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Estado de Minas DESIGN

Copo Lagoinha ganha festa pelos seus 75 anos, na regi�o que o batizou

Programa��o cultural a partir desta sexta (21/10) celebra o objeto de design famoso que emprestou seu nome do �nico bairro onde era vendido em BH


20/10/2022 04:00 - atualizado 19/10/2022 23:34

Copos Lagoinha de diversos tamanhos dispostos em mesa de madeira
Fabricado pela Nadir Figueiredo e originalmente chamado de Americano, o copo Lagoinha assumiu oficialmente esse nome em 2019 (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Gustavo Werneck
Ele caiu na boca do povo com tanto gosto, de forma t�o transparente, l�quida e certa, que seu encanto jamais se quebrou: participa de exposi��o, re�ne amigos em roda de samba, transborda de simpatia e figura, cheio de hist�rias, em Belo Horizonte. 

Aplausos, portanto, para o copo Lagoinha, que completa 75 anos e ganha muitas homenagens nesta sexta-feira (21/10) e no domingo (23/10), exatamente na regi�o que o batizou. Vai ter bate-papo, feira culin�ria com produtores locais, passeio tur�stico guiado, shows e apresenta��es art�sticas. 

“O copo Lagoinha, neste momento, representa um elo entre nossa regi�o, ber�o de BH, o Centro e outros bairros, pois, com a constru��o dos viadutos (nas d�cadas de 1970 e 1980), houve uma separa��o na cidade. O n�cleo hist�rico ficou partido”, diz o fundador do Viva Lagoinha e cofundador do Circuito Lagoinha, Filipe Thales, um dos promotores da iniciativa de comemora��es.

Para unir as partes num grande “abra�o” urbano, nada melhor do que resgatar e valorizar esse passado, com os p�s no presente e os olhos no futuro, por meio de a��es nas �reas de “cultura, economia criativa, turismo e gastronomia”, afirma o publicit�rio Filipe Thales. 

Conex�o com a comunidade

Criado h� uma d�cada, o Viva Lagoinha tem o objetivo de “conectar as pessoas que acreditam na resili�ncia da Lagoinha”, em setores principalmente da economia criativa, enquanto o Circuito Lagoinha, parceria do Viva Lagoinha com a produtora Bumba!, nasceu como plataforma para experi�ncias e eventos na rua, e tem, nesta primeira edi��o, apoio da Prefeitura de Belo Horizonte, via Belotur, no “Programa Belo Horizonte 4 Esta��es”, que garante ajuda financeira e fomento a eventos com potencial tur�stico na cidade.

Na manh� de quarta-feira (19/10), um encontro bem belo-horizontino, com brinde em alto estilo, deu o tom da festa. Na Casa Viva Lagoinha, Filipe Thales recebeu o engenheiro L�cio Eust�quio Vaz de Mello, de 74 anos. 

Foi o pai dele, o comerciante Joaquim Septimo Vaz de Mello, o Quim-Quim Vaz de Mello, nascido em 1891 – ainda em Curral del-Rei, seis anos antes da inaugura��o de Belo Horizonte –, o primeiro na cidade a comercializar o copo, o qual apelidou “Lagoinha” em homenagem � regi�o que engloba os bairros Bonfim, Lagoinha, S�o Crist�v�o (parte), Santo Andr� (parte), Pedreira Prado Lopes, Senhor dos Passos, Col�gio Batista (parte), Carlos Prates (parte) e Centro (parte).

Fabricado pela empresa Nadir Figueiredo, de S�o Paulo, o copo “Americano”, de 190 mililitros, chegou �s m�os de Quinquim Vaz de Mello em 1947. Da�, foi para as mesas da famosa regi�o, palco e plateia da boemia belo-horizontina.
 
“Meu av�, Coronel Guilherme Ricardo Vaz de Mello (1851-1918), tamb�m nascido em Curral del-Rei, era propriet�rio de terras onde hoje est� o Parque Municipal (no Centro de BH) e depois abriu um armaz�m ‘de secos e molhados’, na antiga Pra�a Lagoinha, que ganhou o nome Pra�a Vaz de Mello, em 1935”. 

O estabelecimento saiu de cena, assim como o espa�o p�blico original, com a constru��o do complexo vi�rio. Em seu livro “Nossas ruas, nosso patrim�nio (in)vis�vel – Dicion�rio topon�mico da regi�o da Lagoinha”, o advogado especialista na �rea de patrim�nio cultural e pesquisador Daniel Silva Queiroga d� detalhes sobre o assunto.

“O coronel era propriet�rio da Ch�cara do Sapo (atual Parque Municipal Am�rico Renn� Gianetti), desapropriada pela Comiss�o Construtora da Nova Capital para ser a resid�ncia do engenheiro chefe Aar�o Reis. Em 1909, na esquina da Rua Itapecerica com Avenida Dezessete de Dezembro, ele abriu o armaz�m Irm�os Vaz de Mello, que foi de sua propriedade e de seus filhos, onde comercializavam produtos no ramos de secos e molhados, atendendo hospitais, o Pal�cio da Liberdade e a popula��o em geral”, anota o autor.

