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Estado de Minas CINEMA

Clich�s sobre o racismo derrotam o filme de guerra 'Irm�os de honra'

Seguindo a cartilha hollywwodiana de estere�tipos, longa conta a hist�ria do primeiro piloto afro-americano a voar em combate pela Marinha dos EUA


08/12/2022 07:35 - atualizado 08/12/2022 07:39

Os atores Jonathan Majors e Glen Powell caminham na pista de aeroporto à frente de avião em cena do filme 'Irmãos de honra'
Jonathan Majors e Glen Powell interpretam os pilotos que v�o � guerra da Coreia, em "Irm�os de honra" (foto: Sony Pictures/divulga��o)


Em que pese o fato de tentar alcan�ar efeito dram�tico a bordo da discuss�o sobre o racismo, o longa “Irm�os de honra”, que estreia nesta quinta-feira (8/12) em BH, n�o escapa de ser mero pastiche. Mesmo apoiado no que poderia ser seu esteio, o filme patina no clich�. 

Classificado como �pico de guerra, o longa � ambientado no in�cio dos anos 1950, durante o conflito entre as Coreias do Norte e do Sul. Baseado na realidade, � focado em Jesse Brown (Jonathan Majors, ator em franca ascens�o em Hollywood) e Tom Hudner (Glen Powell), pilotos aceitos em um esquadr�o de elite para treinamento.

Hudner � soldado impec�vel, e Brown piloto talentoso, que se tornaria o primeiro afro-americano a voar em combate pela Marinha dos Estados Unidos.
 
Com cenas de manobras a�reas ousadas, a compara��o com “Top Gun – Ases indom�veis”, estrelado por Tom Cruise (e com Glen Powell no elenco), se torna inevit�vel.
 


A primeira metade do longa se at�m aos treinamentos e momentos de lazer e descontra��o dos integrantes do esquadr�o. A sensa��o de “j� vi isso antes” � onipresente. Paralelamente, o espectador � apresentado � fam�lia unida e amorosa de Jesse, de quem, ap�s alguma tens�o, Hudner se aproxima.

De forma nada sutil, o filme exp�e que o piloto negro �, desde sempre, v�tima de racismo – como se no contexto em que se passa a trama isso necessitasse ser explicitado.

Raz�o e intui��o

Num dado momento, quando os dois pilotos precisam sair do pa�s rumo ao combate, a esposa de Jesse pede ao amigo branco que cuide do marido, j� que a dist�ncia impedir� que ela pr�pria cuide.

A� “Irm�os de honra” come�a a descambar para o tratamento estereotipado que Hollywood historicamente dispensa � abordagem do racismo. Ao lugar do preto que tem ao lado o branco que “entende” o flagelo do preconceito e ir� proteg�-lo, some-se a ideia, que o longa reitera em diversos momentos, de que Hubner � a raz�o e Jesse, a intui��o.

Assim, o que sobra � a tentativa malfadada de tirar o filme do lugar-comum por meio da discuss�o superficial sobre o racismo, que patina no ramerr�o. Vale dizer que o diretor, JD Dillard � negro. Fica a impress�o de que ou ele n�o teve margem para explorar a quest�o de forma mais contundente ou simplesmente optou por seguir a cartilha caduca do cinema norte-americano.

Spike Lee, Jordan Peele, Ava DuVernay e Ryan Coogler s�o exemplos de diretores cujas obras – seja na seara do drama, da aventura ou do terror – evidenciam que narrativas pasteurizadas como a de “Irm�o de honra” j� podem ser deixadas para tr�s.

Vitrine para Majors

No final das contas, o filme pode servir apenas como mais uma vitrine – pouco expressiva – para Jonathan Majors. Ele come�ou a despontar em 2018, no elenco de “Destacamento Blood”, produ��o de Spike Lee para a Netflix.
 
Ano passado, participou da s�rie “Loki” (Disney+) e se destacou como uma das revela��es da Fase 4 do MCU (Universo Cinematogr�fico da Marvel) na pele de Kang, o Conquistador.

Kang ser� o antagonista em “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”, novo filme estrelado por Paul Rudd, que inaugura a fase 5 da Marvel em fevereiro de 2023.

“IRM�OS DE HONRA”

(EUA, 2022, 138 min., de JD Dillard, com Jonathan Majors, Glen Powell, Joe Jonas) – 
• Estreia hoje nas salas das redes Cinemark e Cineart.


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