Os personagens Joel Miller (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey),  lado a lado, em cena de 'the last of us'

Primeira adapta��o de um game feita pela HBO, "The last of us" mostra a jornada de dois estranhos sobreviventes num cen�rio apocal�ptico

HBO/DIVULGA��O
O primeiro di�logo de “The last of us” nos � bastante familiar. Em um programa de TV, cientista fala sobre a possibilidade de um novo v�rus de influenza provocar uma pandemia. A coisa come�a a ficar estranha quando um colega no programa comenta n�o ter medo de v�rus ou bact�rias, mas de fungos. Suas explica��es deixam apresentador e plateia estarrecidos. O ano � 1968.

Trinta e cinco anos mais tarde, a narrativa da nova s�rie da HBO, com estreia neste domingo (15/1), tem in�cio. Em Austin, Texas, Joel Miller (Pedro Pascal) completa 36 anos. N�o quer comemora��o, apenas curtir a filha adolescente Sarah (Nico Parker). Pois o mundo que conhecem acaba naquele dia – o fungo Cordyceps transforma os infectados em monstros canibais.

Lan�ado pelo PlayStation 3 h� quase uma d�cada, “The last of us” fez hist�ria nos videogames. Considerado um dos melhores jogos de seu segmento, abriu caminhos como um game que mais parecia um programa de TV. Os jogadores assumiam o papel de Joel, um pai em luto que se tornou contrabandista do mercado negro, e de Ellie, uma adolescente �rf� que nasceu ap�s o apocalipse. No caso, os Estados Unidos militarizados e dominados por zumbis.

A boa not�cia para quem nunca pegou em um console de PlayStation � que a adapta��o da HBO, a primeira que a emissora realiza de um game, tem uma vida independente – e n�o h� necessidade alguma de ter a refer�ncia do jogo para acompanhar a narrativa, criada por Craig Mazin (da �tima “Chernobyl”) e Neil Druckmann (da Naughty Dog, a empresa que criou o game). 
 
 

Sobrevivente

No ano de seu lan�amento o game gerou uma s�rie de quadrinhos, “The last of us: American dreams”, tamb�m criada por Druckmann, que contava uma hist�ria anterior � narrativa mostrada no jogo. Autor da trilha do game, o argentino Gustavo Santaolalla assumiu a mesma fun��o na s�rie.

Na adapta��o, o drama apocal�ptico � ambientado em 2023. Vinte anos ap�s o surto que dizimou a popula��o, Joel � um sobrevivente solit�rio que recebe, a contragosto, uma miss�o: levar Ellie (Bella Ramsey), de 14 anos, para fora da zona de quarentena. 

Ainda que no in�cio os dois se estranhem, logo surge uma conex�o, ainda mais porque a presen�a de Ellie o remete � pr�pria filha. Joel n�o tarda a descobrir que a seguran�a de Ellie � a grande miss�o de sua vida, pois a chave para a sobreviv�ncia da ra�a humana parece estar na �rf�.

Especialistas em games j� elogiaram a s�rie, por permanecer fiel � origem. Personagens secund�rios no jogo ganharam um desenvolvimento maior e muitos deles s�o apresentados no epis�dio-piloto (quase um longa-metragem, com 80 minutos de dura��o). Os destaques v�o para Tess (Anna Torv), Bill (Nick Offerman) e Frank (Murray Bartlett).

Os saudosos de “The walking dead” n�o devem pensar em “The last of us” como uma nova vers�o de hist�ria de zumbis. Depois de um in�cio em alta rota��o, com alguns sustos e cenas de cortar o cora��o, o programa vai, aos poucos, assumindo o tom de drama familiar com a jornada de duas pessoas que, em ess�ncia, n�o querem nada uma com a outra. Os monstros n�o s�o o foco.

A primeira temporada, que vai at� 12 de mar�o, cobre todo o enredo do primeiro jogo. A ideia da superprodu��o � continuar em frente. Pano para manga ela tem. Se a HBO quiser manter a fidelidade � origem, o cen�rio j� est� pronto. Em 2020, o jogo ganhou uma segunda parte. 

“THE LAST OF US”

• A s�rie, em nove epis�dios, estreia neste domingo (15/1), �s 23h, na HBO e HBO Max. Um novo epis�dio por domingo