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Estado de Minas M�SICA

Renato Teixeira e Oswaldo Montenegro trazem cantoria e boa prosa a BH

Show 'A emo��o de um encontro', neste domingo (27/11), vai celebrar a amizade da dupla, com direito a bate-papo com o p�blico e can��es de sucesso


27/11/2022 07:40 - atualizado 27/11/2022 07:46

Renato Teixeira, de braços cruzados, observa Oswaldo Montenegro cantando ao microfone, de olhos fechados e segurando o violão
Turn� "A emo��o de um encontro", re�ne a dupla "Husky e Siberiano", como Renato Teixeira e Oswaldo Montenegro se autoapelidaram (foto: L�vio Campos/divulga��o)
“Mais do que o encontro de dois artistas, � o encontro de dois f�s dos trabalhos um do outro” - assim Oswaldo Montenegro define o show em que divide o palco com Renato Teixeira. O espet�culo que re�ne os “baladistas brasileiros”, nas palavras de Teixeira, volta a Belo Horizonte, ap�s a primeira passagem, em 2019, em �nica apresenta��o no Grande Teatro do Pal�cio das Artes, neste domingo (27/11).

Acompanhados por banda, eles executam m�sicas em dueto e individualmente, dando voz �s pr�prias can��es e �s do parceiro. O repert�rio do show “A emo��o de um encontro” inclui “Bandolins”, “Tocando em frente”, “A lista”, “Amanheceu, peguei a viola”, “Lua e flor” e “Romaria”, entre outros sucessos.

“Um falou as m�sicas de que mais gostava do outro e a gente botou ali”, diz Montenegro, sobre a sele��o do roteiro musical. Os dois s�o amigos h� muitos anos e sempre nutriram o desejo de fazer algo juntos. O estopim para que o projeto da apresenta��o conjunta se concretizasse foi a composi��o de sua autoria dedicada ao companheiro, batizada, sem rodeios ou filigranas po�ticas, como “Pro Renato Teixeira”.
 

"Oswaldo tem dom�nio sobre a din�mica de espet�culo, � afeito a isso, j� dirigiu muitas montagens c�nicas. Ent�o o resultado agradou muito, o show � muito bonito e foi muito bem recebido por onde passou"

Renato Teixeira, cantor e compositor

 

Caipira 

“Gravamos a m�sica juntos, com um clipe que botamos na internet. A gente achou muito simp�tico o resultado, aqueles dois de cabelo branco, parecendo dupla caipira, que a gente batizou de Husky e Siberiano. Achamos que finalmente tinha chegado a hora”, diz Oswaldo Montenegro, ao comentar o embri�o do espet�culo. Ele n�o poupa elogios ao colega: “Al�m de grande poeta, o Renato � uma pessoa muito f�cil de lidar, dono de sabedoria rara.”

A afinidade da dupla e a admira��o m�tua ficam evidentes quando um fala a respeito do trabalho do outro. Renato Teixeira credita grande parte do sucesso do show � experi�ncia do parceiro na dire��o de espet�culos teatrais e musicais.

“Oswaldo tem dom�nio sobre a din�mica de espet�culo, � afeito a isso, j� dirigiu muitas montagens c�nicas. Ent�o, o resultado agradou muito, o show �  bonito e foi muito bem recebido por onde passou”, aponta.
 
 

Ingrediente afetivo

Ciente do talento do amigo, Renato preferiu delegar a ele a condu��o do que acontece no palco. “Falei: ‘Monta o show, cuida de tudo’. A �nica coisa que botei foi o nome, ‘A emo��o do encontro’, porque tem um ingrediente afetivo grande nisso a�. Oswaldo � um grande diretor de teatro, ent�o montou o show todinho. Quanto mais a gente se apresenta, mais vejo o quanto tudo foi acertado. Compreendo muito a cabe�a dele, e ele a minha”, revela.
 

