Minitemporada de "Capit�o Fracasso" comemora o Dia Mundial do Teatro

“O teatro, meus amigos, � m�gico.” Essas s�o as primeiras palavras da pe�a “Capit�o Fracasso”, ditas por todo o elenco. Para celebrar o Dia Mundial do Teatro, o espet�culo volta ao cartaz em temporada que vai desta sexta-feira (25/3) a domingo (27/3), no Teatro Feluma. A programa��o ter� tamb�m bate-papo entre atores e diretores.

Escrita e dirigida por Luiz Paix�o, a pe�a se baseia no romance “Le Capitaine Fracasse”, de Th�ophile Gautier, publicado em 1863. Conta as aventuras de uma trupe mambembe e discute a fun��o social do teatro.

 “O que esse espet�culo tem de mais importante � a quest�o da unidade do grupo”, afirma Luiz Paix�o. “Ele foi montado em 2018, estreamos entre o primeiro e o segundo turnos das elei- ��es. A pe�a antecipou o que seria uma caracter�stica do governo Bolsonaro: a desarticula��o da organiza��o social. O espet�culo coloca exatamente o contr�rio, � preciso se organizar e estar unido o tempo todo.”

De acordo com Paix�o, a montagem da Companhia de Teatro, criada em Belo Horizonte,  homenageia a resist�ncia e a resili�ncia intr�nsecas ao of�cio. No palco, atores interpretam textos de Moli�re, Shakespeare e Eur�pedes.

“Geralmente, trabalho com o ator em cena o tempo todo. Isso me permite a simultaneidade de a��es para conseguir efeitos que, se n�o fosse o processo de autorrefencialidade e metateatralidade, eu n�o obteria”, comenta Luiz Paix�o. Ele cita a famosa cena da sacada de “Romeo e Julieta” como exemplo das v�rias camadas da pe�a – atores da trupe fict�cia passam por situa��o semelhante � dos personagens.

Depois de nove temporadas presenciais entre outubro de 2018 e janeiro de 2020, “Capit�o Fracasso” interrompeu as sess�es devido � COVID-19. A Companhia de Teatro se viu obrigada a migrar para o audiovisual.

“A pandemia chegou e paralisou o mundo todo. A �nica maneira de continuar fazendo teatro eram os festivais on-line”, relembra Paix�o.

Apesar das dificuldades, o dramaturgo destaca possibilidades que foram abertas devido � dificuldade do contato ao vivo com a plateia. “Teatro � arte ativa, que acontece na rela��o direta entre ator e p�blico. A pandemia cindiu essa rela��o e tivemos que buscar outras formas”, aponta.

Desde a chegada da COVID-19, “Capit�o Fracasso” participou de 15 festivais on-line em seis pa�ses: Bol�via, Col�mbia, Cuba, Equador, M�xico e Peru.

“Hoje, tenho amigos no M�xico, no Peru e na Bol�via que foram conquistados recentemente, ap�s a COVID-19. Preferiria, claro, n�o conhecer essas pessoas a ter uma pandemia. Mas sendo inevit�vel como foi – talvez pudesse ter sido abrandada se nossos governantes tivessem outro tipo de postura –, ela nos possibilitou outros n�veis de encontros”, diz Paix�o.

No domingo, Dia Mundial do Teatro, o espet�culo ser� gravado e transmitido no canal do Feluma no YouTube.

Ap�s a apresenta��o, diretores e atores convidados conversar�o com o p�blico. Confirmaram presen�a Adriana Mu�oz e Victor Viviescas (Col�mbia); Ernesto Fuertes (M�xico); Ivan Vera-Pinto (Chile); Jimmy Gira Angelo (Bol�via); Jos� Luis Matienzo (Espanha); Gladys Chavez, Jorge Flores Johanson, Lalo Torrej�n, Roger Villagarcia e Wen Canchari (Peru).

Al�m de Luiz Paix�o, estar�o presentes o diretor Jair Raso, curador do Teatro Feluma, e An�lia Marques, integrante do coletivo feminista Uma de N�s e cofundadora da Companhia de Teatro.

An�lia refor�a o papel de resist�ncia que as artes c�nicas desempenham na sociedade. “Fazer esse encontro no Dia Internacional do Teatro � muito simb�lico e importante. Al�m de BH e do Brasil, ele mostra o que liga os fazedores de teatro do mundo inteiro”, ressalta a dramaturga.

Pe�a da Companhia de Teatro. Texto e dire��o: Luiz Paix�o. Com Alberto Tinim, Arthur Bello, Bruno Hil�rio, Isabella Saibert, Luciana Veloso, Mariana Bizzotto e Nah Rachid. Hoje (25/3) e amanh� (26/3), �s 20h; domingo (27/3), �s 19h. Teatro Feluma – Alameda Ezequiel Dias, 275, 7º andar, Centro. Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada). Informa��es: (31) 3248-7286.