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Estado de Minas M�SICA

L7nnon bate 1 bilh�o de streams e defende o som das periferias do Brasil

Cantor mais ouvido do Brasil no Spotify diz que a m�sica dos pretos, pobres e perif�ricos veio para ficar. E avisa: 'Quem � contra n�o tem muito o que fazer'


17/10/2022 04:00 - atualizado 17/10/2022 08:11

L7nnon ergue os braços e sorri, com microfone na mão, durante show no Rock in Rio
L7nnon foi um dos destaques brasileiros do Rock in Rio, em setembro deste ano. Festival serviu de cen�rio para o videoclipe "Vim de l�", lan�ado este m�s (foto: Mauro Pimentel/AFP)
 

''Procuro n�o ficar pensando demais sobre esse lance de ser o mais ouvido (...) No fim das contas, o que eu quero � cantar e chegar no m�ximo de pessoas''

L7nnon, rapper

Pedro Ibarra - Correio Braziliense
N�o � segredo para ningu�m que as plataformas digitais mudaram a forma como o p�blico consome m�sica. Um cantor, por meio do Spotify ou do TikTok, pode ficar famoso da noite para o dia. Por�m, h� figuras cujo crescimento pode ser acompanhado passo a passo. O rapper L7nnon � um desses casos. Agora ele chega ao pico, tornando-se o artista mais ouvido do Brasil no Spotify.

Carioca de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, Lennon dos Santos Barbosa Frassetti tem apenas cinco anos de carreira e j� conquistou o Brasil. S�o 9,9 milh�es de ouvintes mensais na plataforma de m�sica. Sua can��o “Freio da Blazer” soma mais de 100 milh�es de reprodu��es; “Corte americano” bateu 93 milh�es; “Perdi��o” j� ultrapassou 83 milh�es; “Sem d�”, 66 milh�es.

Em seu passeio pelo funk, L7 estourou no TikTok com os hits “Ai preto” e “Desenrola bate joga de ladin”, sem contar o sucesso estrondoso do projeto Poesia Ac�stica, do qual participou algumas vezes.

Destaque do rap e do trap, ele atingiu a marca impressionante de mais de 1 bilh�o de streams. Isso resultou em agenda lotada, com shows em todo o pa�s e participa��es em grandes festivais como o tradicional Planeta Brasil, em Belo Horizonte, realizado em setembro; o estreante Primavera Sound, em S�o Paulo; e o gigante Rock in Rio, tamb�m em setembro. Em mar�o de 2023, ser� um dos astros nacionais do Lollapalooza Brasil – o elenco ter� tamb�m Ludmilla, Filipe Ret e Pitty.
L7nnon e o rapper britânico Tion Wayne encostados num carro em cena de videoclipe
L7nnon e o rapper brit�nico Tion Wayne no clipe 'Kim N Kanye' (foto: Reprodu��o)

L7nnon chamou a aten��o do mundo. Foi convidado pelo rapper e DJ brit�nico Tion Wayne para gravarem juntos “Kim N Kanye” e para cantar com Jack Harlow na edi��o deste ano do Lollapalooza Brasil. No palco, o americano “mandou” o hit do carioca, “Freio de Blazer”.

“Deus tem feito coisas maravilhosas na minha vida e sou grato demais por tudo que venho conseguindo. Meu som t� chegando no Brasil todo, o carinho do p�blico me motiva a escrever mais e mais”, comemora L7.

A carreira do artista carioca, de 28 anos, registrou grande impulso durante o confinamento social imposto pela pandemia. Feliz, ele est� de volta aos palcos. “O show � um dos momentos mais importantes pra mim. Ali, eu dou tudo de mim”, diz. “Estou cantando pelo Brasil todo faz um tempo e, aos poucos, o pessoal vai criando um carinho maior.”

No in�cio deste m�s, L7 lan�ou o single “Vim de l�”, um passeio por tudo o que conquistou e tamb�m celebra��o de sua origem suburbana. O clipe traz imagens do rapper nos bastidores e no palco do Rock in Rio. “Sinto que hoje posso ser uma voz de incentivo pras pessoas. Quero que todas acreditem que podem realizar seus sonhos, assim como eu t� vivendo o meu”, pontua.


