
Com as participa��es de Milton Nascimento em “Em guerra de cego” e de Elza Soares (1937-2022) em “Miser�veis”, Alexandre Nero retorna � carreira musical e lan�a o �lbum “Quarto, su�tes, alguns c�modos e outros nem tanto” (Selo Risco). Nas plataformas digitais, a partir desta ter�a-feira (12/4), esse � o quarto disco solo do cantor, compositor e ator paranaense.
Nero ressalta que esse � o projeto mais longo, demorado e mais dif�cil da sua vida. “Isso, porque o mundo atravessou uma pandemia. Ent�o, foram as cambalhotas que aconteceram no caminho. Estava tentando relembrar isso mesmo, porque � um projeto que come�ou em 2018, quando foi lan�ada a semente dele. Foi quando disse, acho que estou com vontade de gravar.”
Ele lembra que seu �ltimo trabalho foi lan�ado em 2014. “Por volta de 2017/2018, me deu uma vontade de voltar a gravar. E foi l� no sert�o da Para�ba, onde estava gravando uma s�rie, que compus ‘Lajedo do sert�o’. Havia muito tempo que n�o compunha e queria mostrar essa can��o para as pessoas. Estava com vontade de resgatar esse lugar da arte, de tentar achar um lugar art�stico, de encontrar em meu �ntimo mesmo, mais pr�ximo poss�vel do eu. E foi um processo muito lento.”
MERGULHO
Nero conta que foi um mergulho profundo e at� pensou em desistir v�rias vezes. “Mas as coisas foram escapando da minha m�o, com a chegada da letra do Aldir (Blanc) ou com a entrada da Elza Soares e de Milton Nascimento. Mesmo com a pandemia, a ideia era pensarmos em trazer os arranjos de cordas da R�ssia e a coisa ficou t�o bonita. A�, falei: 'Caramba, est� dif�cil desistir disso, pois ficou muito bonito, t�o tocante para n�s'.”.
O artista conta que a m�sica ‘Lajedo do sert�o’ come�ou como um processo de solid�o, tristeza, de querer falar. “O disco � extremamente esperan�oso, mas ele n�o nega uma tristeza que nos � negada sempre. Parece que esse mundo tem nos jogado em um universo pra cima, euf�rico, up, tudo alegre, tudo feliz. Ele n�o nega a tristeza que estava tendo l�, gravando seis meses no sert�o, em uma solid�o tremenda, distante da minha fam�lia. N�o neguei a tristeza, falei dela. Ela toca nesse assunto, mas est� longe de ser um disco triste. Ele n�o � um disco triste, mas toca no assunto.”
O artista confessa que a ideia nunca foi fazer um disco triste. “H� duas quest�es a�: uma que comecei a falar, a tocar assunto da tristeza, mas o disco come�ou a ir por outro caminho. Ele n�o feito em um m�s. Ah, um disco que fala sobre a tristeza e fui l� e gravei em um m�s, acabou sendo feito em dois, tr�s anos, ent�o, o processo foi atravessado por outras coisas. E foi indo para outro caminho, a pandemia entrou, a fam�lia tamb�m, esse lugar de casa, estar em casa, ent�o ele foi atravessado por todos esses lugares e nesse mundo ritmado, no qual tudo tem que ser ritmado, dan�ante, um disco que n�o traz os ritmos dan�antes, d� a impress�o de ser triste Mas eu n�o o acho um disco triste.”
INFLU�NCIA MINEIRA
O ator e m�sico conta que o primeiro contato que teve com o Bituca foi atrav�s da rede social. “Havia recebido um t�tulo de uma universidade aqui no Brasil e ele me agradeceu. Acabou que nos tornamos amigos. A influ�ncia dele j� vem de antes e fui resgatar exatamente isso em Muzambinho, no Sul de Minas, onde estudei e aprendi a tocar viol�o. Foi ali que comecei conhecer os compositores. Os primeiros caras que aprendi e tocava as can��es deles, foi a galera do Clube da Esquina. Minha influ�ncia com a m�sica mineira nesse disco � fort�ssima.”
Nero reconhece que ter a participa��o do Milton � uma alegria. “Achei muito bacana e elegante a participa��o dele e da Elza. N�o ficou aquela coisa tradicional de j� come�ar cantando ou interpretando a m�sica de trabalho ou a mais comercial ou que est� l� abrindo o disco. Na can��o ‘Guerra de cego’ parece que Milton � uma apari��o, vem e some. A morte de Elza foi depois, o disco estava pronto para n�s. Tendo Elza e Milton em meu disco, quer dizer, o que mais posso querer?”
REFLEX�ES
O artista n�o assume que fica “babando no disco”. “� um processo que ainda n�o entendi. E a parceria com o Aldir ent�o, estou realmente, andando nas nuvens. � um disco bonito, tocante e ainda tem essas coisas todas em volta que me deixam muito orgulhoso.”
Nero destaca que “Quarto, su�tes, alguns c�modos e outros nem tanto” � um disco “para quem quer escutar m�sica, para ser escutado, n�o para ser dan�ado, � para ser pensado, refletido”. Ele ainda anuncia que o clipe de “Virul�ncia”, m�sica em parceria com Aldir Blanc, ser� lan�ado em maio.

“QUARTO, SU�TES, ALGUNS C�MODOS E OUTROS NEM TANTO”
.�lbum de Alexandre Nero
.11 faixas
.Selo Risco
.Dispon�vel nas plataformas digitais