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Estado de Minas M�SICA

Aos 84 anos, Martinho da Vila re�ne a fam�lia e amigos em seu novo disco

"Mistura homog�nea" tem a participa��o dos filhos e netos do cantor e compositor e tamb�m de artistas como Teresa Cristina, Zeca Pagodinho e Djonga


13/03/2022 04:00 - atualizado 12/03/2022 18:00

de camisa branca, sentado num banco, Martinho da Vila ri
A faixa que encerra o novo �lbum de Martinho da Vila � o samba-enredo em sua homenagem que a Vila Isabel levar� para a avenida no carnaval deste ano, programado para o m�s que vem (foto: Albert Andrade/Divulga��o)

Com discografia que totaliza mais de 50 t�tulos, constru�da a partir do final dos anos 1960, Martinho da Vila segue com uma verve transbordante e incans�vel. Do alto de seus 84 anos, ele acaba de lan�ar um �lbum cujo t�tulo � a s�ntese de sua proposta: “Mistura homog�nea”.
 
 
Trata-se, como o pr�prio cantor e compositor aponta, de um trabalho que aglutina diversos convidados, das mais diferentes latitudes, e que cruza ritmos diversos, muitas refer�ncias, um espectro amplo de tem�ticas, cren�as e perspectivas.

Ao longo de 13 faixas – que abarcam g�neros que v�o do xote ao rap, passando, naturalmente, pelo samba – desfilam, como convidados de Martinho artistas como Teresa Cristina, Zeca Pagodinho, Xande de Pilares, Hamilton de Holanda e Djonga, entre outros. Comparecem, tamb�m seus filhos e netos, separadamente em algumas m�sicas e todos juntos em “Canta, canta, minha gente! A Vila � de Martinho”, samba-enredo que a Vila Isabel leva para a avenida no carnaval deste ano (remarcado para abril), em homenagem ao compositor.

“Eu tinha gravado quatro m�sicas; uma delas, que canto com a Teresa Cristina, � a ‘Unidos e misturados’, t�tulo sugerido pelo meu parceiro Z� Catimba. Esse nome me levou a pensar em mistura”, diz Martinho, sobre o t�tulo do disco, evocando mem�rias do in�cio de sua vida profissional, antes de se tornar um m�sico conhecido, para explicar o conceito que orienta seu novo �lbum: “Quando fiz o curso de auxiliar de qu�mica industrial no Senai, para me profissionalizar, tinha essa coisa da mistura homog�nea, aquela que n�o se separa”.

CONVIDADOS 

Sobre os convidados especiais, ele diz que boa parte veio por sugest�o dos produtores do disco. “Quando delineei o que seria o disco e escolhi o repert�rio, mandei para o Celso Filho, um amigo que trabalha comigo, que cuida dos meus shows, e para meu filho Martinho Ant�nio, para eles assumirem a produ��o. Foram eles que deram a ideia dos convidados”, diz, acrescentando que alguns deles s�o velhos conhecidos, como Zeca Pagodinho.

H�, contudo, entre as participa��es, nomes aparentemente distantes do universo de Martinho – caso do mineiro Djonga. “Ele eu n�o conhecia. Fiz a m�sica ‘Era de Aquarius’, e o Martinho Ant�nio falou que eu tinha que botar um rap ali no meio, para ficar uma mistura boa. Todo mundo come�ou a dar palpite e o meu neto Guido, que estava ouvindo a conversa, falou do Djonga. Algumas participa��es foram gravadas a dist�ncia, mas com ele foi junto no est�dio. Ficamos camaradas”, conta.

Martinho destaca que trabalhar cercado pela fam�lia – algo que ele faz de forma recorrente – o deixa mais confort�vel. “Gosto de ter os meus por perto; quase sempre tem um comigo no palco ou no est�dio. Dessa vez eu peguei e botei foi todo mundo, a prole toda”, destaca.

HOMENAGEM 

Sobre o tributo que ser� prestado pela escola de samba da qual herdou o nome art�stico e para a qual j� comp�s diversos sambas-enredo, ele diz ser uma coisa “fora de s�rie”, uma honraria rara em vida. “Estou acostumado a fazer enredos, n�o a ser o enredo.” Martinho explica que essa homenagem estava prevista para o ano passado, mas ficou guardada, j� que, devido � pandemia, em 2021 n�o teve carnaval.

“At� pensei que eles podiam mudar de ideia, escolher outro tema para este ano. Eu mesmo mudo de ideia quando estou com um projeto de disco e ele demora a acontecer. Mas n�o, o Edson Pereira, carnavalesco da escola, disse que est� de p�, que vai acontecer.”

A hist�ria da Vila Isabel quase se confunde com sua pr�pria trajet�ria. Martinho recorda que quando a escola ainda batalhava para se manter no primeiro grupo, v�rias pessoas foram convidadas para refor�ar seu plantel – ele inclusive.

“Eu estava no come�o da minha carreira, mas j� era conhecido. O Miro, ent�o presidente da escola, montou um time bom, chamou tamb�m o Ernesto, que era diretor de bateria do Salgueiro, e a partir dali a coisa deslanchou. A Vila, para mim, � como uma menina que adotei, ajudei a crescer e depois herdei o nome dela. Estou l� desde 1965, � muito tempo.”

NOVOS FORMATOS 

Martinho afirma que “Mistura homog�nea” �, possivelmente, o �ltimo trabalho que apresenta no formato de �lbum. Para acompanhar as mudan�as do mercado e as novas din�micas de consumo de m�sica, ele diz que pensou em passar a lan�ar apenas singles. Paulo Junqueiro, presidente da Sony Music Brasil, gravadora que chancela seu trabalho, tem, no entanto, tentado dissuadi-lo.

“Quando falei dessa ideia, ele me disse: ‘Martinho, nada disso, voc� tem que gravar disco inteiro, porque fica mais legal, tem um conceito, e a gente pode lan�ar uma faixa a cada dois meses, como singles’. Gostei da ideia, porque, realmente, � um jeito de manter a coisa do conceito, que acho legal.”

Martinho da Vila sorri na capa do disco Mistura Homogênea
(foto: Reprodu��o)
 

FAIXA A FAIXA


>> “Unidos e misturados” 
(com Teresa Cristina)
>> “Vocabul�rio de um partideiro” 
(com Zeca Pagodinho e Xande de Pilares)
>> “Sim senhora” 
(com Tunico da Vila)
>> “Can��o de ninar”
>> “Dois amores” 
(com Hamilton de Holanda e Pauline Chiziane)
>> “Zuela de Oxum”
>> “Ora��o alegre” 
(com o pastor Henrique Vieira, o rabino Nilton Bonder e o l�der mu�ulmano C�sar Kaab Abdul)
>> “Vidas negras importam”
>> “Era de Aquarius” 
(com Djonga)
>> “Semba africano” 
(com a filha Alegria Ferreira)
>> “Viva Martina”
>> “Odil� Odil�” 
(com os netos Raoni Ventapane e Dandara Ventapane)
>> “Canta, canta, minha gente! 
A Vila � de Martinho” 
(com os filhos Mart’n�lia, Tunico, Analimar, Martinho Ant�nio, Ma�ra, Juliana, Alegria e Preto, mais os netos Raoni e Dandara)








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