
Depois do lan�amento dos singles “Expresso 222”, “Realce”, “Toda menina baiana”, “Refazenda” e do �lbum “Su�te viramundo” (Deck), que contou com a participa��o do homenageado Gilberto Gil em “Prociss�o”, “Louva��o” e “Viramundo”, Carlos Malta e a Banda Pife Muderno lan�am agora, nas plataformas digitais, o disco “Su�te tempo rei” (Deck). Neste trabalho, Gil participa nas faixas “Tempo rei” e “Oriente”.
Mas o tributo ao baiano n�o para por a� – continua com o lan�amento de mais dois discos: “Su�te primazia” (Deck), que ser� mandado para o streaming em 7 de outubro, no qual Gil faz participa��o na faixa “Ciranda das flores”, e “Su�te Festa” (Deck), que ser� lan�ado em 4 de novembro, com o artista fazendo participa��o especial na m�sica “S�o Jo�o Xang� menino”.
Ao todo, o projeto traz 40 m�sicas e Gil participou de oito faixas distribu�das nos quatro discos. “At� fizemos uma m�sica em parceria. Aquelas coisas que acontecem no est�dio. Tivemos a oportunidade de gravar com instrumentos �tnicos, com flautas japurutu, que � da tribo do povo tucano, do Alto do Rio Negro. Fizemos uma can��o inspirada nessa luta que o ind�gena trava desde o descobrimento do Brasil. Ela se chama ‘Xam� Xapiri’”, revela Carlos Malta. O violonista ga�cho Yamand� Costa � o outro convidado do disco, participando da m�sica “Yamandu”, composta em sua homenagem pelo pr�prio Gilberto Gil.
Malta relembra a participa��o de Gil em ‘Ciranda das flores’. “Foi ele quem escreveu a letra para a melodia do Moacir Santos (1926-2006), que � a m�sica com a qual abrimos o nosso show. Na realidade, o projeto � uma viagem na obra de Gil, com aquela vis�o de uma pessoa que tocou durante um tempo com ele. E eu ficava sempre imaginando como seria aquela determinada m�sica na concep��o da banda Pife Muderno. Por exemplo, tinham can��es que a gente tocava e que eu pensava como elas ficariam com os nossos arranjos e interpreta��o.”
Malta revela que o projeto vinha sendo gerado em sua cabe�a j� h� certo tempo. “Ele foi sendo constru�do aos poucos e a forma dele ser realizado foi interessante, porque foi uma soma do gosto musical meu com o da minha companheira, Daniele Yanes. Ela tem feito os v�deos e dado uma aten��o especial a essa parte. Eu e ela fizemos uma lista do que cada um gostava e as comparamos. Mostramos o repert�rio final para o Gil, que adorou.”
Tivemos a oportunidade de gravar com instrumentos �tnicos, com flautas japurutu, que � da tribo do povo tucano, do Alto do Rio Negro. Fizemos uma can��o inspirada nessa luta que o ind�gena trava desde o descobrimento do Brasil. Ela se chama 'Xam� Xapiri
Carlos Malta, m�sico

Na esta��o
Segundo Malta, ele havia pensado em fazer o projeto em forma de su�tes para ficar conciso e, ao mesmo tempo, abrangente. “Fiz, ent�o, a concep��o musical do projeto. Dentro dessas 40 faixas, tem algumas que gravamos como se fossem somente uma chamada, uma vinheta. S�o certas introdu��es e melodias de Gil muito marcantes e que colocamos como se fossem rifs”, explicaNa verdade, de acordo com Mata, as introdu��es e melodias foram usadas como se fossem uma “pequena parada na esta��o”. “E, a�, entra uma flauta solo. Ent�o, usamos esses temas mais curtinhos como se fosse um respiro para vir o pr�ximo trem, o pr�ximo itiner�rio. As m�sicas foram escolhidas pela for�a mel�dica e pela mensagem literal que dizem. E tamb�m pela pegada da can��o ‘pifemudernizada’. Eu me perguntava sempre como devo fazer para ‘pifemudernizar’ cada m�sica.”
Diferentemente dos outros discos lan�ados pela Pife Muderno, Malta conta que esse projeto saiu do est�dio para o palco. “Os nossos outros �lbuns sa�ram do palco para o est�dio, com o objetivo de registrar aquilo que estava sendo tocado. Estamos lan�ando o ‘Tempo rei’ e daqui a pouco lan�aremos o ‘Su�te primazia’ e Su�te festa’. Os discos j� est�o todos prontos, mas a gente vai lan�ar aos poucos. Fizemos 12 clipes, enfim, � uma produ��o grande e tudo com imagens que conseguimos captar do est�dio. No final do ano, teremos pronta uma cole��o de clipes que d� para fazer um document�rio do trabalho. Eu e Daniele estamos nessa empreitada de produzir essas coisas e fazer acontecer.”