"Ela (a m�sica de Renato Teixeira) remete ao Brasil que vale a pena, ao Brasil do qual a gente se orgulha, ao Brasil profundo, ao Brasil que � sofisticado sem ser complicado, ao Brasil que � simples sem ser vulgar"

Oswaldo Montenegro, cantor e compositor

 

“A emo��o de um encontro” estreou em fevereiro de 2019, no Rio de Janeiro. Rodou o pa�s, hibernou a partir da chegada da pandemia e a turn� foi retomada em mar�o deste ano, em Pernambuco. Montenegro se diz especialmente feliz de poder voltar a circular com o amigo depois do longo per�odo sem contato presencial com o p�blico.

“A estrada ganhou um sabor melhor ainda. Passei a vida inteira na estrada, ent�o esse hiato de dois anos foi perigoso, foi grave, foi doloroso para mim. Voltar a fazer shows � recuperar o oxig�nio”, afirma Oswaldo Montenegro.

Nesse percurso, pouca coisa mudou na estrutura e no roteiro do espet�culo. Na maior parte do tempo, eles cantam em dupla.

 H� breves momentos solo de um e de outro, interpretando as pr�prias composi��es. Apenas nessa parte alguma m�sica �, eventualmente, substitu�da por outra. “O repert�rio que fazemos juntos,  90% do show, esse permanece o mesmo”, diz Oswaldo Montenegro.

“Agora, o que muda � o papo que a gente tem com o p�blico, isso muda sempre. A gente conversa muito com quem est� ali. Em cada apresenta��o, a prosa pode ir para um lado diferente. � show ao vivo, no sentido estrito da palavra, com grande intera��o entre palco e plateia.”
 

"Acho poss�vel regenerar a qualidade da m�sica feita no Brasil, que j� foi, como estou dizendo, muito boa, exemplar, e n�o merece ficar presa a dois ou tr�s acordes que s� servem ao mercado"

Renato Teixeira, compositor

 

FIC 

O primeiro encontro entre os dois artistas remonta ao in�cio dos anos 1970, quando eles participaram do Festival Internacional da Can��o (FIC), promovido pela Rede Globo. Montenegro tinha 15 anos, conseguiu classificar sua m�sica e partiu de Bras�lia para o Rio de Janeiro, a fim de participar do evento.

“Minha m�sica, al�m de juvenil, era muito ruim, e sempre fui muito t�mido socialmente. Ent�o, fui para o festival e fiquei diante de todas aquelas feras, que s� conhecia por capa de disco. N�o conseguia chegar perto de ningu�m, e ningu�m me dava bola, porque eu era s� um garoto ali, encostado na parede. Renato foi a �nica pessoa daquela multid�o que me tratou com muito carinho, perguntou se estava bem, do que eu precisava”, relembra.

A partir daquele momento, Oswaldo decidiu ser amigo daquela figura j� consagrada que o amparou – “profecia”, conforme diz, que se concretizou algum tempo depois.
 

"Passei a vida inteira na estrada, ent�o esse hiato de dois anos foi perigoso, foi grave, foi doloroso para mim. Voltar a fazer shows � recuperar o oxig�nio"

Oswaldo Montenegro, cantor e compositor

 

Menino no Rio

Teixeira, por sua vez, conta que ao perceber “aquele menino” ali, meio isolado, num festival competitivo que reunia nomes como Fagner, Hermeto Pascoal e Mutantes, foi conversar com ele.

“A partir dali, acompanhei de perto a carreira de Oswaldo, vi seu crescimento e sua afirma��o como um artista importante. Sempre torcendo muito, porque ele � uma pessoa maravilhosa, um amigo querid�ssimo por quem tenho muito respeito”, relata.

Ao comentar o que mais o cativa na obra do artista que viu despontar, Teixeira diz apenas que � “o todo, a maneira como ele trabalha a m�sica”. � tamb�m de maneira um tanto gen�rica que fala a respeito do que considera pontos de contato entre sua obra e a do companheiro de palco.
 
 

Al�m do fato de serem “dois baladistas brasileiros”, Teixeira ressalta que as origens ligadas � MPB formatada a partir dos anos 1960 e � m�sica regional os aproxima.

