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Estado de Minas ARTES C�NICAS

'Com�dia elegante' sobre relacionamentos, 'Duetos' chega a BH

Pe�a com Patricya Travassos e Marcelo Faria em que quatro casais tentam se acertar (ou se separar) ter� sess�es nesta sexta-feira (21/10) e s�bado


20/10/2022 04:00 - atualizado 19/10/2022 22:50

Os atores Patricya Travassos e Marcelo Faria, vestidos de noivos, em cena de duetos
O texto do brit�nico Peter Quilter foi adaptado pelos atores para ganhar refer�ncias brasileiras (foto: Andr� Wanderley/Divulga��o)
Lucas Lanna Resende
Um raio-x dos cora��es solit�rios. Essa pode ser a defini��o de “Duetos”, pe�a escrita pelo brit�nico Peter Quilter, em 2010, montada em mais de 20 pa�ses e traduzida para 10 idiomas. Com sua primeira montagem no Brasil, o espet�culo chega a Belo Horizonte neste fim de semana, com apresenta��es na sexta-feira (21/10) e no s�bado, no teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas. 

Tendo Patricya Travassos e Marcelo Faria como protagonistas, a pe�a apresenta quatro cenas, com quatro casais distintos que experimentam os dilemas e anseios de um relacionamento a dois. Na primeira, Jonathan e Wanda marcam um encontro �s cegas. Eles se conhecem por meio de um aplicativo de paquera e criam a expectativa de que ali se iniciar� um relacionamento. As coisas, no entanto, n�o saem como esperado.

Na segunda cena, Jane promove uma festa de anivers�rio para o chefe, Ary, no intuito de conquist�-lo e, quem sabe, casar-se com ele. O que ela ignora, entretanto, � a orienta��o sexual do chefe: Ary n�o sente a menor atra��o por mulheres.

J� no terceiro esquete, Shirley e Beto decidem fazer uma esp�cie de lua de mel �s avessas: partem para a Espanha, a fim de colocar um ponto final no casamento de anos. 

Julgando-se maduros e bem resolvidos, os dois entram em uma bebedeira que os faz questionar se a separa��o � realmente a melhor alternativa. 

Por fim, o p�blico acompanha as incertezas de �ngela. Prestes a se casar, ela come�a a duvidar se quer de fato o matrim�nio, depois que o irm�o Tobias, contrariado com aquela uni�o, implica com o vestido de noiva.

Al�m de ter como diferencial um formato quatro por um – quatro pe�as em um �nico espet�culo, “Duetos” ainda tem outra especificidade: o camarim fica em cima do palco, de modo que as caracteriza��es e incorpora��es dos personagens das cenas seguintes s�o feitas � vista do p�blico.
 

"No fundo, a pe�a fala sobre solid�o e sobre como as pessoas agem desesperadamente para sair dela"

Patricya Travassos, atriz

 
 
Ainda que seja uma com�dia – “com�dia elegante”, como Patricya faz quest�o de ressaltar –, “Duetos” esconde um aspecto dram�tico em cada uma das quatro cenas. “Acho que, no fundo, a pe�a fala sobre solid�o e sobre como as pessoas agem desesperadamente para sair dela”, observa a atriz, que interpreta Wanda, Jane, Shirley e �ngela.

Com dire��o de Ernesto Piccolo, o espet�culo estreou em agosto passado, no Rio de Janeiro, onde ficou em cartaz por dois meses. Em seguida, foi apresentado em Niter�i e em Curitiba.

“Foi um sucesso total”, orgulha-se Marcelo Faria. “A plateia sempre cheia, com pessoas que foram mais de uma vez assistir e que vinham conversar com a gente, falando que se identificavam muito com as hist�rias”, comenta.
 
Tal identifica��o, no entanto, foi poss�vel devido �s altera��es feitas no texto original. Desde que vendeu os direitos para que “Duetos” pudesse ser montada em outros pa�ses, Quilter deu total liberdade para que o texto fosse modificado para melhor se encaixar ao contexto local de onde fosse encenado.

