
Com uma sele��o de 21 filmes em competi��o pela Palma de Ouro considerados ecl�ticos e muito diversos em estilos e temas, o j�ri do Festival de Cannes 2022 tinha uma tarefa �rdua para definir a premia��o desta primeira edi��o do evento em seu formato habitual, desde o in�cio da pandemia.
A Palma de Ouro foi para um longa que concentrou boa parte das discuss�es da cr�tica durante as duas semanas de festival na C�te d’Azur, "Triangle of sadness" (“Tri�ngulo da tristeza”), do sueco Ruben Ostlund. O diretor j� havia levado o pr�mio m�ximo do festival com "The square: A arte da disc�rdia", outro t�tulo que dividiu a cr�tica entre apaixonados e veementes detratores.
Se em "The square: A arte da disc�rdia" Ostlund expunha as hipocrisias do meio intelectual e art�stico, em "Triangle of sadness" ele volta seu olhar contundente mais uma vez para as classes privilegiadas e sua inconsci�ncia sobre a desigualdade social e econ�mica.
CRUZEIRO
No longa, um modelo inseguro com o futuro de sua carreira, ap�s ouvir de um especialista do mercado o coment�rio de que ele n�o � bonito o suficiente, aceita o convite da namorada, uma influencer do Instagram, para relaxar num cruzeiro de luxo. O passeio, no entanto, est� destinado a naufragar, literalmente.
"Todo o j�ri ficou extremamente chocado com este filme", disse Lindon. Seus companheiros na tarefa de decidir os vencedores do Festival de Cannes 2022 foram as atrizes Rebecca Hall (Reino Unido), Deepika Padukone (�ndia), Noomi Rapace (Su�cia) e Jasmine Trinca (It�lia); os diretores Asghar Farhadi (Ir�), Ladj Ly (Fran�a), Jeff Nichols (Estados Unidos) e Joachim Trier (Noruega).
Com sua nova vit�ria em Cannes, aos 48 anos, Ruben Ostlund se juntou ao pequeno grupo de diretores que venceram duas Palmas de Ouro, como os belgas irm�os Dardenne (“Rosetta”, de 1999, e “A crian�a”, de 2005) e o brit�nico Ken Loach (“Ventos da liberdade”, de 2006, e “I, Daniel Blake”, de 2016).
O Grande Pr�mio, o segundo mais importante trof�u do festival, foi para "Close", do diretor belga Lukas Dhont, sobre uma amizade rompida entre dois adolescentes, e para "Stars at noon", da diretora francesa Claire Denis, um thriller rom�ntico ambientado na Nicar�gua.
“The eight mountains”, outro filme realizado por belgas, o casal Felix Van Groeningen e Charlotte Vandermeersch, recebeu o Pr�mio do J�ri, juntamente com o polon�s Jerzy Skolimowski e seu surpreendente "Eo", estrelado por um burro.
Os pr�mios de atua��o foram para a atriz iraniana Zar Amir Ebrahimi, por seu papel de uma jornalista tenaz em "Holy spider", e para o sul-coreano Song Kang-ho, astro de “Parasita”, por "Broker", do japon�s Hirokazu Kore-Eda.