“S�o converg�ncias que unem todos os compositores. Costumo dizer que existe um �nico compositor fracionado em muitos, cada um fazendo um pedacinho da grande m�sica. Toda a gera��o surgida a partir das d�cadas de 1960 e 1970 trabalha mais ou menos com os mesmos c�digos”, diz.

Montenegro, por sua vez, � mais preciso (e po�tico) ao descrever o que a m�sica de Renato Teixeira representa. “Ela remete ao Brasil que vale a pena, ao Brasil do qual a gente se orgulha, ao Brasil profundo, ao Brasil que � sofisticado sem ser complicado, ao Brasil que � simples sem ser vulgar. � uma gema de ouro que a gente tem que carregar com muito cuidado, e mostrar para todo mundo: Olha que bonito que o Brasil pode ser”.

"Oswaldo tem dom�nio sobre a din�mica de espet�culo, � afeito a isso, j� dirigiu muitas montagens c�nicas. Ent�o o resultado agradou muito, o show � muito bonito e foi muito bem recebido por onde passou"

Renato Teixeira, cantor e compositor

Momento solo

Al�m da turn� “A emo��o de um encontro”, Oswaldo Montenegro tem circulado, a partir da flexibiliza��o das medidas restritivas de combate � pandemia, com seu pr�prio espet�culo, “Lembrei de n�s”, com datas em mais de 150 cidades, segundo ele.

“Tamb�m estou criando muito conte�do audiovisual para os meus canais, YouTube, Instagram e Facebook, lan�ando uma can��o nova a cada dois meses”, pontua.

J� Renato Teixeira pretende estabelecer cada vez mais parcerias para incrementar sua produ��o. Diz que nos �ltimos tempos criou temas a quatro m�os com Ant�nio Adolfo, Fagner e Toquinho, entre outros, por acreditar que di�logos assim podem redimensionar e arejar a m�sica popular brasileira no s�culo 21.

“Minha ideia � que essa produ��o seja distribu�da para o maior n�mero de cantores poss�vel, no intuito de trazer um pouco daquele ambiente musical de parceria e coletividade que gerou a MPB como a conhecemos hoje. N�o existe isso de eu daqui e voc� de l�. O regionalismo j� passou, � um departamento do nacional, e � o nacional que precisa soar”, ressalta.

"Ela (a m�sica de Renato Teixeira) remete ao Brasil que vale a pena, ao Brasil do qual a gente se orgulha, ao Brasil profundo, ao Brasil que � sofisticado sem ser complicado, ao Brasil que � simples sem ser vulgar"

Oswaldo Montenegro, cantor e compositor

Monocultura

Renato explica que seu desejo � a integra��o, com vistas � diversifica��o cada vez maior, em oposi��o a monoculturas que regem a ind�stria musical. Ele conta que vem se guiando por quest�es como “o que oferecer ao p�blico” ou “quais respostas esperar”.

“Trata-se de equacionar tudo isso e se projetar atrav�s dessas perguntas, para que a m�sica brasileira n�o fique como est�, estagnada no corner”, diz.

O compositor defende o “choque de ativa��o” para reorganizar a m�sica popular brasileira. 

“Ao longo das �ltimas d�cadas, nosso cancioneiro chegou a um n�vel muito dif�cil de ser atingido novamente. Mas, com esse conceito, acho poss�vel regenerar a qualidade da m�sica feita no Brasil, que j� foi, como estou dizendo, muito boa, exemplar, e n�o merece ficar presa a dois ou tr�s acordes que s� servem ao mercado”, diz.

“A EMO��O DE UM ENCONTRO”

Show de Oswaldo Montenegro e Renato Teixeira. Neste domingo (27/11), �s 20h, no Grande Teatro do Pal�cio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Plateia 1: R$ 240 (inteira) e R$ 120 (meia-entrada). Plateia 2: R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia). Plateia superior: R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia). Ingressos � venda na bilheteria e na plataforma Eventim. Informa��es: (31) 3236-7400.


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