Para L�cio Eust�quio, o Lagoinha � ideal para tomar cerveja. “Mant�m a refrigera��o da bebida por mais tempo, bem melhor do que o tipo tulipa. Acho que por isso caiu no gosto popular”, afirma o engenheiro.
 
Filipe Thales, coordenador dos projetos Viva Lagoinha e Circuito Lagoinha, brinda numa mesa de bar com Lucio Vaz de Mello, filho do primeiro comerciante do copo Lagoinha
Filipe Thales, coordenador dos projetos Viva Lagoinha e Circuito Lagoinha, com Lucio Vaz de Mello, filho do primeiro comerciante do copo Lagoinha (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
 

Roda de conversa e happy hour

Atra��o � que n�o vai faltar para comemorar o anivers�rio do copo Lagoinha. A partir das 16h desta sexta (21/10), a Casa Rosa do Bonfim recebe um encontro de empreendedores e cozinheiras locais para uma roda de conversa mediada por Filipe Thales. 

Ap�s o bate-papo,  as atividades do dia se encerram com um “happy hour” comandado pelo pesquisador e DJ Bill (entrada gratuita mediante retirada de ingresso antecipado no site GoFree).

No domingo (23/10), a partir das 12h, o Galp�o 54 ser� palco de uma festa que reunir� diversas atra��es art�sticas, com destaque para o samba – g�nero musical que encontrou na Lagoinha o ber�o da sua produ��o musical da cidade. 

Entre as atra��es culturais estar�o DJ Bill, Bloco Magia Negra, Bloco Vem pra Lagoinha, Mois�s Pescador, Samba de Terreiro, Roda de Samba com Giselle Couto e convidadas, e DJ Radiola do Compadre. Toda programa��o � gratuita, mediante a retirada de ingressos no site GoFree e doa��o de um pacote de absorvente ou 1 quilo de alimento n�o perec�vel. 

Os itens arrecadados ser�o distribu�dos para o Centro Integrado de Atendimento � Mulher (CIAM) e para a Ocupa��o P�tria Livre, ambos localizados na regi�o. A programa��o completa ser� divulgada via redes oficiais do evento @circuitolagoinha e @vivalagoinha.

ATRA��ES

Sexta-feira (21/10)
 
>> 14h - Rolezin Lagoinha: Passeio tur�stico guiado pelas ruas da regi�o (as inscri��es est�o dispon�veis no instagram @vivalagoinha e @circuitolagoinha.
 
>> 17h - Roda de conversa: “O que existe al�m do �bvio na Lagoinha?” + Rolezin na Cozinha. 

>> Das 19h �s 23h - DJ e feira gastron�mica. Na Casa Rosa do Bonfim (Rua Jos� Ildeu Gramiscelli, 301, no Bairro Bonfim). Entrada gratuita, mediante retirada de ingressos no site ou app da Gofree.
 
Domingo (23/10)

>> Das 12h �s 22h - Feira gastron�mica

>> Atra��es art�sticas: DJ Bill (artista pesquisador de registros fonogr�ficos em vinil), apresenta��o dos blocos Magia Negra e Vem pra Lagoinha, espet�culo Canta Lagoinha, do cantor e compositor mineiro Mois�s Pescador, Samba de terreiro, roda de samba com Giselle Couto e banda, DJ Radiola do Compadre.

No Galp�o 54 (Rua Francisco Soucasseaux, 54, Lagoinha). Entrada gratuita mediante retirada de ingressos no site ou app da GoFree.
 
foto mostra copos Lagoinha nas cores vinho, verde e vermelho
Vers�o colorida do copo Lagoinha (foto: Reprodu��o)
 

Copo foi parar no MoMa

Criado em 1947 pela empresa Nadir Figueiredo, o copo ganhou o nome “Americano” por ser produzido por um maquin�rio importado dos EUA. No mesmo ano, come�ou a ser vendido em BH apenas na mercearia do seu Quim-Quim, que ficava na Pra�a Vaz de Melo, epicentro da boemia da cidade. N�o demorou muito para o copo ser eleito o melhor para cerveja e se tornar uma febre na cidade, passando de "Copo do bairro Lagoinha" para "Copo Lagoinha". 

Rompendo fronteiras, o copo representou o design brasileiro no Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMa, em 2009. O nome "Lagoinha" foi oficialmente reconhecido pela Nadir e se tornou marca registrada desde 2019, ap�s peti��o popular liderada pelo Viva Lagoinha. Com a oficializa��o do nome, a Nadir convidou Filipe Thales para ser o “embaixador” do produto na cidade.

A Lagoinha, por sua vez, � um marco de BH desde as primeiras d�cadas da capital, com im�veis residenciais e comerciais com estilos que v�o do art d�co ao modernismo. Historicamente, a regi�o acolheu os primeiros imigrantes que chegaram � cidade – europeus, brasileiros de outros estados e do interior de Minas. 

 


 



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