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Estado de Minas M�SICA

Conhe�a talentos que despontam na cena da m�sica instrumental de Minas

Sillas Prado, Ulisses Luciano, Nara Pinheiro, Fl�vio Danza e Rodrigo Mendon�a venceram pr�mio promovido pelo BDMG Cultural voltado para cria��es autorais


12/06/2022 07:27 - atualizado 12/06/2022 07:27

Sillas Prado, Ulisses Luciano, Nara Pinheiro, Flávio Danza e Rodrigo Mendonça sorriem para a câmera
Os m�sicos Sillas Prado, Ulisses Luciano, Nara Pinheiro, Fl�vio Danza e Rodrigo Mendon�a durante a solenidade de premia��o, em Belo Horizonte (foto: �lcio Para�so/divulga��o)

''� muito legal poder tocar a m�sica mineira e, principalmente, afromineira para o Brasil''

Sillas Prado, flautista e saxofonista


A flautista Nara Pinheiro, o saxofonista e flautista Sillas Prado, o trompetista Ulisses Luciano e o duo formado por Fl�vio Danza e Rodrigo Mendon�a venceram, em maio, a 21ª edi��o do BDMG Instrumental, considerado um dos pr�mios mais importantes da m�sica brasileira.

Apresentando cria��es autorais e arranjos para can��es de outros artistas, cada um deles recebeu R$ 12 mil e far� shows no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na capital mineira, e no programa Instrumental Sesc Brasil, em S�o Paulo.

“H� um p�blico atento ao mercado da m�sica instrumental que est� de olho na nova cena”, afirma a juiz-forana Nara Pinheiro – a �nica mulher premiada este ano. “Fico muito otimista com as apresenta��es em Belo Horizonte e S�o Paulo, pois ser�o ocasi�es de grande visibilidade e repercuss�o, algo que certamente contribuir� para o lan�amento do meu disco”, diz ela.

Sillas Prado diz que o pr�mio lhe permite levar seu trabalho para o palco nacional. “� muito legal poder tocar a m�sica mineira e, principalmente, afromineira para o Brasil”, diz o saxofonista e flautista.

Radicado em BH, o pernambucano Ulisses Luciano comemora o pr�mio, que chegou quando completa 25 anos de estudo de m�sica. Acostumado a acompanhar outros artistas, o trompetista prepara seu pr�prio disco.

Formado por um carioca e um paulista em Po�os de Caldas, no Sul de Minas, o Duo Fl�vio Danza e Rodrigo Mendon�a destaca a visibilidade que o BDMG Instrumental trar� para seu trabalho. “� um privil�gio, pois tantos nomes importantes da nossa m�sica passaram por essa iniciativa”, comenta Mendon�a.

Tamb�m foram premiados o bandolinista Welligton Gamal e o baterista Ant�nio Loureiro, como melhores instrumentistas, e o violonista Wallace Gomes, como melhor arranjador, pela forma como trabalhou a can��o “A paz”, de Gilberto Gil.

Flautista Nara Pinheiro e violoncelista Camila Rocha tocam no palco
A flautista Nara Pinheiro homenageou Nara Le�o e tocou com Camila Rocha, no BDMG Instrumental (foto: �lcio Para�so/divulga��o)

Nara prepara disco autoral

A flauta transversal entrou na vida de Nara Pinheiro h� de 13 anos, quando ela tinha 17. Ela fez bacharelado nesse instrumento musical na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e se aprimorou na Bituca – Universidade de M�sica Popular, em Barbacena.

O BDMG Instrumental � vitrine importante para m�sicos do interior, afirma a juiz-forana. Na competi��o, Nara apresentou as autorais “Ilus�o”, “Tempo de vendaval” e “Crian�as”, que far�o parte de seu �lbum, gravado em 2021. “Foi a primeira vez que as apresentei em p�blico, antes mesmo de lan�ar o disco”, ela conta.

“Com a��car, com afeto”, de Chico Buarque, foi a can��o que Nara escolheu para arranjar. “Assisti ao document�rio rec�m-lan�ado da Nara Le�o, essa m�sica estava na trilha sonora. Minha inten��o foi fazer homenagem a ela, pois me sinto ligada � artista, por termos o mesmo nome e por eu nascer no ano em que a Nara faleceu”, diz. E destaca a influ�ncia da cantora na MPB, Bossa Nova, Tropic�lia e Cinema Novo.

