Atrizes Julia Dalavia e Cassia Kis estão de costas e se olham em cena de 'O pastor e o guerrilheiro'

Julia Dalavia evita comentar pol�mica sobre a posi��o pol�tica de Cassia Kis. Atrizes interpretam neta e av� em "O pastor e o guerrilheiro"

Mercado Filmes/Divulga��o


Conhecida por viver personagens engajadas, Julia Dalavia, de 25 anos, vai acrescentar outro tipo assim a seu curr�culo. Ela vive a ativista estudantil Juliana no filme “O pastor e o guerrilheiro”, em cartaz em Belo Horizonte. No longa de Jos� Eduardo Belmonte (de “Carcereiros”), ela descobre que o pai era torturador durante a ditadura militar.
 
Para Dalavia, a produ��o faz homenagem �s pessoas que lutaram “como puderam” durante aquele per�odo. “O registro da nossa hist�ria, atrav�s da arte e do cinema, � essencial para relembrarmos tudo que nosso pa�s j� passou e as pessoas que batalharam para defender a nossa democracia”, aponta a atriz.
 
 
 
A trama se divide entre a d�cada de 1970 e o come�o dos anos 2000, quando o pai de Juliana comete suic�dio. Na casa do pai, a jovem se depara com o livro que revela uma hist�ria que, at� ent�o, ela desconhecia da biografia do coronel.
 

"O registro da nossa hist�ria, atrav�s da arte e do cinema, � essencial para relembrarmos tudo que nosso pa�s j� passou e as pessoas que batalharam para defender a nossa democracia"

Julia Dalavia, atriz

 

Guerrilha do Araguaia

Durante a Guerrilha do Araguaia, o militar torturou dois homens: um guerrilheiro comunista (vivido por Johnny Massaro) e seu companheiro de cela, Zaqueu (Cesar Mello), crist�o evang�lico, preso por engano. Os dois combinaram um encontro na virada de 2000 para ir atr�s do homem que tanto mal lhes causou.

Boa parte das cenas de Dalavia foram gravadas ao lado de Cassia Kis, que interpreta a av� de Juliana e m�e do militar linha dura. O nome da atriz no elenco n�o passa despercebido. Afinal, Cassia foi vista em ato bolsonarista e a favor dos militares, na porta de um quartel, em novembro do ano passado.

A curiosidade sobre a conviv�ncia com Cassia, que causou pol�mica nos bastidores de “Travessia” (Globo), � natural. Mas Dalavia prefere n�o entrar nesse assunto. Ao ser perguntada sobre a quest�o, ela evitou o tema.
 
A atriz chamou a aten��o recentemente como a Guta do remake de “Pantanal” (Globo). Em comum, as duas s�o jovens preocupadas com o futuro, apesar de cada uma ter sua intensidade e foco.

A postura de Guta rendeu cr�ticas � personagem da novela por parte dos internautas. Isso porque, ao mesmo tempo em que se dizia feminista, a mo�a n�o comprava as brigas da m�e, Bruaca (Isabel Teixeira), frente � postura machista do pai, Ten�rio (Murilo Ben�cio).

“Guta chega muito confusa � casa dos pais, depois de descobrir muita coisa sobre a vida dela que sempre omitiram”, justifica a atriz. “O direcionamento dessa frustra��o e raiva cai sobre a m�e tamb�m, e ela n�o percebe que talvez seja quem mais precisa da sua escuta e companhia. Ela tinha muitas contradi��es, como todo ser humano: erra, acerta, aprende e erra de novo.”

Em “O pastor e o guerrilheiro”, Juliana acaba se ocupando com outras causas, como a implementa��o do sistema de cotas nas universidades. Mesmo assim, Juliana e Guta s�o mulheres contempor�neas, s� que em momentos completamente diferentes, na vis�o da int�rprete.

“Juliana e Guta s�o jovens com ideais latentes e agem como podem para movimentar suas realidades em prol do que acreditam ser mais justo e necess�rio, mas se deparam com algumas contradi��es no caminho”, avalia JuliA Dalavia.
 
Na vida real, a atriz defende os valores em que acredita e se posiciona sempre que acha necess�rio. No ano passado, Julia Dalavia revelou que “gosta de pessoas”, declarando-se bissexual. Atualmente, ela vive um relacionamento com o ator Jo�o Vithor Oliveira, de 27.

“As pessoas t�m se sentido mais confort�veis e, com essa abertura, acho incr�vel, revolucion�rio. O amor � revolucion�rio”, refor�a ela.  

“O PASTOR E O GUERRILHEIRO”

• Brasil, 2022. Dire��o de Jos� Eduardo Belmonte. Com Julia Dalavia, Johnny Massaro, Cesar Mello e Cassia Kis. Em 1968, o jovem Jo�o deixa a universidade e adere � guerrilha de esquerda na Amaz�nia. � torturado e enviado para a pris�o em Bras�lia, onde encontra Zaqueu, encarcerado por engano. Eles marcam encontro para 27 anos depois. Em 1999, coronel se mata e a filha descobre livro revelando que o pai torturou Jo�o e Zaqueu.
• Em cartaz na sala 4 do Cineart Cidade, �s 21h, e na sala 7 do Cineart Contagem, �s 18h40.