
''Procuro n�o ficar pensando demais sobre esse lance de ser o mais ouvido (...) No fim das contas, o que eu quero � cantar e chegar no m�ximo de pessoas''
L7nnon, rapper
Pedro Ibarra - Correio Braziliense
N�o � segredo para ningu�m que as plataformas digitais mudaram a forma como o p�blico consome m�sica. Um cantor, por meio do Spotify ou do TikTok, pode ficar famoso da noite para o dia. Por�m, h� figuras cujo crescimento pode ser acompanhado passo a passo. O rapper L7nnon � um desses casos. Agora ele chega ao pico, tornando-se o artista mais ouvido do Brasil no Spotify.
N�o � segredo para ningu�m que as plataformas digitais mudaram a forma como o p�blico consome m�sica. Um cantor, por meio do Spotify ou do TikTok, pode ficar famoso da noite para o dia. Por�m, h� figuras cujo crescimento pode ser acompanhado passo a passo. O rapper L7nnon � um desses casos. Agora ele chega ao pico, tornando-se o artista mais ouvido do Brasil no Spotify.
Carioca de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, Lennon dos Santos Barbosa Frassetti tem apenas cinco anos de carreira e j� conquistou o Brasil. S�o 9,9 milh�es de ouvintes mensais na plataforma de m�sica. Sua can��o “Freio da Blazer” soma mais de 100 milh�es de reprodu��es; “Corte americano” bateu 93 milh�es; “Perdi��o” j� ultrapassou 83 milh�es; “Sem d�”, 66 milh�es.
Em seu passeio pelo funk, L7 estourou no TikTok com os hits “Ai preto” e “Desenrola bate joga de ladin”, sem contar o sucesso estrondoso do projeto Poesia Ac�stica, do qual participou algumas vezes.
Destaque do rap e do trap, ele atingiu a marca impressionante de mais de 1 bilh�o de streams. Isso resultou em agenda lotada, com shows em todo o pa�s e participa��es em grandes festivais como o tradicional Planeta Brasil, em Belo Horizonte, realizado em setembro; o estreante Primavera Sound, em S�o Paulo; e o gigante Rock in Rio, tamb�m em setembro. Em mar�o de 2023, ser� um dos astros nacionais do Lollapalooza Brasil – o elenco ter� tamb�m Ludmilla, Filipe Ret e Pitty.

L7nnon chamou a aten��o do mundo. Foi convidado pelo rapper e DJ brit�nico Tion Wayne para gravarem juntos “Kim N Kanye” e para cantar com Jack Harlow na edi��o deste ano do Lollapalooza Brasil. No palco, o americano “mandou” o hit do carioca, “Freio de Blazer”.
“Deus tem feito coisas maravilhosas na minha vida e sou grato demais por tudo que venho conseguindo. Meu som t� chegando no Brasil todo, o carinho do p�blico me motiva a escrever mais e mais”, comemora L7.
A carreira do artista carioca, de 28 anos, registrou grande impulso durante o confinamento social imposto pela pandemia. Feliz, ele est� de volta aos palcos. “O show � um dos momentos mais importantes pra mim. Ali, eu dou tudo de mim”, diz. “Estou cantando pelo Brasil todo faz um tempo e, aos poucos, o pessoal vai criando um carinho maior.”
No in�cio deste m�s, L7 lan�ou o single “Vim de l�”, um passeio por tudo o que conquistou e tamb�m celebra��o de sua origem suburbana. O clipe traz imagens do rapper nos bastidores e no palco do Rock in Rio. “Sinto que hoje posso ser uma voz de incentivo pras pessoas. Quero que todas acreditem que podem realizar seus sonhos, assim como eu t� vivendo o meu”, pontua.
O posto de artista mais ouvido do Brasil em plataformas digitais demonstra que seu trabalho tem sido recompensado. O que isso significa para o L7nnon que l� atr�s decidiu viver de m�sica?
Cara, eu n�o sei nem o que dizer. Tenho cinco anos de carreira e s� eu sei como foi suado chegar aqui. Mas agora vejo que todo esfor�o deu certo, sou profundamente grato a todos os amigos e familiares que sempre acreditaram em mim e n�o me deixaram desistir. Procuro n�o ficar pensando demais sobre esse lance de ser o mais ouvido, mas recebo de forma muito positiva. No fim das contas, o que eu quero � cantar e chegar no m�ximo de pessoas. Quero que elas sintam a felicidade que eu tenho de poder viver tudo que sempre sonhei na minha vida.
Essa ascens�o demonstra que algumas apostas suas t�m dado certo, principalmente a de investir em variadas ramifica��es da cultura hip-hop. Voc� � trap, � rap e � funk. Qual a import�ncia de circular por tudo isso?
Ah, toda, n�? O funk est� presente na minha vida desde a inf�ncia. Ter gravado “Desenrola bate joga de ladin” com Os Hawaianos foi uma honra, porque os caras s�o rel�quias. Importantes demais para que muita gente pudesse ter uma carreira, como o Biel do Furduncinho, por exemplo, com quem gravei e � outro monstro. O rap tamb�m gosto de explorar bastante, de rimar no trap, drill. O que vier t� fazendo! Al�m disso, sinto que essa diversidade me deixa um MC melhor. � importante.
Suas parcerias tamb�m s�o ponto alto no quesito diversidade. Tem de tudo. Qual � a import�ncia de dividir o microfone com m�sicos de todos os estilos?
Demais! Gosto muito de sair da minha zona de conforto, cantar com artistas de outros g�neros � muito importante. Quando eu ia pensar que teria uma m�sica com L�o Santana e Ivete Sangalo, dois monstros que est�o a� h� muitos anos? Al�m de ser uma honra trabalhar com gente nova, sinto que melhoro como artista tamb�m.

''Cantar com artistas de outros g�neros � muito importante. Quando eu ia pensar que teria uma m�sica com L�o Santana e Ivete Sangalo, dois monstros que est�o a� h� muitos anos?''
L7nnon, rapper
Como voc� percebe o crescimento do trap no Brasil? Esta m�sica entrou de vez no mainstream?
Fico feliz, porque o Brasil tem muitos talentos e faz trap de primeiro n�vel. N�o sei se mainstream, porque ainda falta espa�o na TV, na r�dio, mas aos poucos a gente vai conquistando isso. Somos aceitos por boa parte do p�blico, mas a gente sabe que pode alcan�ar ainda mais.
O crescimento da cultura hip-hop no Brasil � um tra�o de que o pa�s tem aceitado melhor a m�sica que sempre foi marginalizada. Essa mudan�a ser� permanente na maneira como o p�blico v� os artistas do g�nero?
Acho que mudou. � s� voc� ver os n�meros dos artistas do rap hoje e projetos da dimens�o do Poesia Ac�stica, com m�sicas de 12 minutos que t�m milh�es de visualiza��es e ca�ram no gosto de gente que nem conhece direito o hip-hop.
A m�sica que vem dos pretos, pobres e perif�ricos ainda sofre preconceito?
Claro que sofre, mas a gente est� vindo com for�a pra mudar isso. N�o d� mais para ignorar um movimento t�o grande e com tanta gente boa. Para a gente, � sempre duas vezes mais dif�cil. Mas a cada ano que passa, nosso trabalho vai ganhando mais reconhecimento, e quem � contra n�o tem muito o que fazer.
