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Estado de Minas DAN�A

Rodrigo Pederneiras mudou tudo! E 'Gil refazendo'', do Corpo, volta ter�a

Core�grafo recria 'Gil', que estreou em 2019, porque interpretou erradamente a trilha sonora. Minitemporada em BH vai at� domingo (4/9), no Pal�cio das Artes


28/08/2022 07:35 - atualizado 28/08/2022 07:41

Vestindo roupas brancas, sete bailarinos do Grupo Corpo dançam no palco. Duas bailarinas sorriem para a câmera
"Gil refazendo" adotou cores past�is e ganhou novos movimentos. Rodrigo Pederneiras diz que vai apresentar "um novo bal�" (foto: Jos� Luiz Pederneiras/Divulga��o)

"Agora, sim, o espet�culo est� do jeito que eu queria"

Rodrigo Pederneiras, core�grafo


Rodrigo Pederneiras � uma das poucas pessoas que podem afirmar categoricamente que dan�a conforme a m�sica. Cofundador e core�grafo do Grupo Corpo, ele s� desenvolve cada trabalho depois da trilha sonora pronta.

Foi assim com Maria Maria, espet�culo de estreia com trilha de Milton Nascimento e Fernando Brant, Parabelo (com m�sica de Tom Z� e Jos� Miguel Wisnik), Triz (Lenine), Dan�a sinf�nica (Marco Ant�nio Guimar�es) e Onqot� (Caetano Veloso e Jos� Miguel Wisnik), por exemplo.

Gil, o mais recente, � o �nico com trilha sonora composta para o Corpo pelo pr�prio homenageado, Gilberto Gil. Estreou em 2019, mas volta ao cartaz totalmente modificado a partir desta ter�a-feira (30/8), no Pal�cio das Artes.

Programa tem Gil e Caetano

Ser� a temporada dos baianos: o programa ter� Onqot�. Trata-se de homenagem aos 80 anos de Gilberto Gil e Caetano Veloso, comemorados em 2022. Nesta ter�a-feira (30/8), o espet�culo tem entrada franca. Ingressos para as sess�es de quarta a domingo (4/9) est�o � venda.

“Na �poca da estreia (de Gil), tive uma interpreta��o muito equivocada da trilha sonora. Portanto, resolvi fazer um novo espet�culo. O Paulo preparou novo cen�rio e a Freusa desenvolveu outro figurino, completamente diferente. Agora, sim, o espet�culo est� do jeito que eu queria”, diz o core�grafo Rodrigo, referindo-se ao irm�o, Paulo Pederneiras, diretor art�stico do Corpo, e � arquiteta Freusa Zechmeister.

Bailarina do Corpo veste roupa marrom e olha para a câmera
"Gil refazendo'' exigiu novos ensaios dos bailarinos (foto: Jos� Luiz Pederneiras/Divulga��o)


No lugar do amarelo chamativo e de figurinos coloridos, entraram cores em tons past�is, al�m do v�deo que apresenta, de tr�s para a frente, o processo de florescimento de um girassol. Met�fora da reorganiza��o do mundo depois de tanta destrui��o, explica Rodrigo Pederneiras.

At� o nome do espet�culo mudou. Agora se chama Gil refazendo, deixando em evid�ncia a decis�o de mudar.

“A �nica coisa que mantive da coreografia antiga foi o solo que a Mariana do Ros�rio faz ao som de Aquele abra�o”, adianta Pederneiras, definindo o espet�culo como “um novo bal�, completamente diferente, quase sem respiro”.

Gil refazendo se divide em quatro tem�ticas conectadas � trilha do baiano: choro instrumental, cl�ssico (inspirado em Brahms e Eric Satie), liberdade improvisadora e constru��o abstrata, baseada em figuras geom�tricas. Nessa �ltima, movimentos come�am pelo c�rculo, seguem pelo tri�ngulo, ret�ngulo e pent�gono, voltam ao c�rculo e terminam em linha reta.

Diferentemente de quando criou Onqot�, em 2005, Rodrigo n�o teve contato muito estreito com Gilberto Gil. “Devo ter me encontrado com o Gil duas vezes, talvez. E, mesmo assim, foram situa��es em que s� jantei com ele e troquei algumas ideias sobre o espet�culo”, explica.
 
