O poderoso Thor est� de volta aos cinemas na sua mais espalhafatosa e emocionante aventura: “Thor: Amor e trov�o”. Depois de tr�s filmes e v�rias apari��es em outras produ��es da Marvel, o personagem retorna para se reunir com sua ex-namorada, a astrof�sica Jane Foster (Natalie Portman), e com seu ex-martelo, Mjolnir.
Este � o segundo filme da franquia dirigido pelo diretor neozeland�s Taika Waititi, que ganhou reconhecimento mundial quando comandou “Thor: Ragnarok” (2017).
O diretor � conhecido por seu humor �cido e pela habilidade em filmar situa��es constrangedoras e absurdas. Aqui, ele n�o faz diferente. “Amor e trov�o”, que estreia nesta quinta-feira (7/7) nos cinemas brasileiros, tem o mesmo ritmo intenso e ca�tico de seu predecessor.
O diretor � conhecido por seu humor �cido e pela habilidade em filmar situa��es constrangedoras e absurdas. Aqui, ele n�o faz diferente. “Amor e trov�o”, que estreia nesta quinta-feira (7/7) nos cinemas brasileiros, tem o mesmo ritmo intenso e ca�tico de seu predecessor.
Thor est� na sua jornada mais nonsense desde que fez sua estreia nas telas, h� mais de 11 anos. Galhofa � a palavra da vez: prepare-se para chorar de rir da primeira � �ltima cena. Essa tamb�m � a aventura solo do Deus do Trov�o mais emocionante. Todos os personagens, tanto os que retornam quanto as adi��es ao elenco, t�m arcos completos e sinceros, tr�gicos e humanos.
Chris Hemsworth interpreta mais uma vez Thor, personagem da Marvel Comics criado por Jack Kirby e Stan Lee, baseado na divindade n�rdica de mesmo nome. Ap�s todos esses anos e tantas vit�rias, Hemsworth e Waititi provam porque o super-her�i � o �nico dos principais Vingadores a continuar ganhando filmes solo: Thor se reinventa a cada nova batalha.
Piada
Aos puristas de HQs: n�o espere assistir ao mesmo Thor dos quadrinhos. O Deus do Trov�o dos cinemas n�o se leva a s�rio e n�o � carregado de toda a dramaticidade que possui nas HQs. Waititi e a Marvel demonstram cada vez mais interesse em explorar a veia c�mica e o carisma de Thor: tudo no filme � uma potencial piada e a mitologia dos quadrinhos serve apenas como inspira��o.Na �ltima vez em que vimos o Deus do Trov�o, ele estava com excesso (mesmo!) de peso e pregui�oso e havia acabado de derrotar Thanos definitivamente, junto com os outros Vingadores, em “Ultimato”, tendo deixado a Terra junto com os Guardi�es da Gal�xia, para redescobrir seu prop�sito. Encontramos Thor em “Amor e trov�o” ainda emocionalmente perdido e deslocado de sua nova equipe.
Desta vez, como o t�tulo entrega, o Deus do Trov�o est� atr�s de amor. Eis que, coincidentemente, Natalie Portman ressurge nas telas como o antigo interesse amoroso de Thor, a astrof�sica Dra. Jane Foster. Portman, que participou apenas dos dois primeiros filmes da franquia, havia deixado o papel em 2013, ap�s “Thor: O mundo sombrio”.
Lady Thor
A atriz aceitou retornar ao papel ap�s ser chamada por Taika Waititi, que veio com a promessa de revigorar a personagem e transform�-la em algo mais do que apenas o interesse amoroso do Deus do Trov�o. “Eles vieram at� mim e disseram: ‘Temos essa ideia para voc�, que era uma hist�ria das HQs em que a Jane se torna Lady Thor', e eu fiquei tipo, ‘Isso � muito interessante!’”, a atriz contou ao site ET Online.“Amor e trov�o” adapta uma hist�ria recente das HQs, na qual Jane Foster, que se descobriu com c�ncer em est�gio avan�ado, recebe um chamado do antigo e cl�ssico martelo de Thor, Mjolnir, e se torna digna de levant�-lo, transformando-se na Poderosa Thor. Os leitores de HQs v�o ficar contentes com essa parte da hist�ria: o arco de Jane Foster como deusa n�rdica � muito bem adaptado.
A grande novidade do filme � a presen�a de Christian Bale – o camale�o conhecido, entre muitos outros pap�is, pelo Batman de “Cavaleiro das Trevas” (2008) – que interpreta o vil�o, Gorr, o Carniceiro dos Deuses. O personagem, que tamb�m foi introduzido nas HQs recentemente, � um monge alien�gena, originalmente devoto aos deuses, mas que se volta contra todas divindades quando estas o abandonam e tamb�m � sua fam�lia.
Apesar de o personagem ter um arco cl�ssico de vingan�a, a atua��o de Bale e as motiva��es que levam Gorr a se opor aos deuses elevam o vil�o ao patamar de melhor antagonista da Marvel desde Thanos. O Carniceiro dos Deuses se encaixa perfeitamente na busca de Thor por amor e prop�sito e serve como um bom advers�rio ao Deus do Trov�o e seus aliados.
