
AFP
Um filme sobre o caso Harvey Weinstein e, sobretudo, homenagem ao jornalismo investigativo e �s mulheres que tiveram a coragem de falar. Esta � a premissa de “She said”, que retrata o amplo trabalho que impulsionou o movimento #Metoo h� cinco anos, apresentado no Festival de Cinema de Nova York.
Weinstein, ex-poderoso produtor de cinema americano de 70 anos, foi condenado, em 2020, a 23 anos de pris�o por estupro e agress�es sexuais por um tribunal de Nova York.
No filme de Maria Schrader, Ashley Judd, que veio a p�blico denunciar Weinstein, interpreta seu pr�prio papel de atriz que recusou a chantagem do produtor e pagou caro por isso durante sua carreira.
“� muito importante ter nossa verdade e ter a consci�ncia tranquila sobre nossa hist�ria”, afirmou ela. Distribu�do pela Universal Pictures, o filme tem Brad Pitt entre seus produtores. Poder� ser visto nos cinemas dos Estados Unidos a partir de 18 de novembro e em seguida na Europa.

Reportagem rompeu sil�ncio
Em 5 de outubro de 2017, ap�s meses de trabalho, a reportagem de Jodi Kantor e Megan Twohey foi publicada pelo The New York Times e rompeu o sil�ncio das mulheres, iniciando o movimento contra a viol�ncia sexual #MeToo, que foi al�m do cinema.
“She said”, adaptado do livro hom�nimo das duas jornalistas premiadas com o Pulitzer, n�o se preocupa em absoluto com as repercuss�es da investiga��o.
Ao estilo de “Todos os homens do presidente” (1976), sobre o esc�ndalo do Watergate, e de “Spotlight”, sobre casos de pedofilia na Igreja Cat�lica nos EUA, o filme � o reconhecimento ao trabalho paciente e sagaz das jornalistas investigativas.
Cerca de meio s�culo depois de a dupla do The Washington Post, Carl Bernstein e Bob Woodward, ser representada por Dustin Hoffman e Robert Redford em “Todos os homens do presidente”, duas rep�rteres e m�es confrontam poderosos com a ajuda essencial da editora Rebecca Corbett e o apoio incondicional do chefe de reda��o Dean Baquet.
“Uma das raz�es pelas quais nos sentimos t�o honradas por este filme � que ele resume nosso ideal de jornalismo”, explicou Jodi Kantor. “Faz tempo que somos jornalistas, mas o caso Weinstein, de alguma forma, destaca tudo em que acreditamos.”
A dupla � vivida por Zoe Kazan, que interpreta Jodi Kantor, e Carey Mulligan, que representa Megan Twohey.