Atores Júlio Andrade e Julia Konrad, segurando revólver, estão abraçados e sentados em sofá no meio de um quintal em cena da série 1 contra todos

Julia Konrad diz que Pepita, namorada do protagonista Carlos Eduardo (J�lio Andrade) na s�rie "1 contra todos", mudou sua carreira

Rachel Tanugi/divulga��o

Neste ano, Julia Konrad, de 32 anos, vai falar tr�s idiomas distintos em tr�s s�ries diferentes para tr�s plataformas de streaming concorrentes. 

Na segunda temporada de “Cidade invis�vel” (Netflix), ela interpreta a ativista brasileira Gabriela, falando o portugu�s nativo. Em “Dom” (Prime Video), ela vive uma agente da Interpol, que fala espanhol. J� em “Rio connection”, que chegar� no primeiro semestre ao Globoplay, dar� vida � personagem cujo idioma � o ingl�s.

“�s vezes, eu me embanano toda”, brinca a atriz, natural do Recife (PE). Por ter crescido em Buenos Aires, conta que em alguns momentos se sente “mais argentina do que brasileira”. Alfabetizada em tr�s idiomas, Julia se formou em artes c�nicas em Nova York. Essas viv�ncias fazem da versatilidade uma caracter�stica de seu trabalho.

“A mudan�a de chavinha de um projeto para o outro, de um idioma ao outro, adiciona camadas a mais nas constru��es e deixa os personagens mais redondos. Sempre almejei uma carreira internacional, entre Brasil, Argentina e Espanha. Me sinto mais preparada para fazer qualquer papel”, afirma.

Erasmo

Konrad completar� em breve 10 anos de carreira. Seus primeiros cr�ditos em filmes e novelas s�o de 2014, mas ela considera o filme “Para�so perdido” (2018) sua grande chance para se tornar conhecida. “Acreditaram no meu potencial e cantei com o Erasmo Carlos”, lembra.

Por�m, o trabalho que a levou ao estrelato foi “1 contra todos” (2018-2020), s�rie da Fox em que fez o papel da boliviana Pepita, par rom�ntico do ator J�lio Andrade. A trama recebeu algumas indica��es ao Emmy Internacional.

 “Esse � o papel pelo qual sou mais reconhecida na rua. Mudou o rumo da minha carreira e pude entrar de vez no mundo das s�ries”, afirma.

Se a carreira de atriz vai muito bem, obrigada, na vida pessoal n�o � diferente. Desde 2020, ela tem se sentido mais leve ap�s compreender como era t�xica e abusiva a rela��o amorosa que mantinha. Ap�s tomar coragem de falar abertamente sobre a viol�ncia psicol�gica, verbal e sexual que sofria dentro de casa, Julia n�o s� foi acolhida como come�ou a confortar outras mulheres que se sentiram � vontade para compartilhar as pr�prias hist�rias com ela.

“Era a confirma��o de que precis�vamos e ainda precisamos falar sobre o que acontece”, afirma a atriz, que prefere n�o se definir como especialista no assunto. “Hoje em dia, entro em projetos sociais, entre eles um com mulheres de Parais�polis (na zona sul paulistana), para capacit�-las a ter independ�ncia e sair desse universo de ass�dios. Mas n�o me vejo como uma refer�ncia.”

Mudan�a

Julia diz que h� muita coisa a ser melhorada no Brasil, mas pondera que agora, com tantas informa��es, existe um caminho de mudan�a e desconstru��o, embora nada se altere da noite para o dia. “Qualquer mulher exposta a alguma situa��o de viol�ncia deve se sentir segura a denunciar e a falar sobre o assunto”, defende.

Felizmente, diz ela, o trauma pelo qual passou n�o a fez temer novos relacionamentos. Julia Konrad afirma que j� esteve envolvida em novo romance saud�vel. “Obviamente, s�o quest�es que vou elaborando com o tempo, mas � algo que fez parte da minha trajet�ria e n�o me impede. Ali�s, me trouxe mais for�a”, garante.