O posto de artista mais ouvido do Brasil em plataformas digitais demonstra que seu trabalho tem sido recompensado. O que isso significa para o L7nnon que l� atr�s decidiu viver de m�sica?
Cara, eu n�o sei nem o que dizer. Tenho cinco anos de carreira e s� eu sei como foi suado chegar aqui. Mas agora vejo que todo esfor�o deu certo, sou profundamente grato a todos os amigos e familiares que sempre acreditaram em mim e n�o me deixaram desistir. Procuro n�o ficar pensando demais sobre esse lance de ser o mais ouvido, mas recebo de forma muito positiva. No fim das contas, o que eu quero � cantar e chegar no m�ximo de pessoas. Quero que elas sintam a felicidade que eu tenho de poder viver tudo que sempre sonhei na minha vida.

Essa ascens�o demonstra que algumas apostas suas t�m dado certo, principalmente a de investir em variadas ramifica��es da cultura hip-hop. Voc� � trap, � rap e � funk. Qual a import�ncia de circular por tudo isso?
Ah, toda, n�? O funk est� presente na minha vida desde a inf�ncia. Ter gravado “Desenrola bate joga de ladin” com Os Hawaianos foi uma honra, porque os caras s�o rel�quias. Importantes demais para que muita gente pudesse ter uma carreira, como o Biel do Furduncinho, por exemplo, com quem gravei e � outro monstro. O rap tamb�m gosto de explorar bastante, de rimar no trap, drill. O que vier t� fazendo! Al�m disso, sinto que essa diversidade me deixa um MC melhor. � importante.

Suas parcerias tamb�m s�o ponto alto no quesito diversidade. Tem de tudo. Qual � a import�ncia de dividir o microfone com m�sicos de todos os estilos?
Demais! Gosto muito de sair da minha zona de conforto, cantar com artistas de outros g�neros � muito importante. Quando eu ia pensar que teria uma m�sica com L�o Santana e Ivete Sangalo, dois monstros que est�o a� h� muitos anos? Al�m de ser uma honra trabalhar com gente nova, sinto que melhoro como artista tamb�m.
 
Os baianos Léo Santana e Ivete Sangalo com o carioca L7nnon
Os baianos L�o Santana e Ivete Sangalo com o carioca L7nnon em 'Tarada', clipe gravado ao vivo na Praia do Forte (foto: Reprodu��o)
 

''Cantar com artistas de outros g�neros � muito importante. Quando eu ia pensar que teria uma m�sica com L�o Santana e Ivete Sangalo, dois monstros que est�o a� h� muitos anos?''

L7nnon, rapper



Como voc� percebe o crescimento do trap no Brasil? Esta m�sica entrou de vez no mainstream?
Fico feliz, porque o Brasil tem muitos talentos e faz trap de primeiro n�vel. N�o sei se mainstream, porque ainda falta espa�o na TV, na r�dio, mas aos poucos a gente vai conquistando isso. Somos aceitos por boa parte do p�blico, mas a gente sabe que pode alcan�ar ainda mais.
 
 

O crescimento da cultura hip-hop no Brasil � um tra�o de que o pa�s tem aceitado melhor a m�sica que sempre foi marginalizada. Essa mudan�a ser� permanente na maneira como o p�blico v� os artistas do g�nero?
Acho que mudou. � s� voc� ver os n�meros dos artistas do rap hoje e projetos da dimens�o do Poesia Ac�stica, com m�sicas de 12 minutos que t�m milh�es de visualiza��es e ca�ram no gosto de gente que nem conhece direito o hip-hop.

A m�sica que vem dos pretos, pobres e perif�ricos ainda sofre preconceito?
Claro que sofre, mas a gente est� vindo com for�a pra mudar isso. N�o d� mais para ignorar um movimento t�o grande e com tanta gente boa. Para a gente, � sempre duas vezes mais dif�cil. Mas a cada ano que passa, nosso trabalho vai ganhando mais reconhecimento, e quem � contra n�o tem muito o que fazer.
 L7nnon canta no palco do festival Planeta Brasil, realizado no Mineirão, em BH
Em setembro, L7nnon fez um dos shows mais concorridos do festival Planeta Brasil, realizado no Mineir�o (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
 


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