PROFESSORA 

Atualmente, a mineira faz mestrado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ). Desde 2019, d� aulas no Conservat�rio Estadual de M�sica, em Juiz de Fora. Em 2015, venceu os pr�mios Jovem M�sico e Jovem Instrumentista, realizados pelo BDMG Cultural.

“Esses eventos me abriram v�rios caminhos, pois comecei a ter confian�a para liderar grupos e a receber convites de outros festivais, que me conheceram a partir das premia��es. Foram momentos importantes para acreditar no meu pr�prio trabalho”, diz Nara Pinheiro.

"H� um p�blico atento ao mercado da m�sica instrumental que est� de olho na nova cena"

Nara Pinheiro, flautista


Sillas Prado toca flauta diante do microfone
Sillas Prado, m�sico da noite, abra�ou tamb�m a vida acad�mica (foto: �lcio Para�so/divulga��o)

Sillas � cria das bandas

Sillas Prado come�ou a tocar aos 10 anos, na banda de m�sica criada pelo av� em Francisco Dumont, cidade do Norte de Minas onde nasceu. A fam�lia se mudou para Sete Lagoas e ele se profissionalizou aos 15 anos, tocando em bares. 

O saxofonista e flautista mineiro virou multi-instrumentista gra�as �s bandas de m�sica. “Acabei escolhendo a flauta e o saxofone para trabalhar profissionalmente. O sax foi meu primeiro instrumento, por conta de fatores mercadol�gicos e de compositores que admiro. Aprendi flauta devido � influ�ncia de saxofonistas que tocam o instrumento, como Nivaldo Ornelas, Letieres Leite, Carlos Malta e Teco Cardoso”, conta.

BITUCA 

Em 2015, Sillas passou a estudar na Bituca – Universidade de M�sica Popular, em Barbacena. Dois anos depois, ingressou na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde se formou em m�sica popular. Atualmente, faz mestrado em performance musical.

“Este passo foi muito importante para a minha carreira, pois deixei de ser somente m�sico da noite para ser acad�mico”, diz.

Vencer o BDMG Instrumental lhe trouxe a chance de convidar a saxofonista Gaia Wilmer para participar de seus shows no CCBB-BH e no Sesc Brasil, na capital paulista. “Ela tamb�m participar� do meu disco. Inicio as grava��es em agosto, outra oportunidade dada pela premia��o”, diz.

Na competi��o, o flautista resgatou suas origens, propondo experimenta��es na m�sica afromineira e afrobrasileira, ferramentas de pesquisa dele. Apresentou as autorais “Obrigada mestre!”, “Baba” e “Mo�ambique pro cria”.

Uma das maiores influ�ncias de Sillas foi o maestro baiano Letieres Leite, que morreu de COVID-19, em 2021. “O Letieres esteve na Geraes Big Band, em 2019, e mudou a minha vida. Me fez pensar em coisas que n�o havia reparado”, conta.

“Infelizmente, ele nos deixou. Por isso fiz ‘Obrigada mestre!’ para homenage�-lo. J� em ‘Baba’, que em iorub� significa pai, homenageei o meu pai, que me inseriu na m�sica. E tamb�m meus professores e professoras, minhas refer�ncias e meus amigos da Babadan Banda de Rua”, conta.

J� “Mo�ambique pro cria” foi composta por ele para o percussionista Acau� Renne. “� um congado para um og� do candombl�”, explica. Sillas apresentou aos jurados o arranjo para “Honra ao rei”, de seu �dolo Letieres Leite.

Sillas Prado conta que buscou, durante a premia��o, dar visibilidade “� cena afromineira que est� acontecendo em Belo Horizonte”, citando trabalhos autorais de William Alves, Juventino Dias, Acau� Renne e da Babadan.

''Sou bastante ativo na cena, mas a premia��o me for�ou a assumir um trabalho pr�prio e recuperar composi��es guardadas nas gavetas. Ent�o, � uma nova proposta para a minha trajet�ria''

Ulisses Luciano, trompetista


 
Rodrigo Mendonça, em pé, toca flauta e Flávio Danza, sentado, toca violão durante show
Rodrigo Mendon�a e Fl�vio Danza apostam no repert�rio autoral (foto: �lcio Para�so/divulga��o)

Duo nasceu em Po�os de Caldas

O carioca Fl�vio Danza e o paulista Rodrigo Mendon�a come�aram a trabalhar juntos na banda Guaimb�, formada durante a pandemia em Po�os de Caldas, no Sul de Minas.

