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Estado de Minas ARTES C�NICAS

Pe�a 'Bordados' transforma o palco do CCBB em espa�o do afeto e do di�logo

Grupo Amok de Teatro convida o p�blico a interagir com atrizes que interpretam mulheres �rabes compartilhando alegrias e dilemas enquanto tomam ch�


28/04/2022 04:00 - atualizado 27/04/2022 23:49

Cinco atrizes do grupo Amok de Teatro, com roupas árabes, dançam e tocam instrumentos de percussão semelhantes a bandejas. Ao fundo vê-se mesinha com chá
Elenco de 'Bordados' chega a ser amparado por espectadoras em sess�es do espet�culo, que chega agora a BH (foto: Renato Mangolin/divulga��o)

Coautora e codiretora, ao lado de Stephane Brodt, da pe�a “Bordados”, que estreia nesta quinta-feira (28/4) � noite, no CCBB-BH, Ana Teixeira diz que o espet�culo convida a refletir sobre a import�ncia do encontro, da presen�a, do di�logo olho no olho e do afeto. Parece at� resposta ao isolamento social imposto pela COVID-19. Mas n�o: a montagem estreou no in�cio de 2020, antes da pandemia, no Rio de Janeiro.

“A pandemia foi uma infeliz coincid�ncia que potencializou a proposta de abordar o teatro como o lugar do acolhimento, do conv�vio e da experi�ncia do comum. Aquilo que se passa em cena � um pacto; nosso teatro refaz a vida de forma ritualizada”, diz Ana.

''Uma coisa que me chamou muito a aten��o foi a presen�a dos homens, frequ�ncia que s� foi aumentando. Foi muito bonita essa presen�a e, na reta final da temporada, eles j� eram maioria na plateia''

Ana Teixeira, diretora de teatro


ENCONTRO 

“Bordados” mostra o encontro de seis mulheres �rabes ao longo de uma sess�o de ch�. Em torno da bebida, elas desenrolam fios das respectivas hist�rias, tecendo conversas �ntimas sobre casamento e fam�lia, revelando sonhos, perdas e conquistas.

Em cartaz at� 30 de maio em BH, a pe�a se inspira no romance gr�fico hom�nimo de Marjane Satrapi e busca refer�ncias no document�rio “7 bilh�es de outros”, do franc�s Yann Arthus-Bertrand. O texto � a costura de relatos reais recolhidos entre centenas de entrevistas reunidas pelo diretor ao redor do mundo.

Ana Teixeira explica que Arthus-Bertrand lan�a perguntas simples sobre o sentido da vida ou do amor com o prop�sito de chegar a uma quest�o essencial: o que nos torna humanos?

“A pe�a coloca tamb�m esta pergunta. A gente foi juntando relatos de mulheres e de homens que est�o no document�rio, desenhando as personagens e pensando em como colocar isso no formato de di�logo”, explica diretora. Em 1998, ela e Stephane Brodt fundaram a companhia Amok Teatro, que responde pela encena��o.

CONVITE

As mulheres da plateia s�o convidadas a assistir � pe�a sentadas em cadeiras ao redor de mesas posicionadas na frente do palco. “Na cultura �rabe, o ch� � s�mbolo da hospitalidade. Levar as mulheres para perto da cena � uma forma de as atrizes acolherem o p�blico feminino durante a montagem”, explica Ana Teixeira, chamando a aten��o para a trilha sonora “muito delicada”.

“Assinalamos que as personagens falam de si. Elas v�o revelando as ang�stias de viver e amar numa sociedade imersa na tens�o entre a tradi��o e a modernidade, caracter�stica de todo o Oriente. � impressionante como as espectadoras daqui se veem nas mulheres �rabes”, conta. “A gente tem uma imagem bastante deformada do mundo �rabe, com a demoniza��o dessa cultura, mas ao longo do espet�culo isso se desfaz.”

''As personagens falam de si. Elas v�o revelando as ang�stias de viver e amar numa sociedade imersa na tens�o entre a tradi��o e a modernidade, caracter�stica de todo o Oriente. � impressionante como as espectadoras daqui se veem nas mulheres �rabes''

Ana Teixeira, diretora de teatro


EMPATIA 

Antes de chegar a Belo Horizonte, “Bordados” cumpriu temporada de dois meses no Rio de Janeiro, a partir da retomada das atividades presenciais. Ana diz que a experi�ncia n�o poderia ter sido melhor.

“As mulheres da plateia, apesar de em nenhum momento serem solicitadas a fazer algo, tamb�m constroem o espet�culo, porque se espelham no que est� em cena. Algumas vivenciaram coisas parecidas com o que � dito e mostrado. � muito bonito ver as atrizes se emocionando no palco e sendo amparadas pelas espectadoras”, destaca.

Essa intera��o, ali�s, n�o � s� feminina. “Uma coisa que me chamou muito a aten��o foi a presen�a dos homens, frequ�ncia que s� foi aumentando. Foi muito bonita essa presen�a e, na reta final da temporada, eles j� eram maioria na plateia. De repente, estavam ali se emocionando com quest�es femininas, tratadas entre mulheres”, revela a diretora.

Mulher vestida com roupa árabe está de lado, servindo-se de chá
Ch�, s�mbolo da hospitalidade e da comunh�o, � tamb�m 'personagem' da pe�a Bordados (foto: Renato Mangolin/divulga��o)


“Bordados” integra a segunda etapa do Ciclo das Mulheres, projeto do Amok que aborda temas universais a partir do ponto de vista feminino, explorando tamb�m o teatro como espa�o de produ��o de sa�de na esfera relacional.

O ciclo teve in�cio em 2018 e seu primeiro produto, o espet�culo “Jogo de damas”, inspirado em Beckett e no universo do compositor estoniano Avo P�rt, tratava da velhice e da finitude da vida.

“O Amok trabalha sobre projetos, debru�ando-se sobre um tema e uma pesquisa c�nica. Com o ciclo, a gente pretende afirmar o teatro como espa�o de alteridade, da experi�ncia do outro, com as mulheres conduzindo isso. A gente convida o p�blico � escuta, fazendo as coisas de modo emp�tico. O Amok sempre tratou de grandes temas, com a guerra sempre muito presente. Por�m, com o ciclo a gente entra, se recolhe e vai para os assuntos mais �ntimos”, ressalta Ana Teixeira.

A sess�o de 12 de maio ter� tradu��o em Libras e as apresenta��es de 14 e 23 de maio ser�o seguidas de bate-papo com o p�blico.

“BORDADOS”

Pe�a do grupo Amok Teatro. Estreia nesta quinta-feira (28/4), �s 19h, no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Pra�a da Liberdade, 450, Funcion�rios. Em cartaz at� 30 de maio, com sess�es de quinta a segunda-feira, �s 19h. Ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), � venda na bilheteria do CCBB, no site www.bb.com.br/cultura e na plataforma Eventim. Informa��es: (31) 3431-9400




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