Novamente, aos leitores de quadrinhos: n�o esperem que Gorr seja 100% fiel �s HQs. Waititi e Bale se inspiraram no contexto e na ideia do vil�o para criar algo novo e encaix�-lo na hist�ria que queriam contar.
Batalha
Retornando de “Thor: Ragnarok” est� Tessa Thompson como a Valqu�ria. Ao final de “Vingadores: Ultimato” (2019), a personagem se tornou o novo rei de Asgard, e, nas suas primeiras cenas, a vemos se ajustando � sua nova realidade e �s responsabilidades. De cara, percebemos que Valqu�ria sente falta do campo de batalha.Quando o filme foi anunciado, na San Diego Comic-Com de 2019, tanto Thompson quanto o produtor Kevin Feige disseram que a bissexualidade de Valqu�ria seria explorada. “Amor e trov�o” faz alus�es sutis � quest�o – a personagem menciona sua sexualidade abertamente em um di�logo – sem aprofundar esse aspecto de Valqu�ria.
Em uma das cenas mais hil�rias de sua carreira, Russell Crowe interpreta brevemente o grande rei do Olimpo, Zeus. O deus dos raios da mitologia grega tem aparecido recorrentemente em anos recentes nos grandes blockbusters de Hollywood e j� foi interpretado por Liam Neeson, Luke Evans e Sean Bean.
Surpresa
O Zeus de Waititi, contudo, tem – claro – uma pegada diferente. Crowe faz um rei pregui�oso, narcisista e hedonista, que est� muito mais preocupado com suas orgias do que com a amea�a iminente. Quem se lembra do ator como o id�neo general romano Maximus Decimus Meridius em “Gladiador” (2000) vai se surpreender ao ver sua interpreta��o em cena.Tamb�m presentes no filme est�o os Guardi�es da Gal�xia: Chris Pratt como o Senhor das Estrelas; Dave Bautista como Drax, o Destruidor; Karen Gillan como Nebula; Pom Klementieff como Mantis; Bradley Cooper como Rocket, e Vin Diesel como Groot. A equipe comparece nos momentos iniciais da trama e, apesar da participa��o especial, n�o tira os holofotes de Hemsworth e Portman.
Com Asgard, a terra dos deuses n�rdicos, destru�da no �ltimo filme, “Amor e trov�o” leva Thor e companhia para mundos completamente novos. Os visuais s�o extremamente coloridos e extravagantes, com muito uso – �s vezes excessivamente – de efeitos visuais. O roteiro ca�tico e fren�tico � refletido na ambienta��o de cada um dos cen�rios do longa.
Uma das principais cr�ticas aos filmes mais recentes da Marvel tem sido o excesso de interconex�o entre, n�o s� em rela��o �s produ��es cinematogr�ficas, comno tamb�m �s s�ries que t�m estreado no servi�o de streaming dos est�dios Disney, o Disney+.
Para situar o p�blico, Waititi encontrou um jeito genial para recapitular as informa��es necess�rias � hist�ria, na forma de narra��es que o personagem Korg (interpretado pelo pr�prio diretor) dirige aos espectadores, como se estivesse contando lendas ao redor de uma fogueira.
Para al�m da galhofa e do humor �cido de Taika Waititi, “Amor e trov�o” � um filme com cora��o. Uma mistura de com�dia rom�ntica e aventura espacial, a jornada de Thor por aceita��o e prop�sito de vida � conclu�da em uma cena de aquecer o cora��o, especialmente para os que o acompanham h� mais de uma d�cada.
“THOR: AMOR E TROV�O”
(“Thor - Love and tunder”, EUA, 2022. 119 min). Dire��o: Taika Waititi. Com Chris Hemsworth, Tessa Thompson, Christian Bale, Russell Crowe e Natalie Portman. Em cartaz a partir de quinta-feira (7/7) em salas das redes Cineart, Cinemark, Cinesercla e Cin�polis.
SAIBA MAIS
Diretor fez gra�a at� com Hitler
Hoje um nome associado aos filmes do Universo Marvel, o neozeland�s Taika Waititi frequentou tamb�m o circuito dos filmes de arte com a com�dia dram�tica “Jojo Rabbit” (2019), que dirigiu e na qual atuou como o ditador Adolf Hitler. Na trama, que deu a Waititi o Oscar de roteiro adaptado, o garoto do t�tulo tem Hitler como seu amigo imagin�rio. Ele vive sozinho com a m�e, interpretada por Scarlett Johansson (tamb�m indicada ao Oscar; o filme concorreu em seis categorias), e tem em Hitler seu conselheiro para se tornar um menino corajoso. Waititi fez a arriscada escolha de retratar o nazismo pelo vi�s do humor e chegou a dizer que assumiu o papel de Hitler pela dificuldade de encontrar outro ator que o fizesse.
*Estagi�rio sob supervis�o da editora Silvana Arantes