show do skank  no antigo KM de Vantagens Hall

F�s lotam antigo KM de Vantagens Hall, em BH, para ouvir sucessos do quarteto mineiro em 2018

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Est� chegando a hora da saideira para fechar uma conta aberta h� 32 anos. O Skank, um dos maiores expoentes da m�sica produzida em Minas Gerais ao longo das �ltimas d�cadas, anunciou para  26 mar�o o show de encerramento da carreira, no Mineir�o.

Formado em 1991 e tendo lan�ado seu �lbum de estreia hom�nimo dois anos depois, o Skank foi um dos respons�veis, juntamente com Jota Quest e Pato Fu, pela contribui��o mineira na renova��o do cen�rio pop rock brasileiro a partir daquela d�cada. O chamado BRock dos anos 1980 tinha uma est�tica muito particular e, at� certo ponto, fechada.

Skank, em Minas Gerais; Chico Science e Na��o Zumbi, em Pernambuco; Planet Hemp, no Rio de Janeiro;, e Raimundos, no Distrito Federal, entre outros grupos pa�s afora, foram os respons�veis por uma abertura de sonoridade no mainstream, com a incorpora��o de diversos elementos estil�sticos at� ent�o alijados.



O grupo formado por Samuel Rosa (guitarra e vocal), Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo) e Haroldo Ferretti (bateria) cuidou, ainda, de recolocar o estado no radar do mercado da m�sica em �mbito nacional – um lugar que havia sido perdido com o decl�nio da cena heavy metal, que, a partir de meados da d�cada de 1980, havia projetado o Sepultura para o mundo.

Com forte influ�ncia da m�sica jamaicana em seu primeiro disco, o Skank ganhou reconhecimento para al�m das fronteiras do estado com m�sicas como “In(Dig)Na��o”, “Macaco prego” e “Homem que sabia demais”. O segundo �lbum, “Calango” (1994), emplacou hits ainda mais retumbantes, como “Pacato cidad�o”, “Jackie Tequila”, “Te ver” e “Amola��o”.

Samuel Rosa, Henrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti . do skank, em foto de 1991

Samuel Rosa, Henrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti em foto de 1991, quando a banda foi criada

Paula Fortuna/Divulga��o

Pocon� na Europa

Com o terceiro lan�amento, “O samba Pocon�” (1996), veio a consagra��o definitiva – internacional, inclusive. O �lbum mant�m o t�tulo de recordista de vendas do Skank, com 1,8 milh�o de c�pias comercializadas. O single “Garota nacional” fez um sucesso estrondoso no Brasil e liderou a parada espanhola (em sua vers�o original, em portugu�s) por tr�s meses.
A bordo de “O samba Pocon�”, o grupo, que havia feito sua estreia oficial nos palcos em5 de junho de 1991, no Aeroanta, em S�o Paulo, foi levado a se apresentar na Fran�a, Estados Unidos, Chile, Argentina, Su��a, Portugal, Espanha, It�lia e Alemanha, em shows pr�prios ou em festivais ao lado de bandas como Echo & The Bunnymen, Black Sabbath e Rage Against The Machine.

Depois de “O samba Pocon�”, seguiram-se diversos outros t�tulos de sucesso, como “Siderado” (1998), “Maquinarama” (2000), “Cosmotron” (2003), “Estandarte” (2008) e “Velocia” (2014), entre outros – um percurso de constante renova��o est�tica: aos ingredientes originais, foram se somando v�rios outros elementos e sonoridades, do rock psicod�lico �s baladas ac�sticas.

Em 1996, Skank na Fontana di Trevi, na itália

Em 1996 e j� com sucessos como "Garota nacional", Skank faz shows pelos EUA e Europa, incluindo a It�lia, onde aproveita folga para visitar a Fontana di Trevi

Skank/Arquivo Pessoal

Diversidade nas parcerias 

Essa versatilidade e polival�ncia foi o que permitiu � banda estabelecer parcerias criativas com nomes t�o d�spares quanto Arnaldo Antunes, Jorge Ben Jor, Manu Chao, Negra Li, Nando Reis, Roberta Campos e Carlos Santana, e gravar com Andreas Kisser (Sepultura) e Uakti, entre outros.

Ao longo desses 32 anos, foram 170 obras editadas – a maioria composi��es assinadas por Samuel Rosa a quatro m�os com seu parceiro mais constante, Chico Amaral. No total, o Skank vendeu mais de 6,5 milh�es de registros audiovisuais, entre CDs e DVDs.

O reconhecimento do trabalho da banda n�o se verifica s� pelo n�mero de obras comercializadas ou pela quantidade de shows no Brasil e no exterior. Uma das premia��es mais tradicionais do Brasil, o Trof�u Imprensa destacou o Skank in�meras vezes, entre 1996 e 2009, em diferentes categorias.

 show do skank na praça tiradentes, em outro preto, em 2001

Um dos shows hist�ricos e mais emblem�ticos da carreira do Skank ocorreu na Pra�a Tiradentes, na hist�rica Ouro Preto, em julho de 2001

Sony Music/ Divulga��o

Pr�mios e mais pr�mios

O grupo tamb�m conquistou outra importante distin��o, o Pr�mio Multishow, em v�rias ocasi�es, por melhor Ccipe (1995, 1997, 1999 e 2009), melhor iniciativa do ano (2009), melhor m�sica (2004 e 2005), melhor cantor (2010), melhor grupo (1995) e melhor show (2004).

O MTV Video Music Brasil (mais conhecido como VMA ou Video Music Awards) � outra premia��o de destaque em que o quarteto foi laureado reiteradamente ao longo dos anos, em categorias como clipe do ano, dire��o de arte, edi��o, clipe pop e escolha da audi�ncia. Em termos de pr�mios, a coroa��o internacional veio com o Grammy Latino, em 2004, na categoria melhor �lbum brasileiro de rock, com “Cosmotron”.



Os mineiros tamb�m ganharam o Pr�mio Le�o de Ouro no Festival de Publicidade de Cannes em 2011, pela iniciativa “SkankPlay”. O projeto permitia que uma pessoa simulasse uma “jam session” com o Skank e participasse do clipe da m�sica “De repente”.

E no embado da “Saideira”, a reportagem pega carona nos versos da can��o lan�ada pelo Skank em 1998 – “Oh! Comandante, capit�o/ Tio, brother � camarada / Chefia, amig�o / Desce mais uma rodada” – para ouvir o que os “camaradas” falam sobre esse quarteto que marcou a hist�ria do pop rock no pa�s.

� muita hist�ria para contar enquanto a saideira n�o vem.

SKANK – O �LTIMO SHOW
• 26 de mar�o, �s 19h, no Mineir�o (Av. Ant�nio Abrah�o Caram, 1.001 – Pampulha).
• Abertura dos port�es �s 15h. Ingressos: R$ 220 (inteira, cadeira superior, 4º lote). Para outros setores, os ingressos est�o esgotados.
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