BH recebe o 1� Semin�rio de Produ��o Cultural Preta de Minas Gerais

O Instituto Aya de Arte e Cultura Preta e Perif�rica, criado em 2020 pelos gestores e produtores culturais Kar� Torres, Nega T� e Victor Magalh�es, promove, nesta ter�a (11/4) e quarta-feiras (12/4), no Memorial Vale, o 1º Semin�rio de Produ��o Cultural Preta de Minas Gerais. O evento, gratuito, vai reunir palestrantes com not�ria experi�ncia em produ��o cultural em Belo Horizonte.

A proposta � abordar e compartilhar experi�ncias acerca da realidade vivida por produtores e gestores pretos em Minas Gerais, a fim de potencializar as a��es em torno da cultura afrodescendente e das iniciativas que brotam na periferia das cidades. O semin�rio � voltado, principalmente, para quem trabalha com cultura e encontra barreiras sociais e raciais para sua plena atua��o. 

Victor Magalh�es, que atua em Belo Horizonte h� sete anos como produtor e gestor cultural, diz que, ao longo desse percurso, p�de observar que houve avan�os, no sentido de uma maior presen�a de pretos e pretas nessa �rea, mas que ainda n�o � uma representa��o equipar�vel com a de brancos.

“A ideia desse semin�rio veio com a pandemia, quando o setor de artes e entretenimento foi particularmente afetado. Decidimos, eu, Kar� e Nega T�, analisar as dificuldades da cena para produtores pretos no que diz respeito, por exemplo, � capta��o de recursos ou obten��o de alvar�s. Resolvemos fazer um debate mais amplo, envolvendo outras pessoas, para identificar melhor esses entraves e suas raz�es”, diz.

Ele aponta que a ideia � buscar solu��es que possam ser levadas � esfera das pol�ticas p�blicas. H� mais pessoas pretas produzindo, mas observa-se ainda uma car�ncia de empreendedores, segundo Victor. O gestor considera que haja uma demanda por diversidade, equidade e inclus�o nas grandes empresas, algo que parte do primeiro e do segundo setores, e que vai, aos poucos, chegando tamb�m ao terceiro setor, de presta��o de servi�os p�blicos.

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“A gente tem conseguido fornecer m�o de obra, mas n�o vejo muitos empreendedores pretos, que elaborem e aprovem projetos e tenham canais de capta��o de recursos. Ainda � uma grande maioria de pessoas brancas nos cargos de lideran�a e gest�o. A gente quer trazer essa discuss�o � tona, propor debates que envolvam os �rg�os p�blicos”, ressalta.

Trata-se de um primeiro semin�rio, conforme ele destaca, porque a ideia � realizar esses encontros periodicamente, a cada 45 dias ou dois meses. “� uma discuss�o que, se colocada de modo permanente, pode ser ampliada para todo o Brasil, porque n�o � uma quest�o exclusiva de Minas Gerais. Quando falamos de grandes festivais, por exemplo, n�o conseguimos enxergar pessoas pretas no comando”, afirma.

Al�m de Kar� Torres, Nega T� e do pr�prio Magalh�es, participam do semin�rio os gestores e produtores culturais Felipe Mariano, Fredda Amorim e K�tia Amaral, com media��o de Simone Abreu. A escolha desses nomes se deu com base na experi�ncia de atua��o de cada um no cen�rio cultural local.

Sobre a escolha dos temas que v�o conduzir a fala de cada um, Magalh�es diz que foi algo bem perme�vel, relacionado com as viv�ncias dos debatedores. “Cada um dos palestrantes vai trazer um pouco de seus processos, expondo suas dificuldades nessa �rea. Fredda Amorim, por exemplo, � uma mulher preta e transexual, ent�o vai falar dos preconceitos que enfrenta, que passam at� por questionamentos de compet�ncia”, aponta.

Ele ressalta que esse � um debate necess�rio e premente, e que o fato de as inscri��es para participa��o no semin�rio terem se esgotado t�o logo foram abertas explicita isso. “Vai ser um evento com casa cheia”, celebra. Magalh�es destaca que, com isso, o Instituto Aya j� est� cumprindo seus objetivos.

“O que a gente quer � fomentar esse campo da produ��o cultural preta, formar novos produtores, novos gestores, trazer essa discuss�o para o mercado, tentar captar recursos para desenvolver trabalhos voltados para a periferia, para ter mais pessoas pretas atuando no campo da cultura. O interesse que esse semin�rio despertou mostra que estamos no caminho certo”, diz.

Gestora e produtora cultural, atuando desde 2007 em projetos tais como Festival de Arte Negra (FAN-BH), Festival Internacional de Teatro (FIT-BH), Mostra Benjamin de Oliveira, Noite do Griot, Palco Hip Hop, Festejo do Tambor Mineiro, bloco e banda Havayanas Usadas, entre outros.

Formado em comunica��o, com especializa��o em produ��o de eventos culturais e corporativos. Atua h� mais de 16 anos com experi�ncias junto a Rubim Produ��es, Chevrolet Hall, Orquestra Filarm�nica de Minas Gerais, Time For Fun e Galp�o Cine Horto. Gerenciou o setor de eventos e promo��es do Governo de Minas Gerais.

Produtora cultural formada pelo Observat�rio das Juventudes da UFMG/Utramig. Idealizadora e gestora da Preta Produtora. Atuou na produ��o executiva de projetos como Oficina Feminina de Rap, Liquidificador Cultural – 7º Okupa a Cidade e Slam MG. Tamb�m atuou no FAN-BH, Fluxo, Planeta Brasil, Sensacional e Mostra Negras Autoras.

Doutoranda em teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina, mestra em artes c�nicas pela UFOP, artista e performer. Produtora, coordenadora de log�stica no FIT-BH 2022 e de produ��o da Virada Cultural de BH (2022). Desenvolve pesquisa, a��es e pr�ticas nas quest�es de g�nero e ra�a, junto � coletiva Queerlombos.

Produtora cultural com forma��o em marketing, integra a equipe da Diretoria da Pol�tica de Festivais da Funda��o Municipal de Cultura. Coordenou o setor de relacionamento do Festival Sarar� (2018-2019) e do Festival Sensacional (2018-2020) em quest�es de responsabilidade social, acessibilidade e inclus�o. J� atuou em eventos como Palco Hip Hop (2018), Festejo do Tambor Mineiro (2018), Arraial de Bel� (2019) e carnaval de Belo Horizonte (2020).

Produtor e gestor cultural preto, idealizador e coordenador do projeto Palco Hip Hop e da Mostra de Arte Preta Perif�rica (MAPP). Atuou no Festival de Arte Negra de Belo Horizonte, Festival Internacional de Teatro e Conex�o Vivo. Coordenou a produ��o de projetos como o Duelo Nacional de MCs e o Duelo nas Quebradas.

Com forma��o em produ��o de moda, iniciou a vida profissional como criadora de figurinos. Atuou como atriz, dan�arina e maquiadora. Mulher preta, transexual e perif�rica, atualmente integra produ��es de grandes festivais e eventos culturais em Belo Horizonte.