De camiseta preta, segurando microfone, Lô Borges sorri no palco

O show do novo disco de L� Borges est� marcado para mar�o, no Grande Teatro do Pal�cio das Artes

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Definindo-se como um compositor compulsivo, L� Borges j� come�a 2023 com o lan�amento do �lbum de in�ditas “N�o me espere na esta��o” (Deck), que chega nesta sexta-feira (20/1) �s plataformas digitais. O disco traz 10 composi��es feitas em parceria com o m�sico e artista pl�stico mineiro C�sar Maur�cio, ex-integrante das bandas Virna Lisi e Radar Tant�. 


Autor do cl�ssico “O trem azul”, parceria com Ronaldo Bastos, e de tantos outros sucessos, L� continua com o seu prop�sito de gravar um disco por ano. 

Nos mais recentes ele lan�ou “Rio da Lua” (2019), com letras de Nelson �ngelo, “D�namo” (2020), com letras de Makely Ka, “Muito al�m do fim” (2021), com letras de M�rcio Borges, e “Chama viva” (2022), com letras de Patr�cia Ma�s. 

O cantor e compositor diz ter tido um �timo ano em 2022, no qual fez v�rios shows, al�m de ter lan�ado “Chama viva”. “Paralelamente, ao longo do ano, fui trabalhando os arranjos para as minhas apresenta��es com a Orquestra Filarm�nica de Minas Gerais (em dezembro passado), fato que me deu um prazer e um trabalho gigantes, mas valeu a pena”, diz. 

“Tocar com 70 m�sicos � minha volta foi um fato sem precedentes em minha vida. Ent�o, foi um ano muito legal, n�o tenho do que reclamar. Como diz o Bituca em uma letra que fez para mim, em 1996, ‘uma febre louca de recriar’.”

O artista ressalta que h� cinco anos vem fazendo um disco atr�s do outro. “N�o consigo parar de compor e componho bem r�pido. Se levo mais do que 40 minutos para fazer uma m�sica, paro de tocar na hora. S� no outro dia � que volto, mesmo assim tocando outra coisa. Aprendi a fazer m�sica com agilidade; na verdade, n�o gosto de ficar dois, tr�s dias ou uma semana em cima de uma melodia.”

"Tenho uma coisa que me acompanha j� h� algum tempo que � a inspira��o e agrade�o a Deus todo dia por isso. Na realidade, tenho motiva��o para compor. A riqueza que tenho � a luz divina e a inspira��o que tenho para compor. Quando nasci, j� tinha essa miss�o para cumprir e estou cumprindo. Para mim, isso � o sentido da minha vida"

L� Borges, cantor e compositor


Ritmo

Ainda sobre a velocidade na composi��o, o artista diz: “Gosto daquelas coisas que v�m de s�bito; 40 minutos est�o bons para fazer uma m�sica. Estou me lembrando do ‘Disco do t�nis’, que era assim: fazia a m�sica em meia hora, meu irm�o Marcinho fazia a letra tamb�m em meia hora, e � noite �amos para o est�dio e grav�vamos em uma hora e meia, duas, no m�ximo”.

Ele comenta que aquele disco o ensinou a compor com a agilidade e frequ�ncia. “Fico vendo o universo em que estou envolvido hoje e n�o vejo tanta gente fazendo um �lbum atr�s do outro e somente com m�sicas in�ditas. Isso porque n�o � um disco solto, � m�sica in�dita, ou seja, trabalhar com o que n�o existe ainda. Tenho um fasc�nio por isso, inventar o que ainda n�o inventei.”

A m�sica, para L�, al�m de envolver um fasc�nio, � tamb�m uma necessidade. “Gosto de tudo que est� envolvido com m�sica, mas, para mim, o foco � a composi��o. Preciso compor, assim como preciso me alimentar, tomar banho, beber um vinho, encontrar com meu filho Luca e com amigos e amigas.”

O ato de compor, segundo o artista, � algo natural em seu cotidiano. “N�o � aquela coisa que tenho que parar para fazer uma m�sica. � algo que fa�o com muita naturalidade e agilidade. Na verdade, o primeiro ouvinte da minha m�sica sou eu mesmo. Se n�o gosto, n�o publico. As coisas que fa�o, gosto e acho legal fazer e que me instigam fazer e que me d�o vontade de continuar me levam �quela loucura de compor. Desde 2019, s� componho de 10 em 10 can��es. N�o consigo mais fazer apenas uma m�sica. Cada melodia � um projeto, enfim, um disco diferente.”

Guitarra 

As m�sicas de “N�o me espere na esta��o”, ele conta, foram compostas na guitarra. “Havia muito tempo que n�o compunha na guitarra. Ent�o, peguei o instrumento e fiz uma m�sica. Da� a dois dias estava com outra pronta. Da� a um m�s j� tinha feito 10 can��es e gravado todas no est�dio do Henrique Matheus. � muito �gil, uma febre louca, como diz meu filho. Quando ele tinha 10 anos, perguntaram para ele: ‘O que voc� acha da m�sica do seu pai?’. Ele respondeu: ‘Meu pai faz coisas malucas de lugares distantes’.”

Para L�, a “resposta espont�nea” que seu filho deu enquanto ainda era crian�a � at� hoje “a melhor defini��o” de suas m�sicas. “Se me perguntarem como ser�o as pr�ximas melodias que vou compor, digo que n�o sei, pois a minha inspira��o aponta para v�rias dire��es. Eu mesmo fico me procurando, por isso esse disco se chama ‘N�o me espere na esta��o’.” 

O artista afirma que o novo disco “tem duas can��es mais palat�veis, que s�o baladas, e o resto � melodia torta, com harmonia torta, tudo meio surpresa”. Ele garante que � o primeiro a se surpreender com suas cria��es. “A� digo: estou ficando doido ou estou aprendendo a compor um neg�cio maluco. Por outro lado, estou sempre defasado, porque tenho m�sicas prontas para fazer discos at� 2026. Se eu quiser lan�ar tr�s discos este ano, j� tenho todas as m�sicas prontas.”

Ele se diz “um idealista nessa hist�ria” de gravar e lan�ar discos. “N�o h� uma gravadora que pague os meus discos; sou eu mesmo que banco os custos com meus recursos. A gravadora � minha parceira, fazendo a assessoria de imprensa, lyric v�deo, alguma coisa ou outra, mas quem paga meus discos sou eu mesmo.”

L� conta que, no ano passado, encerrou a sua hist�ria com o CD f�sico. “Mas pode ser que algum dia volte a faz�-lo. Ningu�m faz mais o disco f�sico, ningu�m tem o aparelho para toc�-lo, al�m de ser um neg�cio que d� despesa. Como sou eu quem banca tudo, acho que n�o vale mais a pena.” O show de lan�amento do novo disco est� previsto para 24 de mar�o, no Grande Teatro do Pal�cio das Artes, com ingressos j� � venda. 

“N�O ME ESPERE NA ESTA��O”

.L� Borges
.Deck (10 faixas)
.Dispon�vel nas plataformas digitais a partir de sexta-feira (20/1)