
Acostumado a acompanhar nomes como Maria Beth�nia, Leny Andrade e Crist�v�o Bastos, o violonista e compositor paulista Jo�o Camarero acaba de lan�ar o �lbum “Gentil assombro” (GuitarCoop), seu terceiro disco solo - os anteriores s�o “Jo�o Camarero” (2014) e “Vento brando” (2019).
Com 10 faixas, o repert�rio do disco traz duas composi��es do pr�prio Camarero e tamb�m m�sicas de Paulinho da Viola, S�rgio Assad, Radam�s Gnatalli (1906-1988), al�m do espanhol Manuel de Falla (1876-1946) e do mexicano Manuel Maria Ponce (1886-1948).
Ex�mio violonista, Camarero explica que as can��es s�o quase como miniaturas, m�sicas curtas. Ele ressalta que procurou achar um caminho com os temas mais sentimentais. “Estou preocupado em fazer uma m�sica no sentido mais amplo poss�vel, que toque as pessoas de alguma maneira, seja pela estranheza ou pelo conforto, uma coisa muito ligada � contempla��o.”
Brasilidade em destaque
Segundo Camarero, as suas composi��es s�o um pouco mais l�ricas, mas se inserem no disco de maneira natural. “Primeiro, porque � importante gravar m�sicas autorais e segundo, porque elas t�m um car�ter bem revelador do que eu fa�o, do estilo que toco e mostram onde eu quero estar. S�o bem brasileiras, por�m t�m uma est�tica e uma harmonia ligadas a outros estilos tamb�m. � um retrato do que acredito agora.”
O repert�rio do disco come�ou a ser formulado em 2019. “A ideia era, ao longo de 2020, fazer os concertos que j� estavam marcados, ou seja, praticar esse repert�rio. Isso porque h� uma diferen�a grande entre matur�-lo tocando ao vivo e estudando em casa. A m�sica amadurece de um jeito diferente. A� veio a pandemia, e todo mundo ficou ref�m, trancado em casa, sem trabalho, e ent�o tive que adiar o processo. No ano de 2021, pensei: bom, n�o d� mais para esperar. E gravei o �lbum no segundo semestre”, diz.
"Estou preocupado em fazer uma m�sica no sentido mais amplo poss�vel, que toque as pessoas de alguma maneira, seja pela estranheza ou pelo conforto, uma coisa muito ligada � contempla��o"
Jo�o Camarero, violonista e compositor
O violonista classifica como “um presenta�o maravilhoso” os dois choros in�ditos que recebeu de Paulinho da Viola para gravar. A escolha de Radam�s Gnatalli, ele diz, � puramente afetiva. “Gosto muito dele, n�o s� da sua m�sica, mas tamb�m da figura humana que era e por causa de ele representar essa fronteira na qual me vejo. Esse neg�cio quase confuso entre a m�sica de concerto e a popular e saber tratar as duas com respeito”, aponta.
Camarero gravou tamb�m uma pe�a do compositor, arranjador e violonista cl�ssico S�rgio Assad escrita e dedicada para ele. “Acho que, se n�o for o maior, � um dos maiores desafios t�cnicos que j� encarei”, comenta o violonista.
De sua pr�pria lavra, o instrumentista registrou “valsas curtinhas”, de uma s�rie que vem compondo chamada “Pequenas valsas sentimentais”. O �lbum se completa com “Scherzino mexicano”, de Manuel Maria Ponce, “figura presente no repert�rio do viol�o cl�ssico e que tamb�m tem essa liga��o com a m�sica popular, no caso, no M�xico”, e com tr�s pe�as de Manuel de Falla (“Danza del corregidor”, “Romance del pescador” e “Canci�n del fuego fatuo”).
No pr�ximo dia 25, Camarero faz o show de lan�amento do �lbum em S�o Paulo. Em seguida, divulga o trabalho com apresenta��es no Rio de Janeiro, em Mo�ambique, Paris, Nova York e Assun��o.
Embora esteja planejando o lan�amento do �lbum, o violonista j� est� envolvido com alguns outros projetos. “Gravei um disco com o Celso Sim, que � um cantor e ator de S�o Paulo, e que deve sair em breve. Estou come�ando um trabalho de voz e viol�o com a atriz Camila Pitanga, que canta lindamente, e mais algumas coisinhas rolando. Sempre h� trabalho, gra�as a Deus, ainda mais agora, quando as coisas est�o reabrindo e estamos conseguindo atuar mais.”

“GENTIL ASSOMBRO”
.Disco de Jo�o Camarero
.GuitarCoop (10 faixas)
.Dispon�vel nas plataformas digitais