Relembre momentos de Onqot�:
 


Em 2005, os encontros de Rodrigo Pederneiras com Caetano Veloso e Jos� Miguel Wisnik eram frequentes, o que permitiu ao core�grafo acompanhar de perto a produ��o da trilha.

“O Z� j� � um parceiro antigo. S�o dele as trilhas de Nazareth, Parabelo e Sem mim. J� o Caetano � grande amigo nosso. Os dois foram muito abertos �s sugest�es que eu fazia j� pensando nos passos que seriam executados”, revela.

Rodrigo sugeriu mudan�as de ritmo, altera��es da ordem das m�sicas e at� mesmo cortes de arranjos, que exigiriam preparo f�sico muito grande dos bailarinos e poderiam comprometer a qualidade do bal�.

“Uma das coisas mais legais foi que eles fizeram uma dobradinha na hora de gravar. O Caetano cantou a m�sica do Z� e vice-versa”, destaca o core�grafo.

No balé Onqotô, bailarino está deitado no chão e lança bailarina para o ar, acima dele. Ela está com os braços abertos
"Onqot�" transforma dilema filos�fico em movimento (foto: Jos� Luiz Pederneiras/Divulga��o)

Mineir�s, filosofia e Big-Bang

Onqot� partiu da brincadeira com as palavras – no “dialeto mineir�s”, quer dizer onde que eu estou – para questionar onde cada um de n�s e a pr�pria humanidade est�o. Tudo come�ou de uma bem-humorada discuss�o sobre a paternidade do universo. De um lado, a teoria do Big-Bang. De outro, a m�xima futebol�stica de Nelson Rodrigues (1912-1980): “O Fla-Flu come�ou 40 minutos antes do nada”.

Nesse dilema filos�fico-coreogr�fico-existencial, contrap�em-se movimentos ao mesmo tempo bruscos e suaves, horizontais e verticais.

A jun��o de Onqot� com Gil refazendo n�o estava nos planos do Corpo. O que inicialmente seria apenas uma reformula��o se tornou dobradinha devido aos 80 anos de Gil e Caetano.

“Os dois, ao lado de outros nomes, como Milton Nascimento e Chico Buarque, s� para citar alguns, s�o as principais alavancas da cultura brasileira, sobretudo na d�cada de 1970. Assim, n�o poderia deixar de homenage�-los”, ressalta Rodrigo Pederneiras.

Antes da temporada mineira, o Grupo Corpo estreou a dobradinha na abertura da 19ª Temporada de Dan�a do Teatro Alfa, em S�o Paulo, com casa cheia todos os dias.

“As apresenta��es de dan�a no Brasil estavam fervendo antes da pandemia. P�blico muito interessado, companhias conseguindo esgotar os ingressos. Mas a� veio o coronav�rus e atrapalhou tudo. Agora sinto que as coisas est�o retomando e voltando a ficar fortes”, ressalta o core�grafo do Gupo Corpo.

Filarm�nica de Los Angeles: sonho poss�vel

Em 47 anos de trajet�ria, a companhia mineira colecionou parceiros musicais de peso – Caetano, Gil, Lenine, Jo�o Bosco, Marco Ant�nio Guimar�es, Uakti, Arnaldo Antunes e Philip Glass, entre muitos outros. Mas Rodrigo Pederneiras espera ainda concretizar um sonho: a apresenta��o do Corpo com a Orquestra Filarm�nica de Los Angeles.

Antes da pandemia, o regente Gustavo Dudamel prop�s � companhia dan�ar a trilha executada ao vivo pela orquestra americana.

“Chegou a pandemia e atrapalhou nossa comunica��o. Aquilo que j� estava um pouco encaminhado quase morreu. Ainda conversamos de vez em quando, mas n�o � do mesmo jeito de antes”, revela Rodrigo.

“GIL REFAZENDO E ONQOT�”

Com Grupo Corpo. Pal�cio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Ter�a-feira (30/8), �s 20h, com entrada franca. De quarta-feira (31/8) a s�bado (3/9), �s 20h; domingo (4/7), �s 18h. Inteira: R$ 200 (plateia 1 central), R$ 180 (plateia 2 central), R$ 150 (plateias 1 e 2 laterais), e R$ 50 (plateia superior). Meia-entrada na forma da lei. Ingressos � venda na bilheteria do teatro e no site Eventim.  Informa��es: (31) 3236-7400.


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