Taylor Swift e Beyonc� dominam mercado mundial de turn�s p�s-pandemia
"Nunca vi tantos artistas ao mesmo tempo no mesmo espa�o", disse � AFP a professora da American University, Stacy Merida, especializada em ind�stria da m�sica.
At� mesmo Madonna - que no in�cio dos anos 1990 criou a turn� contempor�nea como conhecemos, com cen�rios e figurinos elaborados - havia programado o in�cio de sua turn� para julho.
As datas, entretanto, foram adiadas por motivos de sa�de. Agora, a cantora de 64 anos espera come�ar seus shows em outubro, na Europa, e reagendar os shows da Am�rica do Norte.
Mas � Taylor Swift, que far� 106 shows com a turn� "The Eras", e Beyonc�, prestes a come�ar a etapa norte-americana da "Renaissance Tour", que est�o perto de atingir a receita de US$ 1 bilh�o (R$ 4,8 bilh�es) em ingressos.
Cole��o de recordes
Caso qualquer uma das duas rainhas do pop chegue nesta marca, Elton John ser� ultrapassado.
A rec�m-terminada turn� de despedida do cantor, "Farewell Yellow Brick Road", que come�ou em 2018, arrecadou mais de US$ 910 milh�es (R$ 4,3 bilh�es) at� o dia 18 de junho - algumas semanas antes de seu �ltimo show em Estocolmo, em 8 de julho -, segundo c�lculos da Billboard.
Elton John superou o recorde anterior de Ed Sheeran, que faturou US$ 776 milh�es (R$ 3,7 bilh�es) durante a turn� "Divide", entre 2017 e 2019.
Parte desses n�meros vertiginosos � explicada pelo aumento dos pre�os dos ingressos. Sheeran cobrou pouco menos de US$ 100 (R$ 480) com "Divide", de acordo com a Pollstar, mas ele se apresentou mais de 200 vezes.
Os ingressos para 'Bey' e 'Tay' est�o, em m�dia, mais do que o dobro disso - para os assentos mais baratos.
A Live Nation, que se fundiu � Ticketmaster em 2010, diz que j� vendeu 100 milh�es de entradas para os shows de 2023, mais do que o total comercializado no ano de 2019.
A empresa faturou US$ 4,4 bilh�es (R$ 21,1 bilh�es) no segundo trimestre deste ano, com a venda de ingressos para cerca de 12.500 eventos para 33,5 milh�es de f�s.
"Com a maior parte do mundo totalmente reaberta, est� claro que os shows continuam sendo uma alta prioridade para os f�s", disse a Live Nation em seu relat�rio de ganhos mais recente.
Reclama��es
Assim como a demanda disparou, as reclama��es sobre o monop�lio da Live Nation e da Ticketmaster tamb�m cresceram.
Os frequentadores de shows reclamam h� anos sobre as taxas ocultas, o aumento de custos, a prolifera��o dos cambistas e o n�mero limitado de ingressos devido � pr�-venda.
As reclama��es surgiram novamente neste ano, depois dos problemas na venda de ingressos para os shows de Swift, que provocaram duras cr�ticas sobre supostas pr�ticas anticompetitivas e pedidos para a dissolu��o da empresa.
"O monop�lio integrado vertical realmente tem muitos efeitos domin� em termos de pre�os", disse o veterano da ind�stria da m�sica Andrew Leff, professor da Universidade do Sul da Calif�rnia.
"Se voc� � a Ticketmaster, pode cobrar o quanto quiser e voc� n�o tem concorr�ncia, e surge uma demanda por Taylor Swift ou Beyonc�, isso � simplesmente economia de oferta e demanda", disse ele � AFP.
A elite e o resto
As turn�s s�o a salva��o para artistas cujos royalties sobre o streaming s�o insignificantes, sobretudo depois da pandemia de coronav�rus.
E, de acordo com Leff, o boom dos shows n�o est� necessariamente vendo seus benef�cios chegarem a concertos menores.
"Realmente existem duas ind�strias musicais: uma para 1% (dos artistas) e outra para 99%", explica.
No outono passado, a artista independente Santigold foi uma das primeiras a falar sobre os desafios enfrentados por artistas como ela.
Ela cancelou sua turn�, e alegou que era "simplesmente incapaz de fazer funcionar", principalmente devido � infla��o e � competi��o em um mercado saturado.
Enquanto isso, dados recentes da companhia de pesquisa QuestionPro sugerem que a turn� de Taylor Swift pode gerar cerca de US$ 4,6 bilh�es (R$ 21,4 bilh�es) injetados nas economias locais dos Estados Unidos - hot�is, restaurantes e transporte.
Em maio, a 'Queen Bey' causou um "blip da Beyonc�" em Estocolmo, quando a passagem da turn� "Renaissance" elevou a infla��o da sueca em cerca de 0,2 pontos percentuais, indicou o economista-chefe para a Su�cia do Danske Bank, Michael Grahn.
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