Lis Lotus, persona do m�sico, produtor e engenheiro de �udio L�cio Daf, lan�a "Mar interior"
Ant�nio Andrade/divulga��o
Lis Lotus � o projeto/persona art�stica do m�sico, produtor e engenheiro de �udio L�cio Daf. � sob essa alcunha que ele debuta com o �lbum “Mar interior”, um trabalho solo cuja principal caracter�stica �, paradoxalmente, a coletividade. Gravado durante a pandemia, entre 2020 e 2022, o disco, que acaba de chegar �s plataformas de streaming, re�ne cerca de 50 artistas, entre cantoras, instrumentistas, t�cnicos de som e produtores.
Apesar de sua experi�ncia no ramo, L�cio entregou a produ��o das 11 faixas que comp�em o trabalho a diferentes t�cnicos de est�dios de Belo Horizonte. Entram nesse rol: Rick Cheib, do cl�ssico est�dio Bemol; Anderson Guerra, do est�dio refer�ncia em grava��es em fita de rolo Bunker Analog; Leonardo Marques, do prestigiado est�dio Ilha do Corvo; e mais Rafael Dutra, Kiko Klaus, Marcelinho Guerra, Lucas Mortimer e Flora Guerra, entre outros.
Essa pulveriza��o se deveu menos � busca por um determinado resultado do que ao desejo de aprender com os produtores que convidou, segundo Lis Lotus. “Eu queria saber como cada um trabalha. Ver, por exemplo, como o Anderson Guerra lida com essa coisa da fita de rolo e, ao mesmo tempo, ir para um produtor mais jovem, ligado nos recursos digitais, e ver como ele cria os beats”, explica.
Admira��o
Ele diz que a escolha dos nomes que comp�em esse time foi orientada por rela��es pessoais e pela admira��o que tem por cada um desses profissionais. “Sempre tive isso de fazer as coisas coletivamente. Quando estudava na Guignard, j� realizava alguns projetos assim. Buscar esses produtores veio da vontade mesmo de trabalhar com pessoas que eu admirava. Tenho isso de misturar o profissional com o pessoal”, destaca.
O tra�o de coletividade de “Mar interior” se revela tamb�m no fato de que para cada faixa foram convidadas uma ou mais cantoras. As vozes principais – com Lis Lotus sempre fazendo uma segunda voz – est�o a cargo de Chris Tigra, da banda Teach Me Tiger; Elisa de Sena, do Coletivo Negras Autoras; Ana Assis, da banda Loquaz; Sara N�o Tem Nome, J�lia Tizumba, J�lia Ribas, Brisa Marques e Jennifer Souza, entre outras.
Lis Lotus observa que n�o se trata de duetos em sua forma consagrada, com vozes que se complementam, mas sim de un�ssonos. “Meu interesse era criar uma voz para cada m�sica, como se fosse um timbre resultante do encontro da voz da cantora convidada com a minha. Tamb�m com rela��o �s cantoras, chamei artistas de Belo Horizonte que admiro”, aponta.
Caleidosc�pico
Para completar, foram convidados v�rios instrumentistas. Cada can��o conta com a participa��o de pelo menos tr�s m�sicos diferentes. Marcam presen�a Andr� Limma, Luiza Rozza, Felipe D’Angelo (da banda Moons), Nat Mitre, Matheus Fleming (da banda Young Lights), Joana Queiroz, Fabio Ogata (da Filarm�nica de Minas Gerais), Daniel Nunes (da banda Constantina) e Barulhista, entre outros.
Nesse processo caleidosc�pico, foi natural que as etapas de grava��o e mixagem seguissem um fluxo pr�prio, conforme destaca Lis Lotus. O trabalho foi desenvolvido tanto de forma remota como presencial, quando a situa��o epidemiol�gica, durante a pandemia, permitia.
“Eu fazia as bases com sintetizadores e samplers, convidava um artista e, no est�dio, ele criava o que queria. Alguns gravaram em casa, como a Joana Queir�z, que fez o sopro em uma das m�sicas. Isso foi dando o caminho. Eu enviava para um, que fazia uma ambi�ncia com guitarra, por exemplo, e assim ditava o rumo para o artista seguinte. N�o existiu uma pr�-produ��o, o �lbum foi criado assim, de uma m�o passando para outra”, explica.
O resultado foi um �lbum denso, que reflete o momento e a forma como foi feito, segundo o artista. “� um disco que nasceu antes da pandemia, mas que foi essencialmente feito durante o per�odo de isolamento. Originalmente, ele j� tinha uma carga fechada, meio melanc�lica, para dentro. Acho que porque sou assim, sempre fui mais para dentro do que expansivo, e a pandemia acabou pesando a m�o nisso a�. Foi um per�odo muito dif�cil, muito doloroso”, diz.
Introspec��o
Em fun��o dessa caracter�stica de “Mar interior” – um trabalho que reflete o que restou aos artistas durante a pandemia: viajar para dentro –, Lis Lotus considera que o �lbum pode demandar certo tempo para uma boa absor��o. Isso, conforme aponta, determinou tamb�m a forma como o trabalho est� sendo apresentado, com apenas uma parte dos registros no streaming e outra formatada para o audiovisual.
“Senti que algumas m�sicas ficaram muito densas para o streaming, onde hoje tudo � muito direto, muito alegre. Acho que n�o � exatamente o que o mercado quer, e o grande p�blico sempre esteve muito ligado no que o mercado dita. Penso que � um �lbum que vai caminhar devagar, mas acho que vai ter o lugar dele, at� porque tem muita gente envolvida. � um trabalho para o futuro”, diz.
“MAR INTERIOR”
• De Lis Lotus
• 11 faixas
• Independente
• Dispon�vel nas principais plataformas de streaming
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