Exibidores pressionam Netflix a n�o lan�ar filmes antes das salas de cinema
Tend�ncia de lan�amentos simult�neos nas plataformas e na telona j� 'morreu', diz John Fithian, chefe da associa��o que re�ne espa�os de exibi��o nos EUA
04/05/2022 04:00
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atualizado 03/05/2022 23:53
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John Fithian, chefe da Associa��o de Propriet�rios de Salas de Espet�culos dos EUA, diz que portas dos cinemas est�o abertas para a Netflix (foto: Valerie Macon/AFP)
''Filmes que v�o direto para os servi�os de streaming se perdem''
John Fithian, chefe da chefe da Associa��o Nacional de Propriet�rios de Salas de Espet�culos dos EUA
Por anos, os avan�os da Netflix semearam d�vidas sobre o futuro das salas de cinema, mas a gigante do streaming, que registra perda progressiva de assinantes, pode se beneficiar do crescente retorno dos cin�filos �s poltronas, de acordo com John Fithian, chefe da associa��o que agrupa os cinemas dos Estados Unidos.
“As portas das salas de cinema sempre estiveram abertas para os filmes da Netflix”, afirma Fithian. Ele disse que teve “v�rias discuss�es” com o diretor de conte�do da Netflix, Ted Sarandos, pedindo para que analise se as produ��es funcionam nos cinemas.
A��ES EM BAIXA
O chefe da Associa��o Nacional de Propriet�rios de Salas de Espet�culos dos EUA garante: “N�o estou olhando para os pre�os das a��es. S� focando nos dados. Voc� pode fazer mais dinheiro, inclusive sendo streamer, se exibe seus melhores filmes nas salas de cinema primeiro”.
Estrear filmes primeiro nas telonas, antes de disponibiliz�-los nas plataformas de conte�do, vai na contram�o do exitoso modelo de neg�cios da Netflix, que fez gigantes como Disney e Warner se mexerem em meio � chamada “guerra do streaming”.
A plataforma revolucionou Hollywood e a forma como o p�blico consome narrativas audiovisuais, investindo enormes quantidades de dinheiro para “roubar” estrelas dos est�dios tradicionais e mantendo os espectadores no sof� de casa.
Por�m, a perda de 200 mil assinantes (0,1% do total) no primeiro semestre deste ano assustou o mercado e derrubou as a��es da Netflix em mais de 30% em um s� dia.
A empresa reagiu, anunciando v�rias novas estrat�gias, entre elas assinaturas mais baratas com publicidade.
Algumas de suas principais produ��es j� s�o exibidas limitadamente nas salas de cinema para que possam concorrer ao Oscar, mas a d�vida � se a plataforma poderia dar aten��o maior �s telonas.
“Acredito que o modelo da Netflix pode evoluir nessa dire��o. Esperamos que aconte�a”, diz Fithian. De acordo com ele, isso proporcionaria “destaque maior” a um filme, aponta o executivo. “Filmes que v�o direto para os servi�os de streaming se perdem.”
A pandemia obrigou os est�dios a trocarem as salas de cinema, interditadas para o p�blico por meses pelas autoridades sanit�rias, e estrear conte�dos on-line.
Fithian, durante seu discurso na CinemaCon, na semana passada, afirmou que est� “morta” a tend�ncia de lan�ar filmes de forma simult�nea nas salas de exibi��o e nas plataformas digitais. “Isso n�o saiu do nada, veio de consultas com v�rios de nossos est�dios parceiros sobre o que pensam a respeito de como v�o lan�ar suas produ��es”, explicou, ao participar da conven��o do setor audiovisual, realizada nos Estados Unidos.
JANELAS
Recentemente, grandes est�dios de Hollywood entusiasmaram donos de cinemas ao voltar a adotar a janela de exclusividade, na qual longas s�o projetados apenas nas salas de exibi��o. No entanto, a janela atual de 45 dias de diferen�a � inferior � de 90 dias praticada antes da pandemia.
“A discuss�o � mais sobre a extens�o dessa janela, n�o sobre se ela deveria ou n�o existir”, ressalta Fithian.
Mas h� motivos de preocupa��o na ind�stria. Entre eles, o modelo de neg�cios da Amazon Prime, que, segundo Fithian, “n�o est� tentando ganhar dinheiro com filmes”, mas atrair consumidores para “fazer compras e usar seus servi�os de entrega”.
O Prime, servi�o de assinatura da gigante Amazon, adquiriu o tradicional est�dio MGM ao fechar neg�cio por
US$ 8,5 bilh�es no m�s passado.
“Se est�o comprando empresas para retirar filmes da linha de fornecimento aos cinemas para lan��-los apenas no digital, est�o reduzindo as escolhas do consumidor e a competi��o”, reclama o executivo.
OSCAR PARA APPLE TV+
Fithian revela tamb�m preocupa��es sobre o Oscar. Em mar�o, a Apple TV+ se tornou a primeira plataforma de streaming a levar a estatueta de melhor filme, com “No ritmo do cora��o/CODA”, enquanto enormes sucessos de bilheteria, como “Homem-Aranha: Sem volta para casa”, ficaram de fora das principais categorias da premia��o.
Outro problema da ind�stria audiovisual � o impacto nos cinemas da R�ssia do embargo imposto por Hollywood em resposta � invas�o militar da Ucr�nia.
“Esse mercado n�o foi abandonado. Trata-se de uma pausa at� que haja paz, at� que seja o momento adequado de voltar”, disse Fithian.
A atriz Meghan Markle e o pr�ncipe Harry desenvolvem projetos audiovisuais nos EUA (foto: Michele Spatari/AFP)
NETFLIX CORTA CUSTOS E 'CANCELA' MEGHAN
A Netflix cancelou a s�rie de anima��o criada por Meghan Markle, depois de adotar cortes de custos ao obter resultados decepcionantes no primeiro trimestre deste ano. Anunciada em 2021, a produ��o, “Pearl”, contaria a hist�ria de menina de 12 anos inspirada em figuras hist�ricas femininas. A medida obedece a “decis�es estrat�gicas da Netflix sobre as s�ries de anima��o”, informou a plataforma, que tamb�m suspendeu as produ��es infantis “Dino daycare” e “Boons and curses”. Meghan, mulher do pr�ncipe Henry, e a plataforma continuam trabalhando na s�rie documental Heart of Invictus”.
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