Exposi��o re�ne fotos feitas na Serra do Cip�, �rea de
prote��o do Cerrado
Pedro David/DIVULGA��O
H� h� dois anos e meio morando na Serra do Cip�, o fot�grafo Pedro David vem a Belo Horizonte para abertura de exposi��o que re�ne s�ries de fotografias produzidas por ele, retratando o Cerrado, principal personagem de seu trabalho recente.
Em contato �ntimo com a natureza, a exposi��o est� em cartaz no Memorial Vale, na Pra�a da Liberdade. A mostra tamb�m conta com algumas imagens de um trabalho experimental por parte do artista.
"Experimentos de linguagem, de ideias sobre o Cerrado, que eu tenho desenvolvido por aqui e decidi colocar l�, para testar e ver como fica. � uma mostra bem experimental," define Pedro David.
Entre as s�ries selecionadas est�o "Mata", "Ar puro", "Troncografia", "M�e Pedra", "Cristalina" e "Intermit�ncias", realizadas de 2020 a 2023. Em "Mata", Pedro produziu fotos imersivas dentro de matas fechadas da �rea de prote��o ambiental do Morro da Pedreira.
"Nesse trabalho eu me esfor�o para entrar numa mata e conseguir uma foto fechada s� de mata, como se fosse tudo preservada, o que � muito dif�cil hoje em fun��o da devasta��o e urbaniza��o," comenta.
Em "Troncografia", como indica o neologismo, ele retrata os troncos retorcidos caracter�sticos do bioma do Cerrado, um dos biomas mais ricos em biodiversidade e, ao mesmo tempo, mais amea�ados do Brasil. "Ar puro" mostra a pureza do ar da regi�o indicada pela presen�a de l�quens crescidos nas pedras e �rvores.
Cerrado, Amaz�nia e Pantanal
"Isso me encantou muito pela forma, tanto org�nica, quanto m�stica – me lembra mandalas –, e essa ideia de que para se ter liquens, � preciso ar puro e a gente v� muito deles aqui. Ent�o, ainda tem ar puro, ainda tem esperan�a," diz o artista.
Ele observa uma virada na discuss�o sobre a preserva��o do Cerrado, historicamente menor que a discuss�o sobre a preserva��o da Amaz�nia e do Pantanal. "� um paradoxo, existe um esfor�o de preserva��o, mas voc� tamb�m v� uma grande devasta��o acontecendo."
A inten��o de sua obra, portanto, parte de sua vontade de falar e mostrar o que acontece ali, de alarmar e puxar o p�blico para o debate por meio do apelo est�tico das imagens, com fotos que, segundo ele, d�o trabalho para chegarem a um resultado que ele classifica como belo.
"�s vezes, critica-se a arte que quer ser bonita, que nem tudo precisa ser bonito, eu j� acho que sim. Eu defendo a beleza, porque ainda que esteja falando de temas espinhosos, temas duros, temas tristes, quero que a pessoa olhe para a imagem, goste de ver a imagem e continue olhando para ela o maior tempo poss�vel, pois dessa maneira eu acho que gero mais discuss�o com a pessoa," reflete ele, n�o descartando, entretanto, o car�ter de den�ncia que as fotos carregam.
"O jeito que eu achei melhor atuar � nessa beleza da imagem. A imagem bela me encanta e, com ela, as pessoas v�o olhar, v�o gostar, querer e lutar por aquilo."
Para fortalecer a den�ncia, Pedro conta sempre avisar ao espectador que a foto que ele v� � uma ilus�o, um recorte. Na s�rie "Mata", por exemplo, ele contextualiza a quem v�, que ao redor da mata fotografada, est� tudo devastado e que, se n�o agirmos, aquilo ali n�o existir� mais.
Com entrada gratuita, a exposi��o, que faz parte do projeto Mostra de Fotografia, com curadoria de Eug�nio S�vio, fica � disposi��o do p�blico at� maio, com exce��o do carnaval, quando o museu n�o ir� funcionar.
MOSTRA DE FOTOGRAFIA
• Com s�ries de Pedro Davi. Memorial Minas Gerais Vale (Pra�a da Liberdade, 640)
• Visita��o Ter�a, quarta, sexta e s�bado: das 10h �s 17h30, com perman�ncia at� as 18h. Quinta, das 10h �s 21h30, com perman�ncia at� as 22h. Domingo, das 10h �s 15h30, com perman�ncia at� as 16h. • Entrada gratuita.
*Estagi�rio sob a supervis�o da subeditora Tet� Monteiro
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