Vers�o � brasileira

Na vers�o brasileira, muita coisa mudou. Para come�ar, os pr�prios nomes dos personagens. Wendy virou Wanda. Barrie virou Ary. E Shelly e Bob viraram Shirley e Beto. Refer�ncias aos costumes nacionais e comportamentos dos brasileiros tamb�m foram inseridos na adapta��o.

“N�s mexemos em bastante coisa, e, principalmente, cortamos muito do texto. Mas n�o modificamos nada da ess�ncia da pe�a”, diz Patricya. “N�o inserimos cenas que n�o est�o no original e nem criamos di�logos que n�o existem. Apenas adaptamos para um contexto brasileiro”, emenda.

Sobre os nomes dos personagens, ela ri. “Foi a primeira coisa que a gente mudou, porque, convenhamos, n�o d� para voc� assistir a uma pe�a toda em portugu�s com personagens com nomes como Shelly, Bob e Wendy”, diz, for�ando o sotaque americanizado.
 
As altera��es foram feitas, na maioria das vezes, pelos pr�prios atores, durante os ensaios. Vinda do grupo Asdr�bal Trouxe o Trombone, companhia de teatro caracterizada pelo humor e pela cria��o coletiva dos textos na d�cada de 1970, Patricya n�o teve dificuldade para fazer as adapta��es do texto no improviso.

“Ela tem essa facilidade do timing da piada, de sugerir qual palavra vai ser mais engra�ada em determinada fala. Isso me ajudou muito”, diz Marcelo Faria.
 

"Ela (Patricya Travassos) tem essa facilidade do timing da piada, de sugerir qual palavra vai ser mais engra�ada em determinada fala. Isso me ajudou muito"�

Marcelo Faria, ator

 

A qu�mica dos opostos

O ator, por sua vez, serviu de contraponto � colega de trabalho. “O Ernesto (Piccolo) disse que eu era mais raz�o e a Patricya, mais emo��o”, continua o ator. “Eu chegava com o texto todo decorado e, inicialmente, pensava na composi��o dos personagens mais pela maneira racional do que pela emocional.”

J� a colega fazia o completo oposto. Ela chegava aos ensaios sabendo as deixas para entrar e as informa��es que suas personagens falavam, mas n�o tinha o texto decorado. “O Marcelo era mais ‘organiza��o’ e eu era mais ‘cora��o’”, brinca a atriz.

O contraste abissal entre as personalidades dos dois poderia ter arruinado a primeira montagem de “Duetos” no Brasil. Contudo, o resultado foi outro. “No palco, a gente tem uma qu�mica incr�vel. Essas diferen�as fizeram com que um fosse complementando o outro. E o resultado foi incr�vel, que � o que temos visto”, afirma a atriz.

Ela conta que, em cena, via Marcelo atuando – o ator nunca havia feito com�dia e nem teatro com apenas dois atores no palco – e pensava consigo: “Puxa, como ele evoluiu tanto em t�o pouco tempo!”.

A atriz s� lamenta ficar por pouco tempo em cartaz na capital mineira. Na era das redes sociais, a efemeridade tem sido uma realidade das pessoas. “� uma pena, porque tenho �timas lembran�as do p�blico de Belo Horizonte e, justamente por isso, gostaria de ficar mais tempo na cidade.”

“DUETOS”

Texto: Peter Quilter. Adapta��o: Patricya Travassos e Ernesto Piccolo. Com Patricya Travassos e Marcelo Faria. Nesta sexta-feira (21/10), �s 20h; s�bado (22/10), �s 19h e 21h30. No Centro Cultural Unimed-BH Minas. Rua da Bahia, 2.244, Lourdes. Ingressos � venda na bilheteria do teatro e no site Eventim, por R$ 100 (plateia 1/inteira) e R$ 50 (plateia 2/inteira). Meia-entrada na forma da lei. Mais informa��es: (31) 3516-1360. 


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