
Este ano de 2022 � especial para Gustavo Fernandez. Al�m de estrear como cineasta com “Predestinado – Arig� e o esp�rito do Dr. Fritz”, filme que estreia nesta quinta-feira (1º/9), ele comemora, com “Pantanal”, seus 18 anos na dire��o de novelas da TV Globo.
O ga�cho � respons�vel, entre outros sucessos, por “A favorita” (2008), que est� sendo reprisada, “Avenida Brasil” (2012) e “Cordel do fogo encantado” (2011).
Gustavo conta que n�o duvidava da repercuss�o do remake de “Pantanal” pelo fato de ser obra t�o querida, da qual as pessoas se lembram com carinho. S� n�o esperava o tamanho do sucesso da novela.
“O mais surpreendente � a volta do h�bito de assistir ao vivo, ali na hora, de querer saber da novidade, ser o primeiro a comentar no Twitter, um elemento muito curioso causado pela novela”, observa.

Com previs�o de acabar em 7 de outubro, o ritmo das grava��es de “Pantanal” � intenso na reta final. Motivo: o folhetim sentiu a pandemia em dois per�odos, quando integrantes da equipe foram positivados para COVID-19. “Por isso, ficou muita coisa acumulada. A gente est� correndo para dar conta de tudo o que ainda tem para gravar”, conta ele.
A menos de 40 dias do fim da novela, Gustavo confessa que vai sentir saudades. E jamais se esquecer� de dois momentos. O primeiro, a queimada do Pantanal, por volta do cap�tulo 80.
“Era uma sequ�ncia escrita como dramaturgia. O Velho do Rio via quem colocava fogo, ia para cima dele, se transformava em sucuri, tentava apagar o fogo por conta dele mesmo. Mas era uma sequ�ncia que demandava muito tempo, muito dinheiro e muito dif�cil de ser executada. Voc� n�o vai 'tacar' fogo de verdade na floresta para fazer uma cena”, observa.
“Era uma sequ�ncia escrita como dramaturgia. O Velho do Rio via quem colocava fogo, ia para cima dele, se transformava em sucuri, tentava apagar o fogo por conta dele mesmo. Mas era uma sequ�ncia que demandava muito tempo, muito dinheiro e muito dif�cil de ser executada. Voc� n�o vai 'tacar' fogo de verdade na floresta para fazer uma cena”, observa.
A solu��o veio das lembran�as de reportagens sobre queimadas exibidas na televis�o, que sempre o faziam chorar.
“Nada do que a gente fizer e reproduzir na fic��o vai ser t�o forte quanto isso. Foi a� que veio a ideia do minidocument�rio dentro da novela, o que gerou uma repercuss�o imensa”, diz Gustavo, destacando a import�ncia da maneira como Bruno Luperi, autor da vers�o atual do folhetim, trata temas t�o importantes.
“Nada do que a gente fizer e reproduzir na fic��o vai ser t�o forte quanto isso. Foi a� que veio a ideia do minidocument�rio dentro da novela, o que gerou uma repercuss�o imensa”, diz Gustavo, destacando a import�ncia da maneira como Bruno Luperi, autor da vers�o atual do folhetim, trata temas t�o importantes.
Para Gustavo, “novela � entretenimento, mas tamb�m tem de cumprir fun��o social”. Bruno Luperi, ali�s, � neto de Benedito Ruy Barbosa, autor da “Pantanal” original. Exibido pela extinta Rede Manchete nos anos 1990, o folhetim � considerado marco da teledramaturgia brasileira.
A homenagem a Claudio Marzo na comitiva fantasma � outra sequ�ncia que deixou o diretor muito feliz. “O Bruno tinha a inten��o de que nessa comitiva aparecessem atores da vers�o anterior. Mas havia uma s�rie de quest�es. O Marcos Palmeira e o Almir Sater, por exemplo, est�o na novela atual. Paulo Gorgulho apareceu no in�cio, algumas pessoas j� n�o est�o mais vivas. Nosso receio era de que a homenagem ficasse na metade do caminho. Eu estava argumentado desse jeito para algu�m, n�o me lembro quem, quando falei: 'Se o Claudio Marzo ainda estivesse vivo...'. E a�... Opa, por que n�o?”.
A produ��o buscou imagens recentes do ator, que fez o Velho do Rio na primeira vers�o, e as inseriu sobre a imagem de um figurante. O resultado ficou �timo, comenta Gustavo. “Me lembro do 'Gladiador'. Oliver Reed morre no meio do filme e eles usam imagens do Oliver Reed para pelo menos terminar a hist�ria do personagem.”

Ao fazer o balan�o de seus 18 anos como diretor de novelas, Gustavo diz que chegou muito mais longe do que poderia imaginar. “As coisas foram acontecendo de maneira natural. Com toda a sinceridade, nunca fui movido pela imposi��o de ir galgando posi��es dentro da Globo. Isso foi acontecendo de maneira natural”, afirma.
S�rie policial nos Pampas
Entre os pr�ximos desafios est� o projeto de uma s�rie policial escrita por ele. “S�o 10 epis�dios a serem feitos no Rio Grande do Sul, que � a minha terra”, adianta.
Com tantos sucessos, a maioria em parceria com o novelista Jo�o Emanuel Carneiro, Gustavo reconhece que este autor foi fundamental em sua trajet�ria.
“Sem d�vida, o estilo de novela que o Jo�o implementou, principalmente a partir de 'A favorita', se encaixava muito com a minha maneira de fazer, de dirigir. Jo�o � um cara muito rigoroso na escrita e muito generoso em se abrir a para ideias que s�o propostas, que nascem a partir do texto dele”, comenta Gustavo Fernandez.
“Sem d�vida, as melhores cenas e sequ�ncias que tive a felicidade de dirigir, e colocaria no meu videobook, s�o de novelas do Jo�o”, finaliza.