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Estado de Minas M�SICA

Alexandre Nero lan�a o seu quarto �lbum com participa��o de trinca de ases

Aldir Blanc, Milton Nascimento e Elza Soares comparecem em "Quartos, su�tes, alguns c�modos, outros nem tanto", produzido ao longo dos �ltimos quatro anos


21/06/2022 04:00 - atualizado 20/06/2022 20:14

Alexandre Nero, de camisa jeans, com instrumentos musicais dependurados na parede, atrás dele
Em paralelo � carreira de ator, Alexandre Nero lan�ou "Quartos, su�tes, alguns c�modos, outros nem tanto" em abril passado (foto: Priscila Prade/Divulga��o)

A arte � a maior forma de express�o de Alexandre Nero, n�o importa se � atuando ou fazendo m�sica. Nesta �nsia de trabalhar os sentimentos de forma produtiva, o ator e m�sico lan�ou o �lbum "Quartos, su�tes, alguns c�modos, outros nem tanto", fruto de um trabalho extenso, o quarto de sua carreira como cantor e compositor.

O disco de 11 faixas foi apresentado ao p�blico em abril passado. O �lbum come�ou a ser produzido em 2018 e traz uma arrojada e rebuscada percep��o de Nero sobre os assuntos que atravessaram a vida do ator durante esses mais de quatro anos de produ��o.

"Foi o processo mais longo, doloroso e dif�cil da minha vida profissional", afirma. "Foi muito cansativo, muito estressante, uma ang�stia. Diversas vezes pensei em desistir. Acho que tudo isso est� l� no disco", diz.

A dor do processo n�o era apenas relacionada � complexidade de produzir um disco, mas a todo o contexto em que o artista estava inserido. Um exemplo s�o duas das parcerias que ele fez no caminho, que n�o puderam ver o trabalho final. Aldir Blanc (1946-2020) assina junto de Alexandre a can��o “Virul�ncia”, a primeira do �lbum, e Elza Soares (1937-2022) canta um trecho de “Miser�veis”.

Al�m da presen�a no �lbum, Blanc foi um parceiro com quem o cantor dividia o projeto. "Depois da morte dele, me senti muito sozinho, sem saber muito com quem dividir." Elza Soares foi convidada apenas como int�rprete, em uma can��o que conversava com as pautas sociais que ela costumava cantar. "Acho que � muito mais a minha homenagem a eles. Eu agrade�o a eles a oportunidade de poder estar aqui para prestar essa homenagem muito merecida", comenta.

"� um abismo pol�tico, � um abismo n�o s� pol�tico. Acho que � um abismo moral. O Brasil come�ou a tomar um rumo como sociedade que � assustador. Falta uma postura humana com as pessoas. Ent�o, acho que � inevit�vel falar sobre esse caminho. Eu, como artista, preciso falar do meu tempo"

Alexandre Nero, ator, cantor e compositor


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Milton Nascimento � outro nome ilustre presente no disco. O cantor mineiro empresta a voz para a m�sica “Em guerra de cegos”. "Ter esses tr�s nomes no meu �lbum me deixa sem palavras para explicar o sentimento; estou nas nuvens", diz Alexandre Nero. "Uma boa frase que talvez explique o que estou sentindo � do Milton e do M�rcio Borges: 'Sonhos n�o envelhecem'", acrescenta. "Fico brincando com os meus amigos que posso me aposentar agora", completa.

N�o foram apenas m�sicos que inspiraram o trabalho presente no disco, a poesia � muito viva nas refer�ncias do artista. "Sou filhote de Paulo Leminski, ent�o a poesia est� em mim desde muito moleque", conta Alexandre Nero, que cita a import�ncia dessas refer�ncias em sua maneira de criar. "Sou fascinado pela arquitetura das palavras. Uso-as como brinquedos de montar", diz o cantor, que abusa de alitera��es no novo disco.



As presen�as de peso se somam a uma musicalidade sofisticada e letras l�ricas e po�ticas. Em “Quartos, su�tes, alguns c�modos, outros nem tanto”, Alexandre Nero fala sobre o que acredita, e critica de forma contundente os rumos do Brasil desde 2018.

"� um abismo pol�tico, � um abismo n�o s� pol�tico. Acho que � um abismo moral. O Brasil come�ou a tomar um rumo como sociedade que � assustador. Falta uma postura humana com as pessoas", analisa o m�sico. "Ent�o,  acho que � inevit�vel falar sobre esse caminho. Eu, como artista, preciso falar do meu tempo", acrescenta.

A pandemia tamb�m se tornou t�pico. “Virul�ncia”, a m�sica escrita com Blanc, faz uma met�fora sobre o per�odo, por exemplo. "Nunca pensei em fazer um disco para falar alguma coisa sobre isso. Por�m, foi inevit�vel. Eu falo do meu redor. No disco, eu falo do meu filho, de solid�o, de depress�o. A gente passou por uma pandemia, n�o tinha como n�o tocar nesse assunto", aponta. "A gente passa por uma treva muito escura. Fa�o essas cr�ticas como forma de refletir os caminhos do nosso tempo. Esse � meu papel como artista."

Capa do disco de Alexandre Nero tem foto de homem de perfil com pinceladas brancas sobre sua cabeça

"QUARTOS, SU�TES, ALGUNS C�MODOS, OUTROS NEM TANTO"

.Alexandre Nero
.Selo Risco, 11 faixas
.Dispon�vel nas plataformas digitais






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