Em seus dois primeiros discos solo, Arthur Nestrovski se dedicou �s obras de Tom Jobim (“Jobim viol�o”) e Chico Buarque (“Chico viol�o”). Em “Viol�o viol�o” (Circus), seu �lbum rec�m-lan�ado, o compositor, violonista e cr�tico interpreta composi��es de Villa-Lobos, Paulinho da Viola, Guinga, Noel Rosa, Jo�o Pernambuco, Cartola e Jos� Miguel Wisnik, entre outros, nas 13 faixas. A m�sica que d� t�tulo ao trabalho � de sua autoria.
Com exce��o da pe�a de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), os arranjos do disco foram todos criados por ele, nos primeiros meses da pandemia, quando o m�sico passou a postar v�deos semanais nas redes sociais.
“No in�cio de mar�o e fim de abril de 2020 em diante, fui fazendo uma s�rie de v�deos musicais. A cada 10 dias, postava um, sempre com arranjos in�ditos para viol�o solo que fui fazendo, por�m com o desafio que me impus de que cada pe�a fosse de um autor diferente. Mas n�o estava pensando em �lbum. Isso era a atividade que podia fazer naquele momento de isolamento, como uma forma de oferecer companhia e consolo para quem estava ilhado em casa. E tamb�m para a gente mesmo se sentir ativo e tocando. Na verdade, se sentir vivo como m�sico.”
Foi a partir dessa s�rie de v�deos que o repert�rio de “Viol�o viol�o” foi se conformando. Nestrovski decidiu que cada m�sica do �lbum seria de um autor brasileiro diferente.
“A escolha era muito livre, pois era, de fato, coisas que vinham � mem�ria por afeto. Era uma lembran�a afetiva de can��es, sendo que algumas at� j� tinha tocado e outras nunca havia pensado em tocar. Ent�o, buscava alguma grava��o e fazia esses arranjos livremente, sem partituras. Em agosto de 2020, muito por insist�ncia da minha mulher, a escritora Cl�udia Cavalcanti, e do Guto Ruocco, do selo Circus, fomos para um est�dio, em S�o Paulo.”
“A escolha era muito livre, pois era, de fato, coisas que vinham � mem�ria por afeto. Era uma lembran�a afetiva de can��es, sendo que algumas at� j� tinha tocado e outras nunca havia pensado em tocar. Ent�o, buscava alguma grava��o e fazia esses arranjos livremente, sem partituras. Em agosto de 2020, muito por insist�ncia da minha mulher, a escritora Cl�udia Cavalcanti, e do Guto Ruocco, do selo Circus, fomos para um est�dio, em S�o Paulo.”
O artista lembra que, na �poca, era uma complexa opera��o log�stica, pois o est�dio j� estava fechado havia cinco meses. “Eles abriram e o higienizaram somente para essa grava��o. Ele se chama Salaviva/Espa�o Cachuera. A sala de grava��o ficava no segundo andar e a t�cnica no subsolo, ent�o, praticamente, n�o falava com o engenheiro de som, era somente por microfone mesmo. Estava em uma sala grande em cima e ele l� embaixo e as poucas vezes em que nos fal�vamos pessoalmente, era a dist�ncia e, mesmo assim, com m�scaras, com muito receio de tudo que acontecia naquela �poca.”
Foram gravadas 13 faixas em duas tardes. “Eram duas pe�as de Villa-Lobos, essas, sim, tocadas da partitura. Coisas que j� tocava e uma composi��o que havia feito naquela �poca, a faixa-t�tulo ‘Viol�o viol�o’. As 11 restantes eram cada uma de um autor, com arranjos in�ditos e tocados de uma forma que acho que tinha a ver com aquele momento de espera, paci�ncia e de interioridade. Isso foi gravado em abril de 2020 e continuei fazendo os v�deos. Cheguei a fazer mais de 40 deles, entre 2020 e 2021.”
O "arco perfeito"
Finalmente, quando o disco saiu, Nestrovski foi preparar o encarte e correr atr�s das datas precisas de composi��o de cada uma das m�sicas. “Foi a� que me dei conta de algo muito interessante, pois isso n�o foi nada pensado antes. Me dei conta de que, de fato, a gente tinha um arco perfeito de 100 anos de viol�o brasileiro. Desde 1912, com 'Valsa', de Villa-Lobos, passando d�cada por d�cada. Dif�cil de imaginar que aquilo tinha dado certo, sem ter nenhum planejamento. Quando fomos ver, cada pe�a era de uma d�cada.”
Nestrovski diz que n�o sabe se far� alguma turn� para divulgar o disco. “� dif�cil arranjar tempo para estudar propriamente e fazer apresenta��es. Desde que entrei na Orquestra Sinf�nica de S�o Paulo (Osesp), como diretor art�stico), e essa � a minha d�cima terceira temporada, toco pouco, seletivamente, porque � praticamente imposs�vel, uma vez que tenho atividades durante toda a semana”, comenta.
No entanto, ele pretende fazer “algumas apresenta��es para marcar o lan�amento do �lbum”. No momento, por�m, ele est� focado nas apresenta��es que a Osesp far� nos Estados Unidos.
“Embarcamos na pr�xima semana para l�. Vamos tocar no Carnegie Hall, em Nova York, onde faremos duas apresenta��es hist�ricas, em 14 e 15 de outubro. � a primeira vez que uma orquestra profissional da Am�rica latina est� tocando na temporada oficial do Carnegie Hall. Faremos quatro concertos nos Estados Unidos, sendo dois deles no Carnegie Hall. Ent�o, no momento, � nessa turn� que estou pensando, acompanhando 160 pessoas e oito toneladas e meia de carga, al�m da responsabilidade dos concertos", afirma.
“Embarcamos na pr�xima semana para l�. Vamos tocar no Carnegie Hall, em Nova York, onde faremos duas apresenta��es hist�ricas, em 14 e 15 de outubro. � a primeira vez que uma orquestra profissional da Am�rica latina est� tocando na temporada oficial do Carnegie Hall. Faremos quatro concertos nos Estados Unidos, sendo dois deles no Carnegie Hall. Ent�o, no momento, � nessa turn� que estou pensando, acompanhando 160 pessoas e oito toneladas e meia de carga, al�m da responsabilidade dos concertos", afirma.
“VIOL�O VIOL�O”
• Arthur Nestrovski
• Circus (13 faixas)
• Dispon�vel nas plataformas digitais