. “Nossa equipe, nosso elenco, seguem os protocolos. A pandemia n�o acabou ainda, infelizmente, mas estamos aprendendo a conviver com isso.”

A primeira audi��o para Chicago foi em janeiro de 2020. Pouco depois, tudo foi suspenso. “Ficamos dois anos sem se encontrar”, recorda Carol. O retorno foi aos poucos. Primeiro os encontros com a equipe de figurino, depois, em novembro do ano passado, os ensaios come�aram apenas com as duas atrizes.“Foi quase um laborat�rio”, compara. O restante do elenco come�ou os ensaios cinco dias depois.

Para Emanuelle, apesar dos adiamentos, Velma esteve no seu imagin�rio desde a primeira vez que teve contato com a personagem. “Vivo intensamente o trabalho, mas na hora que vai estrear acredito na magia (do teatro). Acho que � o momento que a gente tem que realmente se lan�ar no abismo de ser artista, sentir alegria e prazer. Porque, para mim, esse � o grande lance de trabalhar artisticamente. Fiz esse pacto comigo mesmo, desde que estreamos de fazer disso algo org�nico e gostoso. E, gra�as a Deus, consegui.”

“Sofremos dois anos afastados”, lamenta Sotz, que, seguindo os protocolos, assim como os colegas, tanto no Brasil quanto em Nova York, mant�m a m�scara no rosto at� o momento de entrar no palco. “Testes todas as semanas � nova realidade que torna poss�vel a gente fazer o que ama.” Szot diz que nunca em sua experi�ncia de vida se viu tranquilo fazendo espet�culo. “Antes de come�ar fico tenso. No momento que come�a, as tens�es v�o embora. Isso � a m�gica do teatro. Pessoalmente, para mim, existe mais tens�o na prepara��o, no que antecede, do que quando a cortina se abre.”

O teatro musical est� presente na carreira do trio que reconhece o valor do g�nero. “Ele � importante para a nossa cultura e na gera��o de emprego a muita gente. 'Chicago' emprega mais de 100 fam�lias”, defende Carol. Emanuelle reconhece o talento dos produtores e artistas incr�veis que fazem girar a roda do teatro musical no Brasil. “J� me encantava com dedica��o e disciplina de alguns colegas. Profissionais competentes, dedicados, resilientes porque fazer arte no Brasil n�o � moleza.”

Carol Costa na montagem brasileira do musical ''Chicago''
Carol Costa afirma que a Roxie � a maior protagonista de sua carreira (foto: Caio Galucci/Divulga��o)

L�NGUA P�TRIA

Todas as can��es s�o apresentadas em portugu�s, o que para Carol � recompensador. “A embocadura do ingl�s � muito mais f�cil para cantar. Mas � muito gratificante cantar em portugu�s, contar essa hist�ria em portugu�s, porque somos brasileiros. A m�sica � uma continua��o da hist�ria e nossas vers�es s�o �timas. � um musical americano e n�o podemos abrasileirar muito. Sermos brasileiro j� basta”, constata.

No in�cio dos ensaios, a l�ngua tamb�m foi uma quest�o para Szot, que aprendeu tudo sobre o personagem em ingl�s. “Ter a oportunidade de traduzir e fazer Billy Flynn na minha l�ngua foi um sonho, � um papel de muita atividade lingu�stica. O Billy � muito articulado, fala bastante, tem planos engenhosos”, enumera. “Al�m da responsabilidade de se fazer bem o texto, existe (em casos de produ��es internacionais) a preocupa��o para que seja compreendido. Pelo menos em portugu�s, essa preocupa��o fica menor porque � minha l�ngua nativa”, pondera.

Szot reconhece que a maior dificuldade � tentar esquecer o ingl�s e reaprender o papel, que ele viveu por quatro meses na Broadway, em portugu�s. “No meio dos ensaios trope�ava. At� hoje solto um hello no lugar de um ol�. Acontece, � real, mas n�o � um erro t�o conden�vel. Me cobro muito e quero fazer a vers�o como deve ser feita.”

Com as mudan�as de data de estreias, Szot e Emanuelle precisaram reorganizar alguns compromissos. No in�cio do m�s, a atriz deu um pulo na Bahia, onde oficializou sua uni�o com o modelo mineiro Fernando Diniz. “Arrumei uma folguinha e fui casar”, diverte-se. “Estamos juntos h� um tempo, mas, com os adiamentos de 'Chicago', calhou no meio desse turbilh�o. Mas foi na hora cert�ssima. Foi t�o maravilhoso depois de um momento duro como o que estamos vivendo, no qual precisamos estar atentos e fortes.”

SONHOS REAIS

Szot por sua vez, far� pausa de uma semana para participar da montagem de “La boh�me”, em Porto Rico, compromisso firmado h� um tempo. Ele � o �nico brasileiro com um Tony, o maior pr�mio do teatro americano, na estante. Por seu papel em “South Pacific” foi escolhido o melhor ator em musical de 2008. “� ineg�vel que o Tony d� um reconhecimento gigantesco. N�o s� para mim, mas o pr�mio continua sendo de grande import�ncia para os artistas brasileiros que sonham um dia em poder sair do Brasil, poder ir para a Broadway, cantar em outros lugares”, opina. “Foi de alguma maneira uma valida��o de que n�o precisamos ficar s� no sonho, que de repente � poss�vel tamb�m.”

Quem acompanha a m�sica erudita em Belo Horizonte j� ficou admirado com a performance do bar�tono, que fez sua primeira apresenta��o na capital, em 2003, na montagem de “O barbeiro de Sevilha”, com dire��o de Carla Camurati, no Pal�cio das Artes. Voltou outras vezes nas �peras “La Traviata” e “Romeu e Julieta”. Apresentou com a Orquestra Filarm�nica de Minas Gerais, sob reg�ncia do maestro F�bio Mechetti. “Adoro Belo Horizonte. � uma del�cia estar nessa cidade”, declara, sem saber quando voltar� a BH.


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