O m�sico tamb�m ressalta a participa��o do baterista Oscar Bol�o neste projeto. “Infelizmente, essa foi a �ltima grava��o do nosso querido baterista e percussionista, que arrasou nas grava��es. Ele morreu no in�cio ano, v�tima de problemas no cora��o. Era um parceir�o e temos feito uma homenagem para ele nos shows, com proje��es do Gil e imagens do Bol�o tocando.”
Malta garante que o show est� bonito. “J� estamos rodando com ele por v�rias capitais e agora estamos esperando o convite dos mineiros. BH tem um p�blico muito querido do Pife Muderno. Muita gente nos manda mensagem, perguntando quando iremos a BH, onde tem at� o bloco de p�fanos do querido Andr� Siqueira. BH tem uma juventude pifeira muito atuante.”
Ele conta que a banda j� apresentou o show no Rio de Janeiro e S�o Paulo e tamb�m em algumas cidades do interior. “Daqui a pouco estamos chegando a BH. Temos que voltar em breve, pois fizemos shows memor�veis na capital mineira.”
Edu Lobo
Malta revela que o grupo tem a inten��o de “pifemudernizar” outros compositores, como Edu Lobo. “Tocamos algumas m�sicas dele e Edu j� est� na nossa mira. ‘Ponteio’, ‘Arrast�o’, ‘Corrupi�o’, ‘Zanzibar, ‘Upa neguinho’ e ‘Casa forte’ podem ser ‘pifemudernizadas’ espetacularmente. O Pife Muderno tem essa versatilidade para fazer as leituras. Por exemplo, nesses discos, eu e Andr�ia tocamos flauta baixo e a linha delas meio que fazem o movimento harm�nico do viol�o de Gil. Ent�o, teve essa coisa de conceber um instrumento que nunca esteve nessa fun��o no som do Gil e que tamb�m n�o tinha no nosso, porque n�o temos viol�o.”Antes de fazer os arranjos, Malta se perguntava como poderia substituir o viol�o do artista baiano. “Fiquei uns dois ou tr�s meses ‘ruminando’ essas m�sicas todas na flauta baixo para poder criar os rifs, as linhas de baixo, caracter�sticas de flauta. N�o estava querendo tocar o baixo com a flauta, mas us�-la para conduzir uma voz de contracanto, foi desafiador, mas, ao mesmo tempo, divertido demais, pois aprendi um mont�o de coisas, tocando essas can��es de Gil.”
Malta conta que o Pife Muderno j� est� com quase 29 anos de carreira. “Continuamos produzindo, vivendo feliz, com cada um fazendo as suas coisas. Entramos em um acordo e n�o vamos colocar um substituto para o Bol�o. Na verdade, a fun��o dele ficou dividida entre o Bernardo e o Suzano. Ambos colocam uma caixa, um prato, um tri�ngulo ou alguma coisa que o Bol�o faria.”
Novas gera��es
Para Malta, o p�fano passa por um processo de ser redescoberto pela nova gera��o. “Acho que esse trabalho que estamos fazendo com as m�sicas do Gil vai nortear muito essa juventude”, acredita. “A musicalidade da galerinha mais jovem que est� tocando p�fano, ouvindo esse trabalho, vai levar e trazer novas as ideias para as pessoas. Justamente como tocar com uma banda de p�fano e n�o s� o repert�rio tradicional. O pr�prio Gil colocou que at� as m�sicas dele menos �bvias, como ‘Realce’ e ‘Extra’, ficaram muito legais. Ele adorou a forma como a gente as apresentou. S�o coisas que t�m essa sonoridade r�stica, dentro dessa composi��o, ela s� n�o era revelada dessa forma.”Al�m de Carlos Malta (flauta), o Pife Muderno tem na sua forma��o atual os m�sicos Andrea Ernest Dias (flautas), Marcos Suzano (pandeiro e percuss�es eletr�nicas), Durval Pereira (zabumba) e Bernardo Aguiar (pandeiro e percuss�o).
“SU�TE TEMPO REI”
• Disco de Carlos Malta e a Banda Pife l Muderno
• Deck
• Dispon�vel nas plataformas digitais