
"N�o nos cansamos de ficar surpreendidos com a acolhida calorosa que sempre temos aqui (no Brasil). Acabamos de nos apresentar em Garanhuns, em uma igreja, e foi uma coisa bem quente. A resposta do p�blico � invariavelmente muito positiva, sens�vel e sincera, especialmente quando executamos a m�sica de Piazzolla'
Mart�n Pantyrer, clarinetista da banda Escalandrum
Comandada pelo neto de Astor Piazzolla (1921-1992), o baterista Daniel “Pipi” Piazzolla, a banda argentina Escalandrum aporta em Belo Horizonte para duas apresenta��es, nesta ter�a (26/7) e quarta-feira (27/7), no rec�m-inaugurado Clube de Jazz do Caf� com Letras. Criado em 1999, o grupo tem seis integrantes e desenvolveu, ao longo dos anos, uma sonoridade pr�pria, que transita entre o jazz e o tango.
Desde o primeiro �lbum, “Bar Los Amigos”, lan�ado em 2000, a banda vem acumulando diversas l�ureas, como o Grammy Latino e o Pr�mio Gardel. De l� para c�, foram mais 12 t�tulos, sendo dois deles – “Piazzolla plays Piazzolla”, lan�ado em 2011, e “100”, que veio � luz este ano – inteiramente dedicados � obra do ic�nico compositor e bandoneonista argentino.
O clarinetista do Escalandrum, Mart�n Pantyrer, adianta que o repert�rio que ser� apresentado hoje e amanh� na capital mineira faz um grande apanhado da trajet�ria de mais de 20 anos do grupo. “Vamos fazer uma mistura das composi��es pr�prias com algumas coisas de Astor Piazzolla. J� lan�amos 13 discos juntos, ent�o temos bastante material para trabalhar”, diz.
Ele acrescenta que o show tamb�m comporta temas nov�ssimos, que ser�o registrados em um novo �lbum que ainda ser� gravado este ano. Pantyrer destaca que “100”, gravado entre Buenos Aires e Londres, no m�tico est�dio Abbey Road, e lan�ado em 11 de mar�o deste ano, em celebra��o ao centen�rio de nascimento de Piazzolla, merece uma aten��o especial no roteiro do show, por se tratar do trabalho mais recente do grupo.
Mistura de ritmos
Pantyrer entende a m�sica que o Escalandrum faz como uma grande mistura de ritmos argentinos, o que resulta em algo novo, mas fundamentalmente calcado no jazz. “� uma sonoridade que tem muito a ver com Buenos Aires e que muita gente classifica como novo tango. Mas nossas refer�ncias s�o muitas. J� participamos de festivais de m�sica erudita, barroca, e tamb�m j� executamos compositores russos cl�ssicos”, comenta.Em 2017, ali�s, o grupo lan�ou um disco, batizado “Sess�es ION”, dedicado �s obras de Mozart e Alberto Ginastera. “� um disco que eu, particularmente, gosto muito. Foi gravado em um est�dio famoso em Buenos Aires, com um s� microfone, como se fazia nos anos 1950, e o resultado ficou incr�vel”, diz o clarinetista.
Ele chama a aten��o para o fato de que a forma��o do Escalandrum – que se completa com Mariano S�vori (contrabaixo), N�colas Guerschberg (piano), Dami�n Fogiel (sax tenor) e Gustavo Musso (sax soprano e alto), al�m de Daniel “Pipi” Piazzolla – � a mesma desde a funda��o do grupo, o que, naturalmente, garante entrosamento e fluidez tanto nos shows quanto nas grava��es.
“A gente se conhece h� 30 anos e, em 1999, ‘Pipi’ prop�s criarmos a banda. Estamos todos na faixa dos 50 anos e h� 23 estamos juntos no Escalandrum. J� v�nhamos de carreiras musicais muito intensas e resolvemos somar for�as”, conta.
P�blico acolhedor
Ele diz que nesta atual passagem pelo Brasil, o grupo est� circulando h� 20 dias e j� se apresentou no Rio de Janeiro, em Recife, Campinas e Garanhuns, entre outras cidades, e, depois de Belo Horizonte, encerra a turn� pelo pa�s no Sesc Vila Maria, em S�o Paulo.Pantyrer considera o p�blico brasileiro muito acolhedor e acredita que essa caracter�stica ser� particularmente marcante em um espa�o mais intimista, como � o Clube de Jazz do Caf� com Letras.
“S�o diferentes linguagens de m�sica instrumental, a argentina e a brasileira, mas n�o nos cansamos de ficar surpreendidos com a acolhida calorosa que sempre temos aqui. Acabamos de nos apresentar em Garanhuns, em uma igreja, e foi uma coisa bem quente. A resposta do p�blico � invariavelmente muito positiva, sens�vel e sincera, especialmente quando executamos a m�sica de Piazzolla”, diz.
Sobre o novo �lbum, que o grupo vai gravar este ano, ele diz que ainda n�o tem um nome, mas que as m�sicas, autorais, j� est�o todas prontas. “S� precisamos de dois dias livres para entrar em est�dio e gravar. Temos conversado muito sobre a sonoridade, pensando em fazer algo mais el�trico, saindo um pouco da ambi�ncia ac�stica que sempre praticamos.”
ESCALANDRUM
Show da banda argentina, executando temas autorais e composi��es de Piazzolla, nesta ter�a (26/7) e quarta, �s 19h30, no Clube de Jazz do Caf� com Letras (Rua Ant�nio de Albuquerque, 47, Funcion�rios). Ingressos a partir de R$ 40.