“Cheg�vamos mais cedo no ensaio e come��vamos a tocar. Por conta da nossa afinidade, formamos o duo”, conta o flautista Rodrigo. Em 2021, a dupla, dedicada ao respert�rio autoral, gravou o primeiro EP.

Formado em flauta transversal pela Universidade Federal da Bahia, o interesse de Rodrigo pela flauta-doce surgiu aos 7 anos. Aos 12, estudou flauta transversal e, em 1995, passou para o saxofone, quando se mudou para Salvador.

AX� 

“Passei pelo circuito de ax� music e trios el�tricos, atuei por sete anos na Orkestra Rumpilezz, criada por Letieres Leite”, conta. Ele jamais vai se esquecer da oportunidade de tocar com Gilberto Gil, quando integrava esse grupo.

Fl�vio Danza trabalhou por 15 anos como arquiteto e urbanista. “Mesmo envolvido com m�sica, a atividade era mais um hobby”, diz. Aos 8, o carioca come�ou a tocar teclado. “Aos 12, me encontrei com o viol�o, mas a vida foi me levando para o caminho da arquitetura”, diz.

Em 2016, Fl�vio se profissionalizou como m�sico e voltou a Po�os de Caldas, onde havia morado durante muitos anos. “Consegui virar a chave sobre a minha atividade profissional. Notei que precisava me dedicar � m�sica ap�s a morte do meu grande amigo Danilo Schultz, aos 33 anos, violonista supertalentoso.”

Durante o concurso, o duo apresentou “Outros carnavais”, de Rodrigo, “C�u e sonho” e “Sorriso da Lua”, ambas de Fl�vio. Criaram um arranjo para “S�ntese”, de Heraldo do Monte.

“Escolhemos estsa can��o porque al�m de combinar com a forma��o de duo, ela faz parte do disco 'Quarteto Novo' (1967), nome do grupo de Hermeto Pascoal e Heraldo do Monte”, afirma Danza, explicando que se trata de um dos �lbuns mais emblem�ticos da cena instrumental brasileira. 

Ulisses Luciano toca trompete, no palco, tendo ao fundo banner onde está escrito Prêmio BDMG Instrumental
O trompetista Ulisses Luciano assume novo caminho em sua carreira (foto: �lcio Para�so/divulga��o)

Ulisses agora  virou “solo”

O trompetista Ulisses Luciano � m�sico desde criancinha. Come�ou aos 10, numa escola p�blica do Recife, onde nasceu. Muito jovem, ganhou bolsa no Conservat�rio Pernambucano de M�sica e se dedica ao of�cio h� 25 anos. Tem bacharelado em m�sica popular pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
 
A paix�o pelo trompete veio casualmente, pois inicialmente seu interesse era aprender saxofone, mas o instrumento n�o estava dispon�vel na escola dele. “Me ofereceram o trompete e aceitei, s� para come�ar a tocar. Por�m, foi amor � primeira vista”, diz.

NIVALDO 

Ulisses trabalhou com diversos artistas, entre eles saxofonista Nivaldo Ornelas, um dos destaques do Clube da Esquina. Fez parte da Jazz Mineiro Orquestra, apresentando-se com craques do instrumental no estado, como Juarez Moreira, Toninho Horta, Andr� “Lim�o” Queiroz, Cl�ber Alves e Mauro Rodrigues.

O trompetista j� acompanhou L�o Jaime, Dado Villa-Lobos, Sandra de S�, C�sar Menotti e Fabiano, S� e Guarabyra, Fl�vio Venturini, Maria Gad� e Sideral. O BDMG Instrumental veio lhe dar a oportunidade de apresentar seu trabalho autoral.

“Sou bastante ativo na cena, mas a premia��o me for�ou a assumir um trabalho pr�prio e recuperar composi��es guardadas nas gavetas. Ent�o, � uma nova proposta para a minha trajet�ria”, explica Ulisses.

Para participar da competi��o, o trompetista escolheu fazer arranjo para “Jogral”, de Djavan e Fil� Machado, um de seus �dolos. Ele apresentou as autorais “Manh� na estrada”, maracatu que remete a Pernambuco; “PentAfro”, com pegadas do afrojazz; e “Praia da Barra”, mistura de samba-funk e partido-alto. 

* Estagi�ria sob supervis�o  da editora-assistente �ngela Faria 


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